O carro

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Sabrina

Dean foi além das minhas expectativas. Apesar de não saber o que se passava ao certo em minha família, mas acredito que ele já tinha noção do "furacão" que estava se passando por ali, ele não me fez perguntas desnecessárias, e quando precisei do conforto de seu colo na noite anterior, ele me abraçou forte me deixando encorajada a chorar toda a dor e raiva que eu estava sentindo em relação aquela situação.

No caminho de volta à faculdade, ele se mostrou preocupado, pois, a todo instante ele me olhava, enquanto eu, pensativa e arrasada, olhava pela janela do carro a paisagem que se seguia.

Assim que entramos no campus, ele já conduzia o carro para o meu alojamento, percebi que Dean já estava atrasado pro treino e a única que ouviu ele sussurrar baixinho foi:

- Cueca de novo!

Não entendi muito bem, mas resolvi perguntar:

- Como assim cuecas?

- Quem se atrasa o treinador faz lavar cuecas suadas.

- Como? Suadas?! Ecaaaa! - Fiz uma careta ao imaginar.

- É! Ecaa mesmo! E hoje vai ser meu dia com certeza!

Eu percebi que eu era a culpada. Baixei minha cabeça pensativa mais aí senti Dean tocar minha perna.

- Não Sabrina! Não se sinta culpada! Eu não estou te culpando por isso. Não mesmo!

- Como posso ajudá-lo a não chegar mais tarde ainda? Eu estou me sentindo culpada mesmo você dizendo que não.

- Sabrina eu vou te deixar no seu alojamento. Não precisa se preocupar com isso. - Insiste Dean

- Dean, por favor, me deixe ajudá-lo ou fazer algo pra não te atrapalhar mais ainda. - Insisti também.

- Bem... Podemos passar no meu alojamento, pego minhas coisas de treino e você me deixa no treino. Dai, mas tarde quando o Jeff estiver no alojamento você pode deixar o carro dele. Talvez isso amenize o ódio do treinador.

- Tudo bem! Faça isso!

Deixei Dean no treino. Mas antes que ele fosse a entrada do local, ele deu a volta até a porta do motorista, onde eu já segurava o volante, e disse:

- Iai? Você vai ficar bem, Certo?- Pergunta ele cautelosamente.

Eu estava apreensiva com tudo que aconteceu ontem à noite. Tive uma conversa com minha mãe na qual ela chorou e disse ainda amar tanto meu pai. Mas ela me pediu para não culpa-lo, o que é impossível, pois ele deixou nossa casa dizendo que estava apaixonado por outra mulher da qual não sabemos nada, e nem desejo saber. Minha mãe chorou, limpou as lágrimas e logo depois me pediu perdão por ligar para mim daquela forma e envolver-me nessa bagunça. Mas como não está envolvida nisso tudo se ele é o meu pai?

Segurei forte o volante do carro e me arriscando a parecer verdade disse:

- Não se preocupe! Vai ficar tudo bem! Eu só preciso digerir tudo isso e tentar de alguma forma ajudar minha mãe. Meu pai...

Não consegui concluir o pensamento e Dean percebeu.

- Bem, eu preciso ir. Podemos nos ver mais tarde. Mas tipo; muito tarde mesmo! O treino vai ser puxado e ainda tenho um trabalho para amanhã.

- Aaah não! Já te atrapalhei demais. Vai lá e depois trocamos mensagens.

- Tudo bem então. Eu preciso ir. Tchau e se cuida, tá?

Ele me olhou estranhamente do tipo que queria dizer algo a mais, mas se conteve. Ele se afastou de mim segurando sua mochila de treino e sorriu meigamente. Depois que ele sumiu, eu liguei o carro e segui até o meu alojamento. Estava exausta e precisava descansar.

As Regras do Jogo - Dean e Sabrina - Coleção  Amor em JogoOnde histórias criam vida. Descubra agora