Warrior | L.S

CAPÍTULO 165

Eu estava nervoso, já fazia uns 30 minitos que eles levaram ela e nada, estava quase abrindo um buraco no chão!

Hilary: Luan! -virei rapidamente-
Luan: Eu já posso ir? Cadê ela?!
Hilary: Luan, a gravidez é de risco.

Meu peito se apertou.

Luan: Como assim Hilary?
Hilary: Não conseguimos detectar antes! -suspirou-
Luan: Vocês podem mudar isso, não podem?
Hilary: Infelizmente não. Você sabe, se acontecer algo, ou é ela ou o teu filho.

Meus olhos marejaram e o choro entalou na minha garganta, isso não podia estar acontecendo...

Luan: Isso é impossível! -passei as mãos pelo cabelo e a olhei- o bebê está no tempo certo de nascer, não está?! Porque é de risco?! -perguntei agitado-
Hilary: Essas coisas acontecem Luan! Mesmo tendo feito tudo certo, acontece! Não tem explicação! A gente só não teve como descobrir antes!
Luan: Você é uma irresponsável! Como você foi deixar isso acontecer?! -disse irritado-
Hilary: Eu não mandei ela tentar abortar o bebê Luan! -disse alto- quando ela fez isso o bebê já estava bastante desenvolvido, talvez tenha ocorrido alguma alteração e não deu pra perceber! Por culpa dela o seu filho pode morrer ou ela mesma se for, e você tem que escolher, ou é ele ou é ela!

Fiquei sem ação. As lágrimas começaram a descer e o primeiro soluço veio, porquê comigo?

Hilary: Anda Luan, eu tenho um parto pra acompanhar!
Luan: O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA, PORRA?! -gritei ainda chorando- É o meu filho, é a mulher que eu amo! Como é que eu vou fazer uma escolha dessas?! -solucei-

Ela se calou.

Hilary: Eu preciso de uma decisão final, só podemos salvar um dos dois.

Eu estava sem chão, eu não podia deixar ela morrer, mas é o meu filho! Eu nunca teria coragem de escolher entre os dois. O choro veio desesperado, minha cabeça estava a mil, eu não me via sem eles, só de imaginar me doía. Meu filho, meu menino...

Hilary: Caso você não tenha uma decisão, vamos optar pelo bebê!
Luan: Não!
Hilary: Prefere que o seu filho morra no lugar de uma mulher que só fez mal pra você?! -disse indignada- ela tentou te matar Luan, e ela já tentou matar o seu filho! Ele não tem culpa de nada disso!
Luan: Eu não sei, eu não sei! -disse baixo-

Minha cabeça explodia, estava atordoado, me sentia sufocado, tinha a sensação que a qualquer momento fosse cair.

Hilary: Já que de risco, você não vai poder entrar! Fica aqui, eu vou fazer o que já deveria ter feito!

Ela saiu e caminhou de volta ao quarto.

Minha Alessandra, o meu amor...

As lembranças, nossos momentos, o seu sorriso, seu jeito, o som do riso dela, nossas noites de amor, os abraços, o jeito torto de ela dizer que me ama, a forma como me olha, nossa primeira vez juntos, o primeiro "eu te amo"...minha menina, eu não sei viver sem você.

Corri pra fora do hospital, ouvindo os gritos de Lorena me chamando. Quando pude respirar soltei o ar que estava preso e me pus a chorar novamente, eu estava sem chão, sem rumo, eu não podia fazer isso com ela, não podia.

Adentrei a igrejinha vazia que havia ao lado do hospital, me ajoelhei em frente ao altar e comecei a falar com Deus.

Luan: Meu pai, eu sei que não ando fazendo coisas que lhe convém, eu sei que estou afastado do Senhor, mas hoje eu vim aqui e pedir uma única coisa: salva meu filho e a minha mulher. -senti as lágrimas rolando novamente- o Senhor sabe do meu coração, eu não quero perdê-la, nem ela e nem o meu filho. Não me deixa ter que escolher meu Pai! Eu não sou capaz! Salva os dois, tira eles dessa situação, eu não sei se iria aguentar perder um deles. Pra ti nada é impossível, por isso que eu te imploro meu Deus, salva meu filho, salva a mulher que eu amo!

O choro embargou e eu não tive forças pra continuar, sentei sobre minhas pernas e apoiei as mãos no rosto, tornando a chorar. Eu carregava uma dor tão grande no peito, uma aflição, medo...

Luan: Salva eles Pai, por favor!