O fogo pode queimar, mas a gasolina é o gatilho.
Aparentemente, Lexie e Kian não são bons. São autodestrutivos e renegados.
Quando seus olhos intensos se cruzam, todo o curso de suas vidas céticas muda. Eles sabiam que a aproximação poderia causar u...
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A minha cabeça está girando, dando voltas sobre as razões ou decisões que o levaram a fazer isso. Tanto que não vi que estava batendo a porta do carro e andando com passos muito pesados até Aidan. Meu peito queimando em raiva, borbulhando sentimentos que eu nem sabia que existiam. Acho que estou chegando perto deles. Minha visão está embaçada e minha garganta arde como se estivesse em chamas.
— Lexie?
Aidan parece assustado. Assustado e amedrontado.
Eu estou respirando rápido demais, o vento está forte e não sei como me manter de pé. Eu estou tremendo. Minhas pernas fraquejam pelo simples comando de andar. Elas não estão me obedecendo. Por isso, apoio uma mão no muro de tijolos avermelhados, tentando formular uma frase. Mas nada sai. O tremor agora se expandiu para todo o meu corpo. É a maldita raiva. Só que ela não é mais forte que a dor. Como se pudesse ler meus pensamentos, ele suspira, tirando a mão que envolvia a cintura dela.
Levanto a cabeça para olhar quem é. É claro que é ela. Cassandra, a idiota que finge estar constrangida. Com toda certeza é fingimento, porque ela deve estar feliz com o circo que ela provavelmente armou. Eu nem a conheço direito e já não suporto sua presença.
— Você não é nem um pouco melhor que eu. — consigo dizer algo enquanto ele me olha com os olhos culpados.
— Eu fiquei com raiva, Lexie. No dia em que Kian veio pra cima de mim e depois a sua ligação no hospital... — ele suspira, parecendo derrotado. — Eu não estava pensando direito. Só queria que você sentisse a mesma dor que eu.
Ele começa proferir as palavras muito rápido e tudo começa a fazer sentido na minha cabeça. É claro que ele não havia me perdoado tão rápido. Foi por isso que ele pareceu tão amável e me convidou pra almoçar. E disse todas aquelas coisas. Ele estava mentindo o tempo todo. O tempo todo.
— Então você simplesmente mentiu sobre tudo? Enquanto se esfregava nessa idiota? — desapoio do muro, tentando puxar o ar necessário para meus pulmões.
— Me desculpa.
Ele repete a pequena frase várias vezes, dando eco na minha mente perturbada. Acho que vou cair quando vejo o chão aos meus pés girar. Ele era o meu lar. Meu porto seguro. Apesar de eu achar que mereço isso, não diminui minha dor. A dor que se expande dentro de mim, junto com o desespero. O desespero de saber que não tenho mais o meu lar.
— Eu passei muito tempo amando você. — seu tom deixa transparecer todo o cansaço. — Confiando em você e acreditando nas suas mentiras, Lexie. — me forço a engolir o nó gigante que me sufoca. Ele não vai me ver chorar. — Por mais que eu me sinta um idiota, você merece isso. — a raiva brilhando em seus olhos.
Minha cabeça parou de girar, meu coração parece que voltou a bater e posso sentir a neve caindo em finos flocos de início de inverno sob a cidade. Acho que, de algum modo, a neve conseguiu amenizar meu grito silencioso. Meus passos de volta para o carro, minhas mãos trêmulas digitando o número de Aurora. Acho que, no final das contas, eu não consegui ligar o carro ou o conduzir. Estava longe dali. Minha mente não estava em frente ao restaurante, vendo Aidan abraçar a loira de batom vermelho reluzente.