— CALA A BOCA! — gritei em ódio pela primeira vez em muito tempo.
Gritei com Corey por estar falando demais sobre como eu era inconsequente ao invés de me dizer o que estava acontecendo com ela. Aurora havia dado entrada no hospital da cidade em choque, com as olheiras no mesmo lugar e a mancha de sangue a vista. Eu não entendo o porquê dela não querer me ver. Desde que ela magicamente me deu um sorriso forçado depois de ser liberada e disse a Corey para simplesmente me barrar, porque precisava de um tempo sozinha.
Um tempo sozinha?! E como eu fico?
Sem saber de absolutamente nada.
— Você vai sentar e se acalmar. — ele força meus ombros para baixo, me fazendo afundar no sofá.
Tiro suas mãos de mim e passo as mãos nervosamente pelo rosto. Sophie está dentro do quarto de Aurora há uma hora. E já fazem dois dias que ela saiu do hospital. Fazem dois dias que eu não sei o que aconteceu e o que acontece com ela. Só apareci em um dos meus turnos da pizzaria, faltei na faculdade hoje e nem apareci no estágio.
Mas Aurora não é o único motivo. Há algo dentro de mim que se sufoca quando penso em nele. Ele desapareceu como pó e a última pessoa que teve notícias dele foi Corey, quando o avisou que estávamos no hospital.
Sophie caminha pelo corredor com uma cara nada boa. Mas força um sorriso.
Contrastando com a luz das janelas da sala, o pescoço dela parece exibir firmes desenhos de dedos grossos. Não é um desenho. Sophie têm marcas roxas como as dos braços que eu vi na noite da exposição. Ela percebe que estou analisando-a e tapa o pescoço com as mãos sutilmente, massageando-o.
— Ela está bem. Só precisa de mais um tempo.
— Tem alguma coisa que vocês não estão me contando. — me levanto do sofá e Soph entrelaça os dedos das mãos, tomando uma expressão compreensiva.
— Claro que não, querida. — coço as palmas na calça jeans, agoniada.
Odeio — odeio — que mintam para mim. Soa hipócrita na minha situação, mas é verdade.
— Quer saber? Cansei. — pego meu celular na mesa de centro e levanto-me, pronta pra dar o fora do lugar que me mantém sufocada.
— Alexie! — Corey me chama, mas eu já estou fora.
Bato a porta com tanta força que o faxineiro me olha com estranheza. O que eu mais preciso agora é de um cigarro e algo que me tire da realidade. Não aguento nem mais um segundo desse tormento.
Já estou na segunda dose de tequila quando meu celular toca. Ignoro. Chupo o limão e faço uma careta por causa do sal que se mistura com o azedo. Logo depois, estou com a tequila queimando em minha garganta como se fosse gasolina. O homem alto e com uma aliança brilhante no dedo me olha como se eu fosse a carne mais saborosa da churrascaria. Babaca.
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Through Collision
RomanceO fogo pode queimar, mas a gasolina é o gatilho. Aparentemente, Lexie e Kian não são bons. São autodestrutivos e renegados. Quando seus olhos intensos se cruzam, todo o curso de suas vidas céticas muda. Eles sabiam que a aproximação poderia causar u...