CAPÍTULO 156

643 30 5
                                    

LUAN...

6° mês de gravidez...

Alessandra e eu vivemos como dois estranhos dentro de casa, não trocamos uma palavra e mal nos olhamos. Na verdade, ela não fala com ninguém, passa a maior parte do tempo trancada no quarto, só desce pra fazer as refeições.

O bebê faz 6 meses hoje, estamos na sala de espera aguardando o chamado de Hilary.

Como sempre, entramos, ela fez a ultrassom e graças a Deus meu filho estava bem e mais saudável do que nunca.

O silêncio de Alessandra durante a consulta era ensurdecedor.

Hilary: Está tudo nos conformes, ele está crescendo muito bem! -sorriu- Alessandra, pode nos deixar a sós? Preciso conversar com o Luan.

Ela apenas se levantou e respirou fundo saindo da sala, encarei Hilary.

Hilary: Seja sincero, tem algo acontecendo na casa de vocês ou entre vocês?
Luan: Ela sabe que transamos, nada demais! -dei de ombros- porquê?
Hilary: Alessandra está muito pra baixo não acha não?
Luan: Drama.
Hilary: É sério Luan, não tô aqui falando como a sua "amiga" e sim como obstetra. Arruma um psicólogo pra ela, muitas mulheres tem depressão durante a gravidez e isso não costuma terminar bem.
Luan: Acha que ela está com depressão?
Hilary: Quem vai me dizer isso é você!

Assenti e saí da sala, Alessandra me esperava em frente ao carro, entramos e eu dei partida.

Tive vontade de perguntar sobre ela, mas me calei. Não preciso me importar justo agora.

ALESSANDRA...

Eu não queria estar na casa dele, com pessoas que só querem foder com a minha vida. Eu queria estar na minha casa, trabalhando na minha boate como sempre fiz, me sentindo amada e com pessoas que eu amo. A um tempo atrás eu achava que a minha vida já estava fodida o suficiente, mas dessa vez ela me surpreendeu.

Eu vou entregar o meu filho pro cara que eu amo, mas que me odeia. Declaramos guerra um pro outro. Ele quer o que é meu apenas por vingança e depois que tudo isso passar ele vai seguir a vida dele podre de rico na Califórnia, enquanto eu vou estar me tratando de algo que eu não sou, que eu não tenho, apenas por vingança dele.

Parecia que a vida havia me dado um choque de realidade, o Luan está acabando com a minha vida e eu tô assistindo de camarote. Eu tô morando num lugar tóxico onde as pessoas só querem minha derrota. E ao mesmo tempo que eu sinto que preciso lutar, eu me pergunto como. Não existe possibilidade de eu mudar tudo o que tá acontecendo. O homem que eu amo tá acabando comigo tanto fisicamente quanto psicologicamente e eu não tô fazendo nada pra impedir. Eu não estava me reconhecendo, eu fiquei vulnerável ao Luan.

Warrior | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora