Capítulo 26

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                        Hades.PoV

Depois que meu breve momento de fraqueza foi interrompido por Urie, tive que correr na direção dos muros do castelo para observar o tamanho do problema que tinha aparecido nos nossos portões e quando passei pelas centenas de soldados assustados e fadas refugiadas alegres, percebi que os nossos visitantes não eram quem eu estava pensando. Quando meus olhos finalmente viram o exército em questão parado em frente aos nossos portões, confesso que fiquei dividido entre dar um suspiro de alívio e saciar minha vontade de entrar em um portal e sumir só para não ter que lidar com aquilo.

Fadas..

Milhares delas... De todos os tipos de castas e cores e os assustadores dragões da qual Urie desesperado me contou na verdade eram Wyverns, um bando de lagartixas voadoras que as pessoas insistiam em chamar de dragões só porque também cuspiam um pouco de fogo. Olhei para Apolo, que estava ocupado perto da atalaia central, ditando ordens de defesa de prevenção aos arqueiros, caso fossem hostis... Eu podia sentir sua frustração mesmo daqui, afinal, se não fossem esse bando de fadas em nossa porta, só os deuses saberiam em que posição eu estaria naquela mesa agora.

Meu odioso pai, o rei das fadas, ao lado do filho e da esposa, diziam alguma coisa para Lucian, que estava dividido entre auxiliar as tropas do castelo e escutar sugestões de ação dos generais humanos, que em sua maioria estavam pálidos e afoitos pela enorme massa de contigentes a espera na frente de Toca do Lobo. Eu não vi Lino em lugar algum, o que era bastante incomum, geralmente ele fazia questão de ser visto por mim, de um jeito as vezes bem irritante.

Os lanceiros do exército carregavam o brasão da sua deusa Liti, a gêmea que criou as fadas... Haviam imagens de Valknut bordadas em todas as bandeiras que eu via seguradas pelos portas bandeiras... Não era o brasão oficial do reino das fadas, mas estava conectado a cultura deles... De repente, algumas fadas de diferentes castas se puseram a frente do grande  batalhão, eram sete ou oito, não dava para vê-los direito pela distância.

Deviam ser os líderes.... Olhei para os soldados faes prostrados nos muros perto de mim e percebi que todos eles pareciam esperançosos diante do exército o que me dava ainda mais certeza de que não eram uma ameaça a curto prazo para mim. No entanto, não pode deixar de me perguntar quem eram eles de verdade. Não havia nada nos livros sobre cultura faérica que mostrassem uma organização independente no reino das florestas profundas.. Isso era um problema, eu tinha que ficar a par de tudo rápido.

Fui tirado dos meus pensamentos pelo som irritante da voz de Lino, que tinha acabado de pousar ao meu lado com um sorriso animado na sua cara.

---Vossa Majestade...

---É Lorde...._corrigi, sem tirar os olhos dos oito.---A sua majestade está perto de Lucian aliás..

Lino suspirou, ajoelhando-se mesmo assim.

---Não há necessidade de alarde meu Lorde..._avisou, a última parte saindo com dificuldade da sua boca.---Essas fadas não são uma ameaça..Veja!_Ele então apontou para o centro do  exército.---São apenas fadas comuns, refugiadas do nosso reino.. Os outros são parte dos guerreiros de Liti... Eu pensava que já não existiam mais depois da invasão, nunca me ocorreu que ainda existiam tantos assim.

Quando olhei para onde Lino apontou seu dedo, percebi que de fato, ele tinha razão.. No centro do exercito, com expressões assustadas e fatigadas, haviam faes vestidos com roupas comuns... Sem armadura ou arma, apenas com carroças e sacos de comida e objetos pessoais... Haviam feridos, muito feridos e a maioria deles era puxado por uma carroça ou macas improvisadas.Idosos e crianças ficaram mais ao centro, cercada de soldados grandes, provavelmente alfas.

Desolação do Ômega(Romance Gay)[LIVRO 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora