CAPÍTULO 6

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Ney: Alessandra? -bateu na porta-
Juliana: Entra
Ney: Tem um rapaz querendo falar com você -disse seco, odiava brigar com ele-
Juliana: Ney eu..
Ney: Mando entrar ou dispenso?
Juliana: Porra! -grunhi irritada- olha, você sabe que eu odeio brigar com você
Ney: Então não faça por onde, Alessandra, eu também tenho dias ruins e nem por isso saio descontando minha raiva nos outros
Juliana: Eu não sou de fazer isso e você sabe que eu não...
Ney: Porque você tem tanta dificuldade em assumir seus erros? Não sabe dizer um simples "desculpa"?! -ralhou-
Juliana: Eu..merda! Some daqui!
Ney: -respirou fundo e negou- o que faço com o marmanjo?
Juliana: Manda ir a puta que pariu, não tô afim de receber ninguém hoje
Ney: Estamos precisando de mais homens aqui, acho que ele veio trabalhar, vai te matar ver quem é?
Juliana: Inferno! Manda entrar!

Ele saiu e minutos depois ouvi o barulho da porta fechando novamente, não dei atenção

Xxxx: Hi, my name is Luan, I came looking for work (Olá, meu nome é Luan, vim a procura de trabalho)

A voz grave ecoou pelo meu escritório com um inglês arrastado, ergui a cabeça e encarei o rapaz a minha frente, branquinho, cabelos bagunçados em um topete mal feito, barba falhada, uma camisa preta sem estampa alguma e uma boquinha desgraçada de linda. O vi arquear a sobrancelha enquanto aguardava uma resposta de minha parte.

Juliana: Your English is horrible (O seu inglês é horrível)

Indaguei indo até o lixo e jogando meu chiclete já sem gosto ali e colocando outro na boca, era sempre assim, quando não era o cigarro e o whisky eram os doces.

Luan: Você fala português? -perguntou curioso-
Juliana: Não é porque moro em Londres que falo inglês. Sou Alessandra Salvatore, a dona daqui
Luan: A cafetina de Londres, como não conhecer?
Juliana: Já que me conhece deve saber que minha paciência é curtíssima, não estou pra brincadeiras e se você está, sinto muito mas dê meia volta e suma do meu campo de visão, lugar de palhaço é no circo -fui grossa e ele riu, desaforado-
Luan: Calma aí gatinha -ergueu as mãos como rendimento- Estou a procura de trabalho, e modéstia parte, sabe que comigo você vai lucrar muito mais -disse convencido-
Juliana: Sua convicção me encanta. Preciso dos seus dados
Luan: Querida, isso é uma casa de prostituição e pra me contratar requer dados?
Juliana: Querido, essa aqui não é uma casa de prostituição qualquer, é a MINHA casa de prostituição e não um puteiro de esquina!

Ele riu baixinho e tirou os documentos dele da carteira e jogou pra perto de mim

Luan: Quer um currículo também?!
Juliana: Se possível -ironizei-

E não é o vagabundo jogou o papel na mesa também?

Warrior | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora