Capítulo 12| Talvez você seja meu

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No dia seguinte, acho que já passam das cinco da tarde, mas Kian e eu ainda estamos ajeitando os quadros

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No dia seguinte, acho que já passam das cinco da tarde, mas Kian e eu ainda estamos ajeitando os quadros. Que por sinal, estão absolutamente incríveis. Termino de posicionar o último e apoio as mãos na cintura. Ele está um pouco afastado, tragando seu cigarro até o fim. Já é o segundo.

Eu já fumei por muito tempo e depois decidi parar, fazia parte de um lado meu que não é nada bonito. De vez em quando ele acorda. Esses são os piores dias. E posso dizer que todos eles foram quando Kian chegou perto demais e abaixei a guarda por tempo demais. Suspiro e caminho até ele, com as mãos ainda nos bolsos da jeans. O céu não está mais claro, as nuvens estão em maior quantidade. Não há sol.

Rabisco o cigarro avulso no meu caderno de desenhos, apoiando-o em minha coxa. Faço os traços arredondados das nuvens com um lápis mais escuro. Eu desenho rápido e por isso meus desenhos são sempre mais escuros, caóticos.

— Quer? — ele me oferece o cigarro e eu nego, encarando o teto transparente.

Transfiro o resto de detalhes das nuvens e dou uma espiada no cigarro entre os lábios de Kian. É um erro que eu imediatamente reconheço, porque seus olhos estão em mim. Mais especificamente, no meu caderno. Eu o fecho com cuidado, não tirando meus olhos dos dele.

— O que é?

— Você é bonita pra caralho.

Olho para o lado contrário, não posso deixá-lo me ver sorrindo por isso.

— Que horas começa a exposição? — apoio a lateral do corpo no único espaço que não tem um quadro bonito enfeitando-o.

— Às oito. — ele fica mais atraente do que o normal soltando a fumaça da maldita nicotina. Limpo a garganta e ele pousa a destra no cós da calça, afastando parte da jaqueta. — Gosta de poesia? — franzo a testa e assinto. Kian termina o cigarro e o amassa com o pé. — Rupi Kaur? É a única que conheço.

— Eu amo as poesias dela. Por quê?

— Curiosidade. — não sei o que dizer, nem mesmo como me mover.

Kian está sempre mudando a direção das coisas, então me contento em não puxar mais assunto. No entanto, meu caderno se enche de olhos perigosos e hipnotizantes.

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