Desolação do Ômega(Romance Gay)[LIVRO 2]

Capítulo 36

Raiko:. PoV

 Depois da reunião dos doze ter por fim acabado, decidi voltar para a minha cabana antes que ficasse ainda mais tarde... Erin e seu alfa estúpido tinham sumido, provavelmente voltaram para o seu próprio ninho de amor e com excessão dos Lyperions que ficavam na cabana dos visitantes, todos os doze e seus conselheiros foram para suas próprias cabanas de visita... Olhei para as diversas casas de madeira espalhadas a minha frente e então, fui embora, na direção da minha pequena, mas muito amada choupana na margem da tribo...

Era simples.

Uma das menores casas de toda a décima segunda tribo, não era tão  sofisticada quanto o meu antigo castelo ou cheia de enfeites caros e chamativos... Era modesta e de certa forma, um pouco mal feita, com seu telhado e paredes de madeira e suas pequeninas janelas rústicas... O tipo de lugar que meu eu de antigamente jamais colocaria os pés... Mas agora, toda vez que eu pensava nela, meu peito esquentava e um sorriso sempre surgia, porque eu lembrava de que foi Reno quem a construiu, sozinho, para nós dois.

Demoraram meses até que ficasse de pé, Reno trabalhava muito, animado e ansioso pelo que seria nossa própria casa... Seu pai ofereceu ajuda e seu irmão Rômulo, teimoso como ele era, insistiu para dar uma mão mas meu adorável Reno negou, dizendo que a casa era importante demais para que deixasse outros tomarem crédito por ela. Quando ele terminou, veio até mim com seus olhos desconfiados e sorriu, apontando para o nosso novo lar.

Por mais simples que essa cabana fosse, cada uma das tábuas, cada parte do telhado, dos tijolos da lareira e do assoalho, cada um dos alicerces dessa humilde choupana estavam cheios de amor e dedicação.. E era por isso que eu a amava, porque diferente do meu castelo glorioso, com seu piso frio e paredes vazias, essa pequena casa tinha tudo que eu precisava para chamar de lar. E embora estivesse incompleto agora, sem meu Reno, tudo ficaria bem porque eu sabia que ele estava voltando para casa e o calor que ele levou voltaria com ele, para mim...

Quando passei pela última bifurcação das cabanas dos alfas e entrei no distrito dos lupinos, avistei dois  homens seminus andando ao lado de um garotinho cujos abelos eram como chamas ruivas e então parei, me escondendo atrás de um pequeno barril de cerveja do bordo para que eles não me vissem espiando... Dimitri Lyperion e a sua família?!Perambulando pelo distrito dos lupinos a essa hora da noite?!O que estava acontecendo?!Olhei para o garotinho de cabelos de fogo parado em silêncio ao lado do pai e logo o reconheci... Aquele era o herdeiro da primeira tribo.. O garoto prodígio, que mesmo aos sete, tinha talentos incríveis com armas. Reno tinha me dito sobre ele antes de partirmos para cá. Aquele devia ser Perseu Lyperion, o único filho de Dimitri e ao lado dele, estava o seu tio clanck, Érebus...

O que a família de homens lobo mais temida e adorada pelas doze tribos estavam fazendo aqui?!Olhei de relance na direção deles, enquanto andavam na direção da casa da xamã e suspirei, irritado comigo mesmo por ser tão xereta... Mas o que eu podia fazer?!Quero dizer, por que eles fariam uma visita a velha xamã?!Os Lyperions desaprovavam a ideia de alguém praticando falsa magia em suas terras... Se Reno estivesse aqui, provavelmente me mandaria ir embora, mas se eu descobrisse algo de ruim sobre a família Lyperion, eu poderia usar a meu favor... Pedindo proteção em troca do meu silêncio, por exemplo...

Então eu fui.

Caminhei o mais silenciosamente possível atrás deles, me esgueirando por entre as casas, até que finalmente  pararam em frente a casa da velha, como eu sabia que fariam... O boato era que a velha e sombria Eve era uma descendente bem distante das bruxas e que tinha herdado alguns resquícios de magia delas, podendo ver o futuro e curar doenças.. Mas eu sabia que magia de verdade, quando surgia em alguém, não funcionava dessa forma.. Ou você era uma bruxa em toda sua forma, ou você era um nada e foi Hades quem me ensinou isso, mesmo que não tenha percebido que ensinou.