CAPÍTULO 3

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Meus olhos estavam queimando, chorei o caminho todo pelo meu pai. Eu tinha uma sensação tão ruim, meu coração tava doendo. Mamãe me pôs no chão da sala, perto do sofá onde o Ed estava com Becca, que estava agarrada a ele.

John: Gostaram da nova casa de vocês?! -se abaixou na minha frente-
Juliana: Ela é podre igual a você, velho idiota!

Disse e cuspi na cara dele, Edgar arregalou os olhos junto a minha mãe e meu rosto ardeu, de imediato eu fui parar no chão, ele havia me batido, papai sempre disse que homem não pode bater em mulher

Edgar: NÃO! NÃO ENCOSTA NA MINHA IRMÃ! -me abraçou-
John: Isso só foi pra você aprender a me respeitar, garotinha, na próxima vez será pior -se levantou e subiu as escadas-
Edgar: Mãe! -chamou, mas ela simplesmente abaixou a cabeça e saiu- Ju, tá tudo bem?

Eu apenas assenti com a cabeça, levantei do chão e subi no sofá abraçando a Becca, ela soluçava de chorar. Foi ali que eu aprendi que eu teria que ser forte por nós duas, que eu seria sua base e por isso eu não poderia cair jamais.

5 ANOS DEPOIS (13 ANOS)...

Edgar: Ju, vamos, o motorista já está esperando!
Juliana: Pode ir na frente, vou fazer um trabalho na casa da Rafa
Edgar: Juba, você sabe que o John gosta de almoçar com todos na mesa!
Juliana: Qual é Ed? É só hoje -fiz bico-
Edgar: Então vai ter que levar a Becca, se não ele vai achar que foi se encontrar com algum menino
Juliana: Mas..-ele arqueou as sobrancelhas- tudo bem, cadê ela?
Edgar: Já está saindo, vou pra casa então, juízo -beijou minha testa e entrou no carro, o motorista deu partida e na mesma hora Becca chegou-
Becca: Ué, Edgar foi sozinho?!
Juliana: Foi, eu preciso da sua ajuda!
Becca: Diz -deu de ombros-

Eu a puxei pra um canto menos movimentado

Juliana: O papai está vindo buscar a gente!

Ela abriu um sorriso largo e um carro no final da rua piscou o farol 3 vezes, como sempre, peguei a mão de Becca e a gente foi até lá, dando um abraço apertado no nosso pai. Seguimos pra casa e lá passamos o dia brincando, assistindo filmes, foi maravilhoso! As 19h estávamos chegando na mansão do John

John: Isso são horas? -cruzou os braços-
Becca: Blá blá blá -revirou os olhos- fomos fazer um trabalho, até ajudei as meninas, pode ficar tranquilo
John: E cadê o trabalho? -Becca me olhou-
Juliana: Ficou com a Rafa, ela tem que decorar o que faltou, não deu tempo de terminar -menti-
John: Espero que isso seja verdade, vão tomar banho que a Maria já vai pôr o jantar
Juliana: Cadê o Ed, a Dayana?
John: Dayana não, sua mãe! -me repreendeu- Edgar saiu com ela
Becca: De novo?! Ela saiu ontem!
John: Que seja, suma

Fomos cada uma pro seu quarto, joguei minha mochila na cama e já fui tirando minha roupa, estava só de calcinha e sutiã a caminho do banheiro, quando a porta se abre, achei que era Becca e não me importei.

Juliana: Becca, você pode me...-eu gelei-

John estava parado olhando pro meu corpo, quando ele me encarou seus olhos me deram medo. Estremeci quando ele se aproximou e passou a língua nos lábios

John: Tá ficando gostosinha hein, Julinha
Juliana: Não encosta em mim! -fui andando pra trás mas a parede me impediu, eu estava encurralada e com medo, muito medo-
John: Julinha calma, pra quê tanto medo? -sorriu maléfico, meus olhos se encheram de lágrimas quando ele começou a passar a mão em mim, eu não conseguia me mexer- Por Deus, quando foi que você criou esse corpo?
Juliana: Sai daqui, John! -gritei-
John: Deixa o papai ver como a filhota cresceu
Juliana: VOCÊ NÃO É MEU PAI!

Recebi um tapa na cara, ele me pegou pelos braços e me jogou na cama, montando em cima de mim. O ar já fugia de mim, minha asma havia atacado, eu não tinha pra onde ir, eu não tinha como falar, eu não tinha como agir. Vi ele abrir os botões da calça e quis gritar até não ter mais voz, o problema é que já não tinha, a falta de ar me impediu de gritar por socorro, as lágrimas inundavam meu rosto e quanto mais eu chorava mais dificuldade eu tinha pra respirar. Senti uma dor forte entre minhas pernas, uma dor que me tirou de mim por alguns segundos, uma dor que não se tem como explicar. Gritei sim, gritei por dentro. Meu corpo não respondia aos meus atos, foi aí que senti o ar sair completamente do meu pulmão, desmaiei.

Warrior | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora