CAPÍTULO 135

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ALESSANDRA...

Depois de chorar muito eu havia dormido novamente. Acordei, tomei um banho e agora estou na frente do espelho, analisando a minha barriga redondinha, torci a boca ao perceber que daqui a um tempo eu ia perder todas as minhas roupas.

Alessandra: Já está me dando trabalho demais hein? Todos esses anos de academia por água a baixo -suspirei-

Vesti uma roupa confortável, não sei se era por causa da gravidez mas roupas folgadas estavam virando a melhor coisa da vida pra mim, e eu ainda nem criei barrigão.

Desci as escadas e me surpreendi ao não ver ninguém na cozinha, o que era ótimo, quanto mais longe dessa gente melhor. Tomei café e decidi sair por aí, faz tempo que não tomo um ar!

Avistei um táxi e pedi pra ele ir pra boate, paguei o mesmo e desci do carro, adentrando aquele lugar que tanto fez parte da minha vida.

Ney: Lore? -franziu o cenho-
Alessandra: Não reconhece mais os amigos? -ri e ele me olhou surpreso e me abraçou-
Ney: Que saudades que eu estava! -sorriu e olhou pra minha barriga, acariciando a mesma- E esse bebê aqui? Como é que está?
Alessandra: Ótimo. Aonde está os meninos?
Ney: Trabalhando. O que veio fazer aqui? Luan deixou você vir?

A que ponto cheguei? As pessoas me perguntando se o Luan me deixou fazer algo como se ele fosse o meu dono.

Alessandra: Vim matar a saudade da minha boate. E ele nem sabe que eu vim, mas também não é segredo -dei de ombros- o desenvolvimento está como?
Ney: Normal, mas a galera tá meio desanimada desde que você saiu, apesar da Lore cuidar muito bem de tudo, a boate não é a mesma sem você -sorriu fraco- vem, está podendo beber?

Ele foi a caminho do bar.

Alessandra: Água ou suco, talvez -rimos e me sentei em um dos bancos-

Ele pegou uma cerveja pra ele e um suco de morango pra mim.

Ney: Fiquei sabendo que quem vai criar o bebê é o Luan, é verdade? -assenti- tem certeza disso?
Alessandra: Tenho Ney, eu não nasci pra ser mãe e não quero esse bebê.
Ney: E acha que deixar ele ou ela com o pai é a solução?
Alessandra: Ou era isso ou eu ia tirar. Mas o Luan se prostou a criar e eu deixei.
Ney: Sei. Mas a criança vai saber que você é a mãe? -neguei-
Alessandra: Luan não pretende ficar em Londres, ele vai voltar a morar na Califórnia. Ele não quer que o bebê saiba da minha existência, posso ficar em paz! -dei um gole no meu suco-
Ney: Se você prefere assim, quem sou eu pra questionar né? -suspirou- o que vai fazer depois que ele for embora com teu filho(a)?

Está aí algo que eu não sei.

Eu nunca imaginei como seria doloroso ver ele partir e eu ter que voltar como era antes.

Alessandra: Eu não sei.
Ney: Não pensou nisso ainda, não é?
Alessandra: Não.

Ficamos em silêncio.

Alessandra: Provavelmente ele vai embora com o bebê, assumir a empresa do pai, voltar pra família dele, logo ele arruma alguém pra por no meu lugar e vai viver feliz feito família de comercial de margarina.
Ney: Tá, mais e você?
Alessandra: Vou ter que esquecer que ele existiu, esquecer que um dia eu tive um filho. Esquecer de tudo o que nós vivemos e a maneira como ele me trouxe de volta a vida...eu vou voltar a fazer o que sempre fiz, cuidar da minha boate, viver sozinha. Provavelmente Edgar volta pra NY, Fernando torna fingir que morreu e essa passa a ser uma fase da minha vida que não aconteceu.
Ney: Você não pode seguir a sua vida como se tudo o que tivesse vivido fosse um pesadelo!
Alessandra: Eu já fiz isso por tanto tempo, isso não é problema pra mim.

Warrior | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora