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*30 de outubro de 1994*
Bill não era particularmente fantasioso - a destruição de maldições tendia a tornar um forte cinismo os relatos de fantasmas vingativos ocupando tumbas escuras e úmidas -, mas ele acreditava que a casa dos Potter em Godric's Hollow era assombrada. Não era assombrada por espíritos zangados, mas pela névoa de emoção persistente.
Havia o desespero e o terror de pais cujo amor pelo filho não tinha limites escritos nas cicatrizes das paredes despedaçadas atingidas por feitiços destrutivos quando James Potter lutou por sua família, quando Lily Potter implorou pela vida de seu filho. Havia o horror de uma criança que tinha visto sua mãe sendo morta protegendo-o, rabiscada no caos que restava do quarto de bebê. E mais, havia a perda devastadora da jovem família evidente nos remanescentes preservados do último dia dos Potter como uma família - os pratos empilhados no escorredor, o jornal do dia dobrado casualmente no braço do sofá, os brinquedos de bebê bagunçados no chão em frente à lareira.
Era de partir o coração.
Como muitos do mundo bruxo, Bill lembrou-se das celebrações que se seguiram à noite em que Voldemort foi derrotado por Harry com um carinho nebuloso, embotado pela distância e pela infância. Lembrou-se de trechos da festa que havia acontecido na Toca com seus vizinhos comendo, bebendo e se divertindo - a certeza infantil de que algo fundamental no mundo havia mudado e que os adultos estavam felizes. Lembrou-se de não ter pensado nos Potter, nem mesmo de passagem naquele dia.
Ele tinha pensado sobre eles mais tarde em sua vida de uma forma abstrata quando tinha idade suficiente para entender como a mudança que ele tinha observado havia acontecido; quando ele ouviu sua mãe acalmar Ginny para dormir com contos do Menino Que Sobreviveu; quando o primeiro Halloween que ele passou fora de Hogwarts fez seu pai retirar o uísque de fogo após o jantar e fazer um brinde para aqueles que perderam suas vidas na guerra. Bill também sabia que no ano seguinte ele não repetira aquele brinde e não apenas porque estivera no Egito, mas porque não pensara em fazê-lo.
Ele não tinha pensado.
Em retrospectiva, um brinde avarento - um brinde que nem sequer reconhecia o sacrifício dos Potter - era tão inadequado e insuportável que Bill foi duramente pressionado para encontrar as palavras que expressavam o quão malditamente inadequado era.
Se o pedido de Harry no artigo do Profeta de que ele desejava que o mundo dos bruxos honrasse seus pais tinha parecido um desconfortável chute na bunda, o chalé foi um soco no seu estômago. Bill ficou tão envergonhado que não aguentou.
Eles estavam na casa há duas semanas, arrumando cada quarto, após verificações cuidadosas de cada item, para se certificar de que nada era uma horcrux. Eles começaram a partir da porta da cozinha e se moveram pela casa. Os pratos estampados com o brasão da Casa de Potter haviam sido retirados do escorredor e empilhados em um baú com outras louças. O jornal na sala de estar tinha entrado em outro baú cheio de outras coisas para Harry analisar quando estivesse pronto. Os brinquedos de bebê tinham entrado em outro baú, embora Bill tivesse mantido o cachorro preto de pelúcia macia com sua orelha meio mastigada e dado a Sirius pessoalmente.
Eles tinham deixado o berçário por último por causa do dano estrutural; a parede exterior explodiu em pedacinhos; o telhado em perigo de entrar em colapso na sala. Eles encontraram um punhal perto do que restava do berço; feito de lâmina de aço com um punho incrustado de rubi que não tinha enferrujado apesar das condições. O punhal não era uma horcrux, mas Bill sabia com certeza que tinha sido planejado para ser usado como um. Eles colocaram de lado naquela manhã em uma caixa preta escura. Seria examinado por Bertie antes de discutirem o que fazer.
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Um Plano Maroto [TRADUÇÃO]
FanfictionE se Sirius decidisse ficar na Inglaterra e cumprir sua promessa de criar Harry em vez de se esconder em algum lugar ensolarado? Mudanças acontecem com aquela simples mas tão importante decisão...