Capítulo 23:

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Chegamos a casa do meu pai e eu fui para o meu antigo quarto arrumar o resto das minhas coisas enquanto que o Paul ajudava o Alex, assim que arrumamos tudo metemos no carro para levar para a minha nova, mas vamos ter de fazer no minimo duas viagens. Enquanto que eles levaram algumas das coisas para a casa, eu liguei ao Liam para lhe dizer que só iria dormir mais uma noite na casa grande, o Alex iria dormir em casa do Paul e eu iria faltar ás aulas para puder arrumar tudo com a ajuda deles os dois. O Liam ficou muito contente por finalmente conseguir ter a minha liberdade, e de preferência sem o meu pai, mas tambem ficou triste por já não estar na casa grande.

Assim que eles chegaram metemos o resto das coisas no carro e partimos, quando chegamos tiramos tudo do carro e metemos na sala junto das outras. Começamos a dividir as caixas e malas e po-las nos respetivos quartos para ser mais fácil de arrumar amanhã. Voltamos para casa do meu pai pois tinha lá a minha mota. A fome já apertava por isso fomos á cozinha e por sorte a Mary tinha acabado de fazer um bolo. Esta mulher é uma santa. Comemos o bolo juntamente com o Paul e a Mary, que não queria muito ao inicio mas nós lá a convencemos. Ouvi-mos a porta da frente a ser aberta e fechada, era o meu pai.

''Lisa? Que estás aqui a fazer?'' - perguntou admirado, e demasiado calmo para o meu gosto.

''Vim buscar o resto das minhas coisas e as coisas do Alex. Já temos casa e hoje o Alex ja. cá não dorme.'' - disse secamente e não o encarando.

''Lisa, eu acho que pudemos resolver as coisas, eu não acho necessário que vás embora daqui.''

''Caso não se lembre foi o senhor que me mandou embora.'' - disse encarando-o finalmente.

''Eu estava de cabeça quente, o que tu fizeste foi muito errado, tu não devias ter feito aquilo, principalmente ao teu pai.'' - disse pondo a sua pasta em cima do balcão da cozinha.

''Alex, vai para a sala vais lindo, a mana tem de falar com o pai.'' - disse dando-lhe um beijo na bochecha. Ele assentiu e foi para a sala.

''Lisa, que querias que fizesse? Ma minha filha tinha acabado de me bater, querias que te enchesse de beijos? Não sei como foste capaz de fazer aquilo, foi muito cruel.''

''Se eu bati foi porque tive motivos, alem do mais, o pai tambem já me tentou bater, felizmente estava alguem para me proteger.''

''Estás a falar daquele miudo sem educação nenhuma que me ameaçou. Zayn ... é esse o nome do teu namorado não é? Foste muito rápida a arranchar alguem.''

''Se o Zayn é meu namorado ou não isso não lhe diz respeito. Mas o pai tambem não pode falar muito fisto que já andou com duas pessoas ao mesmo tempo.'' - digo continuando a comer e falando calmamente. Não como é que nenhum de nós ainda não passou dos limites, parecemos amigos, mas somos tudo menos isso.

''O que nos aconteceu Lisa? Antes do divorcio nós eramos tão chegados, tinhas uma melhor relação comigo do que com a tua mãe. Tu dizias que eu era o teu heroi, o que te aconteceu para agora me passares a odiar?'' - perguntou com lagrimas a formarem-se nos seus olhos.

''Eu não o odeio. Só acho a sua existência inutil.'' - digo olhando para ele sem mostrar qualquer sentimento de pena.

''Lisa não me fales assim. E já chega, eu estou aqui a tentar resolver as coisas e tu sempre a mandar facadas.'' - disse falando um pouco mais alto - ''Se queres ir embora vai, não quero saber, mas daqui o Alex não sai. Ligaram-me do colégio, que raio te deu na cabeça para dizeres aquilo á diretora? Não foi essa a educação que te dei'' - disse com ar sério. Soltei uma gargalhada bem alta. - ''Mas estás a rir-te de quê?'' - perguntou cheio de raiva.

''Mas o senhor ainda tem a lata de dizer que me deu educação? O senhor abandonou-nos no momento mais dificil das nossas vidas e ainda vem falar de educação, que quer respeito. Eu digo-lhe se o visse no meio da rua a pedir esmola, socorria primeiro um cão do que a si. Você não tem o direito de querer ficar com o Alex, ele vem comigo, ele quer vir comigo, ele é feliz comigo, sempre foi e não vai ser agora que isso vai mudar. O senhor não merece ninguem, a Susan é uma mulher fantástica, e sinceramente não sei como é que ela o aguenta. O senhor vai acabar sozinho, pode ter tudo, dinheiro, empregados, uma boa casa, tudo e mais alguma coisa, mas o senhor não tem amor, amigos, não tem nada e vai morrer sozinho e ninguem o vai ajudar.'' - disse com raiva já de pé ao seu lado. Notava-se bem a sua raiva, só lhe faltava mesmo o fumo a sair pelas suas orelhas, dou por mim a sentir um ardor na minha bochecha direita, ele tinha acabado de me bater, mas o pior disto tudo, é que o Alex viu. Ele está na porta juntamente com Susan que tinha acabado de chegar e ambos ficaram de boca aberta quando viram o que se passou.

''Como é que o senhor foi capaz de bater na minha irmã?'' - disse Alex pondo-se á frente do meu pai que continuava cheio de raiva.

''Tu cala-te miudo, eu já sei o que fizeste no colégio e não gostei nada, por isso não te metas aqui como o santinho nesta história toda.''

''Se fiz o que fiz no colégio é por causa do que o pai fez no passado. O senhor não tem o direito de bater na minha irmã só porque lhe apetece, quando vim para Londres até que estava feliz por finalmente voltar a ver o meu pai que nos abandonou, mas quando chego não vejo pai nenhum. Como a Lisa diz você não é nosso pai, é dador de esperma, e mesmo assim já muito.'' - quando dou por mim só vejo a mão do meu pai na cara do Alex. Mas agora ele passou dos limites e muito. Fui até ao Alex e abracei-o, nunca ninguem lhe tinha batido, eu acho isso algo nogento que nunca se deve fazer, principalmente aos filhos.

''Mas agora o senhor passou todos os limites, o senhor até me podia espancar até á morte, já passei por coisas bem piores, mas se há coisa que eu não admito, é que fassam o Alex sofrer, e o senhor nunca mais vai por os olhos em cima dele. Está visto que o senhor não merece a nossa atenção. Eu só não percebo uma coisa, se era para fazer isto tudo, porque é que nos obrigou a vir para Londres? Certamente deveria pensar que o Alex iria continuar aquela criança que se desliga do mundo quando tem um brinquedo novo e que eu continuaria a ser aquela criança ingenua que o senhor pensava que eu era, mas lhe digo uma coisa, eu era tudo menos ingenua. Eu hoje com 19 anos sei mais do que o senhor aprendeu em toda a sua vida.'' - disse com completo nojo daquele homem que se encontrava á minha frente. - ''Ainda queria que o Alex ficasse consigo, muito irónico não é? Eu já estou farta de olhar para a sua cara, a partir de hoje já não tenho mais nada que me ligue a si, por isso faça um favor,esqueça que nós existimos que nós já o fizemos. Espero nunca mais ver a sua cara á minha frente. O senhor ainda é pior que o bastardo do diabo, e olhe que estou a ser simpática.'' - digo pegando na mão do Alex e dirigindo-me para a porta de saida.

''Se voltares a sair por essa porta podes esquecer a universidade e o colégio do Alex. Não vais voltar a sobreviver ás minhas custas, nunca mais.''

''Nunca fiquei tão feliz por ouvir isso. Espero que morra no inferno.'' - disse saindo por aquela porta sem ouvir a resposta do meu pai. Paul já estava á espera do Alex e ficou um pouco preocupado quando viu a cara do Alex cheia de lágrimas, despedi-me do Alex e dirigi-me para a minha mota seguindo para a casa grande, tentei ao máximo forçar as minhas lágrimas a irem para dentro, mas eu tambem tenho sentimentos e ver o Alex naquele estado destruiu todos aqueles que me mantinham forte deixando apenas os me fazem sofrer.

Cheguei á casa grande e entrei. Todos me dirigiam a palavras com várias pergu tas aue nem me dei ao trabalho de ouvir, ignorei todos subindo as escadas a correr fechando-me no quarto, escorreguei pela porta e deixei todas as lágrimas sairem. Alguem bateu á porta, mas simplesmente voltei a ignorar, não estava com paciência para aturar ninguem.

''Lisa, abre a porta, quero falar contigo.'' - era a El, mas mesmo assim ignorei. - ''Anda lá Lisa, tu precisas de um ombro amigo, e eu prometi á Lucia que iria ser sempre esse ombro quando ela não estivesse cá. Deixa de ser casmurra e abre a porcaria da porta.'' - disse um pouco mais alto. - ''Lisa anda lá. Eu só quero ajudar-te.'' - levantei-me e abri a porta.

Assim que ela viu o meu estado abraçou-me com muita força fazendo com que eu desabasse ainda mais em lágrimas. Ela sentou-se na cama dizendo para eu me deitar, assim fiz e deitei a minha cabeça nas sua pernas enquanto que ela me fazia carinhos nos cabelos.

''Queres falar? Sabes que me podes contar tudo, a minha boca é um tumulo.''

''Foi o meu pai ... aquele filho de um corno teve a decensia de me bater. Mas pior, ele bateu no Alex, mas porque raio é que aquele monte de merda não nos deixa em paz, estou farta.'' - digo continuando a chorar.

''Porque é que ele vos bateu?''

''Porque o enfrentamos com o passado e ele não gostou. Ele é do tipo de pessoa qu gosta de falar. não ouir resposta, mas eu sou totalmente o contrário dele.''

''Que tem o passado assimde tão mau para tu sempre que falas nele ficas assim?''

''Eu não sei se estou preparada para falar disso El. Não é algo de que me orgulhe e ainda custa engolir certas coisas.''

''Eu compiendo. Mas sabes que faz bem desabafar.''

''Eu sei, mas eu não quero que me julgues pela pessoa que fui.''

''Isso não irá acontecer. Não me importa o que foste, importa-me o que és agora para mim. Eu nunca te iria julgar.''

Through The Dark. || Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora