Desolação do Ômega(Romance Gay)[LIVRO 2]

Capítulo 33

     

          Magia, Sombras e Sangue.

                      Hades:.PoV

Se de longe aquela construção vil já era repugnante, de perto me pareceu tão medonha quanto as milhares de aberrações que me observavam do topo dela... Com minha visão faérica aguçada, eu podia ver os milhares de rostos monstruosos me encarando do topo da barreira... O cheiro de morte e sangue invadia minhas narinas e me fazia querer vomitar, mas eu já tinha vindo até aqui.. Era tudo ou nada. Não tinha como eu voltar atrás sem revelar a localização de Apolo e os outros...

Há cada segundo que se passava, mais e mais monstros surgiam me olhando de cima e em questões de minutos, centenas de goblins, hobgoblins, throls, ogros, súccubos e outras várias criaturas da noite me davam as boas vindas. Como eu suspeitava, as forças do príncipe das chamas negras já se agrupavam para um segundo ataque ao castelo e planejavam fazer isso muito em breve... De repente, Apolo começou a gritar todo tipo de sermão dentro da minha mente. Ele estava furioso de novo, percebi, ouvindo palavrões e dessa vez, eu não tirava a razão dele...

Era um plano arriscado.

Distrair sozinho um exército inteiro enquanto resgatavam os refens do calabouço... Em outras palavras, um único bruxo, no caso eu, teria que dar conta de milhares de monstros, demônios e rastreadores de todos os tipos enquanto minha equipe entrava pelo portal que eu deixei aberto antes de sair e que dava acesso direito aos refens aprisionados... Como se não bastasse ter invocado meus familiares para procurar o calabouço dentro da barreira, eu ainda tinha que garantir que a minha família entrasse e saísse de lá em segurança.

Claro, tudo já estava preparado e se cada fizesse sua parte do plano, não teria como dar errado... Contudo, eu não era tão ingênuo ao ponto de ignorar alguns fatores negativos do plano e possivelmente fatais. Urie tinha que usar o feitiço de invocação que pedi para Apolo dizer a ele e o próprio Apolo tinha que passar pelo portão sem colocar suas tripas para fora. Analisando estatisticamente, o plano tinha setenta e cinco por cento de chance de sucesso e considerando os outros caminhos que pensei em tomar,sem sombras de dúvidas esse foi o mais seguro e que mais cumpria os requisitos pré estabelecidos.

Suspirei, ansioso.

Urie era um garoto especial, de um jeito que nem mesmo ele tinha ciência. Seu poder da terra tinha um cerne diferente do comum, algo raro e muito desejado pelos bruxos comuns. Seu poder elemental não era baseado só na matéria em si como os Geons normalmente deviam ser... Seu cerne era também era espiritual, o que significava que Urie podia se tornar um invocador elemental do tipo terra, alguém capaz de invocar espíritos de nível superior do elemento terra. Em termos especiais, esse tipo de bruxo era considerado tão raro quanto um arcano na época das bruxas. Ser capaz de invocar a energia primal de um elemento era incrível, Urie só não sabia disso..

Olhei para os portões gigantescos se abrindo e então, comecei a me preparar da forma que pude...Apesar de movido por medo, Lucian tinha razão quanto a se preocupar comigo. Por mais poderoso que eu fosse, eu não conseguiria matar milhares do monstros da barreira sem usar magia de larga escala... Mas por hora, não era isso que eu queria..Até todo a os reféns escaparem, eu só precisava ganhar tempo... Sem eles para me atrapalhar, destruir esse bando de criaturas repulsivas seria tão fácil quanto respirar. Olhei para os portões abertos esperando que um grande e irritante exército monstruoso  saisse... No entanto, não foi bem isso que aconteceu... Sendo franco, nunca poderia esperar que de dentro da barreira, um único humano saísse.

Isso era suspeito.

Me afastei alguns metros pensando que poderia ser uma armadilha para me enganar... Afinal, um humano não poderia me ganhar a não ser que ele tivesse magia... Mesmo que ele fosse um bruxo, sua magia não seria páreo para a minha a não ser que ele fosse um bruxo de primeira geração o que,  obviamente, devia ser impossível... Somente meu filho Loki e eu ainda carregávamos o sangue das primeiras bruxas... Olhei para o rosto cheiro de linhas de expressão dele... Sua roupa era negra e pólida como ônix, seu rosto era estranhamente familiar, no entanto foi sua energia que realmente me deixou assustado.