Through The Dark. || Z.M

Capítulo 24:

''Sendo assim, penso que não faz mal desabafar. Mas tens de prometer que nunca ninguem saberá, para além do Tiago só a Lucia o Bruno sabem. Tens de jurar por tudo El.'' - disse enquanto a olhava nos olhos.

''Prometo que nem o Louis vai saber, só nós e as paredes. Elas podem te ouvidos mas não vão contar nada.'' - disse rindo um pouco no fim.

''Ok então aqui vai. Quando eu era pouco mais nova que o Alex, a minha familia era considerada 'normal', os meus pais tinham um casamento feliz, bons empregos, dois filhos que tinham sempre um sorriso na cara e com boas notas, enfim eramos uma familia feliz. Mas ouve um dia em que a minha mãe tinha ficado a trabalhar no turno da noite, como o meu pai trabalhava mais em casa tambem aproveitor para adiantar uns casos quaiquer. Para não o aborrecermos eu e o meu irmão, fomos para a casa da vizinha que era como a nossa ama por assim dizer. Eu e o Alex estavamos a brincar, até que eu tive a brilhante ideia de ir a casa buscar a minha boneca, pedi á senhora para me deixar ir lá e ela lá deixou já que as casas eram vizinhas, depois de ir buscar a boneca lembrei-me de ir dar um beijo ao meu pai, porque o mais provável era nós não dormir-mos em casa.'' - disse fazendo uma pausa. - ''Então eu fui até ao escritório do meu pai, e quando lá entrei ele estava com uma mulher. Aquilo foi nojento, não é propriamente fácil uma criança de 9\10 anos ver o pai a trair a mãe. O meu pai para mim era unico, era um pai super presente apesar do trabalho, levava-me sempre ao cinema ver os meus filmes preferidos, ele era o meu heroi. E eu gostava muito dele, e para mim ver aquele momento foi como um balde de água fria.'' - as lágrimas já estavam novamente a sair. - ''Desde esse dia que eu quase não falava com o meu pai, só quando era obrigada. Passei pelo menos uns dois meses sem que ele me tocasse, eu tinha nojo dele.''

''E tu nunca contaste á tua mãe?'' - perguntou enquanto limpava as minhas lágrimas.

''Nunca tive coragem. Quando tinha mais ou menos 12 anos, os meus pais separaram-se porque a minha mãe apanhou o meu pai na cama com a melhor amiga dela. Depois do divorcio o meu pai voltou para Inglaterra e nós vomos para casa da minha avó, a minha mãe nunca voltou a ser a mesma, tornou-se um pouco distante, com o divorcio eu e o Alex aproximamo-nos bastante, tentavamos confortar a nossa mãe mas não conseguiamos. Aos 15, deixamos de ter sinais de vida do meu pai, ele nunca mais nos tinha ido visitar, não nos ligava e nem mandava a pensão de alimentos, fiquei muito triste quando o nosso pai nos abandonou, apesar do que ele tinha feito ele continuava a ser meu pai e eu não me esquecia disso. Alguns messes depois aconteceu a pior coisa que podia ter acontecido. Uma noite quando estavamos todos a dormir alguem entrou em casa da minha avó. Ninguem tinha dado conta, mas todos acordamos com um estrondo um pouco alto, eu levantei-me e fui chamar a minha mãe porque estava com medo, mas quando entrei no quarto da minha mãe só vi um homem a saltar pela janela, e a minha mãe morta, em cima da cama cheia de sangue á sua volta. Foi a pior imagem que alguma vez vi e ainda hoje não a consigo tirar da cabeça''

''Desculpa, eu não sabia que a tua mãe tinha morrido.''

''Não tens de pedir desculpa. Depois da morte da minha mãe, eu e o Alex fizemos esta tatuagem.'' - disse mostrando a tatuagem com simbolo do yin yang que tenho no pulso direito. - ''Dicemos que nunca nos iamos separar mesmo que tentassem. A partir desse dia nós faziamos tudo juntos, ajudavamo-no um ao outro a enfrentar a morte da nossa mãe, mas por mais que eu tentasse não conseguia ultropassar o que tinha acontecido. Foi ai que eu conheci o Tiago, um dia fui a um bar, para esquecer de que a minha vida era uma merda, eu já estava um pouco bebeda e quando dei por mim, já estava a fumar erva com ele e os colegas, conti tudo o que se tinha passado ao Tiago, desde a traição do meu pai até á morte do meu pai,  não sei como ele convenceu-me que a culpada da morte da minha mãe foi a sua antiga melhor amiga que se tinha enrolado com o meu pai. Eu estava sobre o efeito do alcool e da droga, não me consigo lembrar bem de como as coisas foram, mas eu sei que estava  com raiva, magoada e com sede de vingança. Eu não era assim e nunca quis ser. Dessa noite a ultima coisa que me lembro é de ver aquela mulher mota no chão da casa dela e eu com uma arma na mão.''