Capítulo 1: Coisas Terríveis

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                       Damian.PoV.

Depois da batalha de Lúria há dois anos atrás, o mundo entrou em uma era sombria. Humano contra humano e fada contra fada. A união se tornou obsoleta e foi substituída pelo desejo de sobreviver. Rastreadores eram o resultado de tudo isso. Humanos e fadas egoístas que valorizavam a si mesmos antes de qualquer outra coisa. Os ponta de ferro era mercenários humanos, os de prata eram faes e os piores, os mais temidos por todos os que ainda queriam liberdade, pontas de aço, demônios em pessoa, que tratavam a caça de inocentes como uma espécie de esporte divertido e viciante e não algo hediondo e monstruoso. Olhei para Ailo, que estava parado no mesmo lugar sem fazer expressão alguma enquanto o grupo de homens chegava por entre as árvores, armados de adagas e arcos, todos apontados na nossa direção. Seu filho, Loki balbuciava alguma coisa de forma animada enquanto vistoreavam nossas poucas coisas a procura de armas. Talvez achasse que fosse uma brincadeira. Eram sete homens enormes, vestidos até a ponta dos dedos com couro de animal reforçado e ferro puro. Todos esstavam com arcos e espadas de qualidade. O líder deles era um homem grande e de cabeça raspada cheio de cicatrizes na cara e quando ele me viu, logo sorriu debochado.

---Trent... Amarra esse aqui_.falou, de olho em mim.---Depois o garotinho e o outro de cabelo branco ali._disse, para o gordo de cabelo preto, com o dedo apontado para Ailo.---Eu vou me divertir um pouco com a mulher antes de ir, vocês podem brincar com ela depois.

Olhei para Kaele cheio de medo e desespero enquanto o gordo apertava a corda em volta de mim. Charles estava assustado, olhando para os lados sem saber o que fazer. Malditos, todos esse malditos sem alma... Um bando de bárbaros infestando esse mundo com a presença torpe deles.

---Não toque nela!_gritei, assim que ele encostou suas mãos sujas na roupa dela.---Seu filho da puta imundo!Não se atreva a tocar nela!

---Papai!_ouvi Charles gritar, sua voz chorosa e cheia de medo.---O que está acontecendo?!Quem são eles?!

Encarei meu filho ser empurrado com força no chão por um careca de olhos esbugalhados, que parecia gostar de fazer os outros sentirem dor. Meus olhos encontraram com os de Ailo, que ainda continuavam serenos e calmos, com seu bebê no aninhado entre suas pernas sentado no chão como se aquilo fosse apenas um teste idiota.

---Chefe..._ouvi um barbudo chamar, olhando para o maldito que insistia em arrancar a roupa da minha mulher.---E esse bebê?!Não vai servir como escravo... A gente mata ele?!

O chefe olhou para Loki, que nesse momento brincava com um pequeno graveto no chão desenhando formas e gravuras na neve distraidamente. Ailo continuava calmo, mesmo amarrado contra uma árvore enquanto seu filho tinha sua vida ameaçada. O líder do grupo soltou minha mulher que caiu no chão já seminua depois caminhou até o bebê perto de Ailo e observou os dois em silêncio.

---Esses dois aqui são parentes de vocês?!_ele perguntou para mim de olho em Ailo,que o encarava de volta sem nenhum medo.---Qual é o seu nome?!_ele perguntou para Ailo.---Responde!!Seu merdinha da neve!!Ou prefere que faça o pirralhinho dizer no seu lugar?!

Ailo continuou em silêncio, observando o líder dos rastreadores com aquele mesmo olhar assassino de quando o vi pela primeira vez. Foi então que, como havia prometido, chutou o pequeno bebê perto dele com força o suficiente para fazê-lo rolar na neve.

---Vou perguntar de novo..._falou ele, já perto de bebê que agora gritava de dor.---Quem é você?!

Foi então que aconteceu algo estranho e assustador. Não foi algo mágico e sobrenatural, algo simples, mas que pelo modo como foi feito deu mais medo do que qualquer monstro do mundo. Ailo começou a contar uma história.

Desolação do Ômega(Romance Gay)[LIVRO 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora