O fogo pode queimar, mas a gasolina é o gatilho.
Aparentemente, Lexie e Kian não são bons. São autodestrutivos e renegados.
Quando seus olhos intensos se cruzam, todo o curso de suas vidas céticas muda. Eles sabiam que a aproximação poderia causar u...
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Há certos momentos em que nós decidimos ignorar alguns sinais. Mas as pessoas dão sinais para tudo. Quem quer ficar, quem quer ir, quem mente, quem diz a verdade... Absolutamente tudo. Isso difere uma das outras, e é por causa dos sinais que grandes glórias e tragédias ocorrem.
— Você... Vocês? — ela olha para Kian, mantém as orbes em mim.
Seus longos cabelos louros estão caindo para trás, juntamente com a calma entre nós. Meu peito se fecha conforme ela ultrapassa os cacos de vidro e encara uma garota covarde.
Isso só pode ser um sonho ruim. Um pesadelo daqueles que acordamos em vinte ou trinta minutos.
Mas não é um pesadelo. É real, completamente palpável.
— Nós... — Aurora põe as mãos nos ouvidos, bloqueando as palavras dele.
Meu coração dói.
Meu corpo dói.
Tudo se resume a dor.
— Eu não quero ouvir. — ela desliza as mãos pela nuca, olhando diretamente para mim. — Mas você... Ah, meu Deus, por que não me disse? Você tinha que ter me dito. — ela cai em lágrimas e um nó gigante se forma em minha garganta. — Lexie, por quê? — balanço a cabeça em negação, porque eu não consigo proferir palavra alguma. — Por que mentiu pra mim desse jeito? Você era minha amiga. — seu olhar caí para o chão.
Eu tenho a sensação de estar sendo engolida pela sala. Pelos cacos de vidro no chão, pelo choro agonizante de Aurora. Por tudo. Ela abraça o próprio corpo, esperando uma explicação. Eu estou juntando cada mínima força para dizer algo.
— Eu tive medo de perder você. — Aurora enxuga os olhos com as costas das mãos, mas as lágrimas continuam desesperadas para saírem.
— O Corey fez tantas insinuações, meu Deus... Ele teria me dito se eu pedisse. Ele teria me dito tudo. Mas você não. — Aurora parece se segurar em seu próprio corpo, fungando ao arrancar todos os sentimentos bons que tive com Kian. — Você teria mentido pra mim. Você nem ao menos sentiu culpa? Não sente o mínimo de remorso?
— Eu me apaixonei por ele, Aurora. Você quer a verdade e eu não consigo mais mentir. Ontem quando ele procurou, eu ia contar hoje. Nem que tivesse que ir até o aeroporto para te dizer. — as palavras vão pulando da minha boca sem vida, como se algo ruim que meu corpo estivesse expulsando.
Eu me lembro de quando ela me enviou mensagens dizendo que iria com Sophie para casa, para resolver uns problemas com o pai.
Então tudo desmorona. Aurora se aproxima mais um pouco de mim, só o bastante para sua mão vibrar em minha face. A sala me sufoca de novo, querendo me engolir e drenar todo o meu pouco autocontrole. Aurora levanta a mão novamente, mas as mãos de Kian a param. Quando eu a olho sei que o tapa doeu muito mais nela do que em mim.
