CAPÍTULO 103

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ALESSANDRA...

Ele sorriu cínico pra mim e acenou. Eu senti medo, angústia, eu lembrei tudo o que ele me fez e senti meu corpo estremecer. Ao lado dele estava Dayana, do outro uma garota, provavelmente Nathalia, e do outro Ian que me olhava sorrindo de canto. O policial impulsionou que eu andasse e eu me sentei na cadeira do réu, praticamente em frente a onde Stefan estava sentado, ele sorriu largo ao me ver, eu retribui o sorriso ainda nervosa.

Juiz: Temos aqui o advogado Christopher Evans, da Srta.Ferrari e o advogado Maurício Pontes, de John Carter.

John Carter, ele quem iria me colocar na prisão. Eu não acredito que ele chamou John pra me condenar, ele passou o meu caso pro John como se ele fosse a vítima, eu só me pergunto qual mentira ele inventou pra isso tudo. Olhei pra Luan decepcionada, ele me olhou frio, usava um terno de marca

Juiz: Podem começar a audiência.
Maurício: Senhor Juiz, eu queria lhe pedir que permitisse que o meu cliente conte a trajetória dele com a Srta.Ferrari, assim podemos confirmar tudo o que aconteceu e dar continuidade a audiência.
Juiz: Aceito, comece Sr.Carter.

John se levantou da cadeira onde estava e sentou do outro lado, de frente pra todo mundo. Me encarou e voltou a olhar para frente.

John: Tudo comecou quando me envolvi com Dayana, a mãe de Rebecca, Juliana e Edgar. Na época ela ainda não era casada com o falecido Fernando Ferrari, que Deus o tenha. -eu neguei com a cabeça, como ele pode ser tão cínico- ela também não tinha nenhum filho. Terminamos o caso que tínhamos, mas ela descobriu que estava grávida, então nasceu Nathalia Carter, minha filha -sorriu para mesma que retribuiu- algum tempo depois que Nathalia nasceu, Dayana conheceu Fernando, e infelizmente o homem era pobre, não teria condições de criar a minha filha, ele tinha problemas com álcool e então eu preferi criar Nathalia sozinho, longe do rapaz, Dayana a visitava sempre que possível.
Alessandra: MEU PAI NÃO ERA ALCOÓLATRA, SEU ANIMAL! -gritei furiosa-
Juiz: Ordem Srta.Ferrari! -disse alto, eu respirei fundo- continue Sr.Carter
John: Como eu estava dizendo, criei minha filha com todo meu amor. Dayana ficou grávida de Edgar, o filho mais velho, casou com Fernando e alguns anos depois engravidou novamente, e nasceram as gêmeas Juliana e Rebecca.
Chris: Permita-me Sr.Carter, mas a pouco você havia dito que o falecido Fernando Ferrari não tinha boas condições financeiras e que tinha problemas com álcool. Como foi possível ele ter tido 3 filhos com a Sra.Dayana assim, de repente?
John: Eu acho que o casamento dos dois não me diz a respeito Sr.Evans -foi debochado-
Juiz: Continue John.
John: Até então Dayana e eu permaneciamos separados, até que aconteceu de nos envolvermos novamente. Eu estava separado de minha esposa, então pedi que Dayana se divorciasse de Fernando e vivesse comigo, criariamos seus filhos juntos e tirariamos as crianças do perigo que era Fernando. Ela aceitou. Fui com ela até sua casa, criei um amor enorme pelos seus filhos, mas eles queriam o pai, crianças são assim. Mas Juliana mostrou um comportamento agressivo, desesperador, eu fiquei preocupado com a menina, uma criança normal jamais surtaria daquela forma!

Aonde esse idiota está querendo chegar?!

John: Eu conclui que a convivência com o pai, o mal exemplo havia feito isso, e acreditei que numa casa com amor, harmonia, ela teria uma boa educação e se comportaria melhor. Engano meu. Toda vez que Juliana se irritava com algo, seja o menor dos problemas, se transformava num bicho de sete cabeças, ela surtava, ficava nervosa, agressiva, e com o passar dos anos isso só foi piorando.

Ele fez uma pausa e me olhou.

John: Na adolescência, quando descobriu que seu pai foi assassinado por um agiota ao qual ele não havia devolvido o dinheiro, a menina simplesmente surtou Sr.Juiz! Me dói lembrar da cena, tivemos que a segurar, ela chorou, esperneou, gritou, queria ir pra cima de todo mundo, foi trágico!

As lágrimas já rolavam pelo meu rosto. Ele vai acabar com a minha vida e eu nem podia reagir.

John: Tentei inúmeras terapias com os melhores psiquiatras, mas conforme ela ia fazendo as consultas, conforme lembrava, ela surtava mais. Até que um dia eu acordei e fui chama-la para realizar uma outra consulta, e ela simplesmente havia sumido. Fugiu e levou os irmãos juntos, aproveitou da fragilidade dos mesmos...Juliana desde criança era uma menina astuta, foi crescendo e se envolveu com coisas erradas, pelo que sei, é por isso que ela é o que é hoje. Uma cafetina, traficante, assassina, viciada em álcool e drogas, uma psicopata, esquizofrênica, Juliana é um perigo para sociedade.

Warrior | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora