Desolação do Ômega(Romance Gay)[LIVRO 2]

Epílogo

Sete meses depois.

Hades.PoV

--- Por tudo o que é sagrado, será que você poderia por favor tirar essa coisa de perto de mim?!Eu sinto uma vontade imensa de vomitar toda vez que você tenta me empurrar a força...

---Não seja teimoso, você tem que por algo no seu estômago..._ouvi Apolo dizer enquanto segurava uma colher cheia de sopa perto da minha boca, com os olhos dourados ardendo de preocupação.---Está se alimentando por dois agora, lembra?!

Suspirei, me remexendo na cama.

---Para que?!Para que a minha barriga fique mais gigantesca do que já está?! Eu não sei se você percebeu mas estou parecendo um suíno..._resmunguei.--- Eu mal consigo caminhar por causa do quão pesada essa coisinha em meu estômago consegue ser... Isso é tudo culpa sua... Enterrando seu pau em mim como se estivesse desesperado...

Apolo suspirou, colocando o prato de sopa na cabeceira ao lado da minha cama... Seu cabelo dourado estava curto e quase não se via mais aqueles lindas ondas douradas e lustrozas como fios de ouro... Havia barba bem rala em seu belo rosto lhe dando uma impressão de idade e o seu corpo musculoso quase não tinha mudado... Ele estava bem, considerando tudo o que passamos há tão pouco tempo... E apesar de todos os seus pensamentos estarem voltados para nossa filha, eu sabia que ele não estava pronto para conversar sobre o que aconteceu na Toca do Lobo, sobre o que pode ter acontecido com Lady Ada, sua amada mãe... Apolo estava tão diferente de antes...Se o seu eu do presente se encontrasse com seu eu do passado, era provável que não se ambos não se reconhecessem. Lucian estava pior, de certa forma... Eu não podia dizer nada sobre a sua decisão de viajar por um tempo junto de Urie, eu não pude julgá-lo por sair a procura da sua própria mãe... Se eu pudesse, o faria junto com ele... Nossa casa tinha sido destruída por Urslin enquanto procuravamos pela pedra... Foi ele, eu sabia que tinha sido ele com todo o meu ser... Quando eu era uma deusa egoista e poderosa, Urslin sempre se vingava de mim através das minhas criações, ele as destruía, para lembrar do quão cruél ele podia ser se fosse provocado demais... E nós escombros, haviam os símbolos dele... Sinais que ele deixou para que somente eu pudesse entendê-los.Urslin nos forçou a voltar para o meu antigo refúgio, o castelo de mármore, pelo menos, foi o que Apolo e eu fizemos logo depois de passarmos dias enterrando corpos de soldados faes e humanos, de bruxos e de plebêus que viviam no castelo... Haviam crianças entre eles, mulheres e idosos, todos inocentes que mal puderam se defender e ainda assim ele não teve piedade... Ele fez isso só para me fazer sofrer, porque ele sabia que essas pessoas eram importantes para mim.

--- Pare já de se lamuriar feito um velho se não, não vou mais massagear suas costas antes de dormir..._Apolo me disse, sua voz carregada de aviso subentendido.--- O que passou, passou não podemos mudar... Minha mãe ainda deve estar viva, sei que Lucian e Urie vão encontrar Lino e os outros.

Olhei para Apolo por uns segundos antes de sentir náuseas pela terceira vez no mesmo dia e fechei os olhos, tocando meu ventre, onde a bebê se retorcia.

---Freya está bastante inquieta hoje não acha?!_comentou Apolo, acariciando a minha barriga de forma suave.---Geralmente ela se acalma quando estou por perto...

--- Freya?_perguntei confuso.

Apolo sorriu, os olhos brilhando tanto que eu pensei que ficaria cego diante de tanta melosidade de alfa.

---Bem, considerando que você deu o nome a Loki sem esperar para poder me consultar, eu acho que tenho um pouco de direito em pedir que essa bebê receba um nome que eu sugeri.

Eu me ajeitei na cama, sentindo meu corpo inteiro protestar como se eu fosse um indoso com as juntas meio inchadas e os pés doloridos. Apolo me ajudou com delicadeza, usando suas mãos grandes para me acomodar na cama.