CAPÍTULO 86

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Alessandra: Co-Como assim?! -disse nervosa-

Minhas mãos ficaram trêmulas, minha cabeça girava e eu tenho certeza que se não estivesse sentada teria caído no chão. Isso não pode ser verdade, não pode.

Alessandra: Me diz que isso é mentira Ian, ME DIZ QUE ISSO É MENTIRA! -segurei ele pelo colarinho da blusa-
Ian: Eu queria poder dizer que é, mas não posso! -segurou as minhas mãos- eu não queria ter te contado isso assim, mas foi necessário
Alessandra: Não! -ri nervosa- você está brincando comigo não é?
Ian: Não estou Alessandra
Alessandra: Claro que está! Estamos falando do Luan! Ele nunca teria coragem de matar alguém e se fosse o meu pai eu saberia! Eu não tenho motivos pra confiar em você!
Ian: Você não conhece um terço do que o Luan é! Ele sabe o nome e o sobrenome do seu pai?!
Alessandra: Ele viu no meu RG
Ian: E qual foi a reação ele? Me diz!

Lembrei do dia em que mostrei ao mesmo, ele ficou nervoso, estranho...eu não queria acreditar que era verdade, eu não podia, ele não faria isso comigo.

Ian: Eu te contei tudo isso pelo seu bem, eu quero te ajudar nisso. Naquele dia eu não tinha reconhecido ele, mas depois eu consegui assimilar tudo e precisava vir te falar. O teu inimigo estava ao seu lado! Eu não quero saber da Lorena, nada disso tem a ver com ela, eu quero ajudar a você -disse sincero-

Meus olhos marejaram e a vontade incontrolável de chorar veio, funguei e limpei os olhos para impedir que as lágrimas caíssem. Meu coração estava apertado, era uma decepção tão grande que doía no peito, na minha cabeça passava um filme de todos os nossos momentos juntos, do primeiro "eu te amo", ele parecia tão sincero. Eu acreditaria fácil se dissesse que foi qualquer pessoa ao meu redor, mas o Luan eu realmente não esperava. A dor era tão grande. Porque ele fez isso comigo? O que eu fiz pra ele?!

Alessandra: Eu vou ver o que eu faço, obrigado por me contar
Ian: Eu não vou sair de Londres, estou num hotel aqui perto. Meu número está aqui, precisando só chamar -me entregou um cartão- não está sendo fácil pra você né?
Alessandra: Nunca foi Ian
Ian: -suspirou- Ok, vou indo então, fica bem

Ele saiu do meu escritório e assim que ele saiu eu joguei um vaso na parede. Eu não sabia o que fazer, me sentia num labirinto.

Alessandra: Você assume por hoje -disse ao Ney que assentiu-

Saí rapidamente da boate e fui pra minha casa, precisava ficar sozinha, pensar, entender o porquê disso tudo. Cheguei em casa e as lágrimas já rolavam com força pelo meu rosto, entrei no quarto e bati a porta gritando o mais alto que eu consegui, como se isso fosse aliviar a minha dor.  Dei um soco forte no espelho, fazendo o mesmo quebrar e a minha mão logo começou a sair sangue, mas eu não me importava, a dor que eu estava sentindo no peito era maior do que a da mão. Eu chorava feito criança, soluçando, choro alto, a última vez que eu chorei tanto foi na morte do meu pai, e quanto mais eu lembro dele mais me vem o Luan na mente.

Alessandra: DESGRAÇADO! -gritei chorando-
Cida: Querida está tudo bem? -perguntou atrás da porta-
Alessandra: Não Cida! SOME DAQUI!

Ouvi passos, ela saiu de lá e eu me sentei em frente a minha cama, o quarto estava todo sujo de sangue, mas eu também não me importava. O soluço alto veio e com ele uma falta de ar, tentei respirar fundo mas o choro contido não ajudava, quanto mais eu puxava o ar ele parecia se esvair, minha asma havia atacado.

Me levantei me segurando nos móveis e fui até a gaveta da escrivaninha, abri todas e não achava a maldita bombinha, meu ar estava cada vez mais longe. Entrei no closet e vasculhei alguns lugares até achar a mesma em qualquer gaveta, jogada por lá. Apertei três vezes a mesma e prendi a respiração, soltando em seguida, mais três vezes e soltei, quando senti que estava melhor joguei a mesma num canto e voltei pro quarto, me encolhi na cama e tornei a chorar baixinho, porque comigo?

Warrior | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora