Capítulo 53

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Hades.PoV

Acordamos cedo no dia seguinte, indo para as partes ainda não vistas do castelo, que aliás, eram muitas. Deime decidiu ir para Ala Sul junto de Gillies e eu fui sozinho para Ala Norte. Como eu tinha magia, não era perigoso para mim... Trevor ficou com Tâmara no pavilhão das estátuas, porque ela ainda não queria arriscar entrar... Um pouco covarde, já que não tinha nada demais dentro dele. O nosso ponto de encontro seria na grande biblioteca onde o espírito pássaro estava e assim foi feito... Passamos a manhã inteira indo de quarto e quarto, cada um em uma parte do castelo. E nesse meio tempo, eu tinha achado muita coisa louva, como uma estufa enorme cheia de plantas estranhas que não eram do Reino das Fadas por exemplo.Haviam ervas medicinais, flores cujo algumas propriedades eram ideais para poções e outras plantas venenosas e mágicas, tão perigosas quanto interessantes...

A estufa era cuidada por criaturas que pareciam com fadas, mas eram minúsculas, brilhantes e fofinhas... Elas eram como as lindas pessoinhas brilhantes dos contos de fadas que os humanos acreditavam que os faes eram... Pareciam vagalumes indo em direção as plantas, usando um tipo de brilho para cuidar delas... Eu nunca tinha visto nada como aquilo antes.. Não eram animais e também não era uma raça conhecida... Arregalei meus olhos de repente, lembrando de uma página do bestiário, um livro sobre todas especies ainda vivas e também sobre as extintas... Eram Ariels.. Um tipo de subraça das fadas que tinha sido oficialmente considerada extinta pelos humanos... Por que Boullevards esconderiam raças extintas do resto do mundo!?A resposta veio rápida na minha mente..

Humanos mataram quase tudo que era mágico no reino de Tríntia, nesse continente, quase todas as raças que viviam em terras humanas foram se extinguindo durante o expurgo. Não haviam mais náiades ou sereianos no mar do norte, ou então faunos, ninfas e gnomos... Magia era abominável e por isso deveria deixar de existir, era isso que eles pregavam... A minha familia devia ter abrigado todos que ela podia em nosso castelo, ou pelo menos abrigou as Ariels... Perdi meu ar quando brilharam ao meu redor e giraram, como se elas reconhecessem o meu sangue... Depois de sair de lá, eu achei outras coisas que me fizeram perder o ar... Quartos que pareciam comuns revelavam mundo inteiros dentro deles e nesses mundos, eu vi outras criaturas e raças que estavam extintas..

Vi um mundo feito completamente de água, um mundo deserto com areia e mundos com florestas pesadas e bem quentes... Me perdi na minha própria insignificância diante do poder que a minha familia tinha, da magia que foi gasta para criar um abrigo seguro por aqui... Mas embora eu tivesse visto o impossível várias e várias vezes em uma manhã, eu ainda não fazia ideia de onde o templo de Eila estava e meu ânimo se perdia a cada novo quarto que eu abria... Como achar algo tão pequeno quanto um templo nesse mundo gigantesco que existia dentro desse lugar!?Um único símbolo da deusa deveria tão fácil de se achar quanto um grão de poeira era em um grande deserto... Se Apolo visse isso ou se mesmo Lucian visse o que eu estava vendo...

Céus, ficariam loucos...

No fim da manhã, eu me sentia todo dormente, minha mente parecia estar cansada. Era informação demais para assimilar e se meu filho não estivesse do meu lado nesse processo talvez eu mesmo tivesse ficado... Que tipo de insanidade meus ancestrais tinham pensado em esconder todo o mundo mágico assim?! Quando eu encontrei Gillies e Deime parados na frente da entrada da biblioteca, percebi que os mesmos pareciam iguais a mim.. Nós conversamos pouco, cada um parecia perdido nos próprios pensamentos e me perguntei que tipo de coisas eles tinham visto. Voltamos para o saguão das estátuas em silêncio e comemos em silêncio, mesmo quando Trevor e Tâmara pareciam loucos perguntando tudo...

Era essa a minha herança.

O que eu tinha que proteger...

O castelo de mármore não era nem de perto só um castelo.. Era um tipo de refúgio para o mundo maravilhoso que os humanos quase tinham feito sumir. E mesmo assim, não sabíamos de nada que pudesse achar o templo e sendo sincero, algo aparentemente tão fácil se tornou uma missão quase impossível... O que eu deveria fazer?! Fui exilado desse castelo antes de eu nascer, fui condenado a viver entre os humanos com minha mãe porque era a única forma de nos manter vivos... A tarde, voltamos para dentro desse mundo disfarçado de castelo ao lado de Deime e Gillies e dessa vez fomos juntos, sem nos separar... Gillies me contou as coisas absurdas que tinha visto e conforme ele dizia, andamos pela ala oeste, a Ala dos quartos mais pessoais... Onde nós, os donos desse castelo, dormíamos todas as noites, a ala mais pessoal para mim, o lugar onde minha mãe conviveu com seus pais e os pais dela, com meus avós...

Desolação do Ômega(Romance Gay)[LIVRO 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora