Capítulo 5: Brincando com o Diabo.

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                         Aziel.PoV.

Jogmund era minha.

Eu a conquistei por puro esforço próprio e sendo sincero, merecia bem mais do que só isso por ter matado aquele passarinho irritante. Eu sabia que se eu continuasse colaborando, uma hora ou outra, o príncipe me daria uma recompensa adequada e quando todos menos percebessem, eu já estaria ocupando um cargo de general, talvez até outro mais do que esse e então talvez desse ordens até para aquela maldita cobra ladra de mérito. Era isso que eu planejava. Mas quando eu senti a enorme e rápida descarga de energia, eu soube que não seria tão fácil assim. Minha cidade estava sob o ataque de um exército de feras de gelo, que de alguma forma, passaram pelas várias barreiras de proteção dos meus muros. Aqueles malditos soldados incompetentes não sabiam nem dar um número para medir o tamanho do problema. Tive que sair eu mesmo. Voando pelo céus daquela cidade pífia que fui obrigado a aceitar como pagamento por ter matado a maior ameaça ao plano de Lorde Ezel, tudo o que eu conseguia ver eram mortes e mais mortes por todos os lados, em todas as ruas, avenidas e becos cheios de lodo e sujeira. Milhares daquelas coisas correndo atrás dos meu lacáios como se eles fossem pedaços de carne com pernas, o que não era bem uma mentira. Os monstros... Eles não atacavam escravos, o que me fez concluir que esse não era um ataque aleatório e sim arquitetado por alguém mais esperto do que aquelas coisas estranhas. Era tão frustrante observar toda minha fonte de renda ser destruída por um tolo qualquer que eu senti vontade de destruir tudo de uma só vez. Os meus humanos de estimação tinham tanta utilidade quanto uma pedra de rio quando se tratava de combater aquelas coisas. Morriam como baratas. Humanos e faes eram um bando de ratinhos gananciosos que adoravam um bom pedaço de queijo. Eram tão podres que se autodestruiam por uns poucos trocados. Era quase hilário ver o estrago que causavam em si mesmos por motivos egoístas como dinheiro e instinto de sobrevivência. Eu não conseguia deixar de sorrir, mesmo diante de uma cena tão irritante quanto essa. Afinal de contas, Jogmund era só uma cidade insuportavelmente chata e sem valor algum que me empurraram goela abaixo como prêmio para um feito que merecia bem mais do que ela. Haviam tantas outras para serem conquistadas... E a pedra anuladora de magia... Ah.. Eu me vingaria daquele maldito cachorro dourado por ter feito aquilo... Se bem que sua adorada putinha agora estava com o estômago cheio de vermes a essa hora, debaixo de sete palmos de terra úmida e suja... Sobrevoei a praça de Laram, onde a chata estátua de Hades se exibia toda pomposa e altiva, enquanto a carnificina acontecia abaixo dela. Era tão engraçado relembrar o rosto cheio de choque e desespero do garoto Boullevard quando cravei a adaga bem fundo no seu peito arrogante que decidi deixá-la inteira, para poder zombar dela enquanto eu estivesse aqui. Pousei em cima da cabeça de metal da estátua,a procura da abelhinha que trouxe a sua colmeia para dentro da cidade. Ah... Eu tinha certeza que era uma fada... Afinal... Controlar esse tipo de monstro era uma coisa que só os nercromantes conseguiam fazer e até hoje, somente uma raça ainda fazia esse tipo de coisa. Mas o que ganharia atraindo esses monstros até aqui?Essa cidade estava condenada. Mesmo que conseguisse conquistá-la, era só uma questão de tempo até ser retomada de novo. Os novos bruxos eram uma piada, mal sabiam criar uma fogueira, imagine só poder controlar um exército dessas coisas... Mesmo agora, vistoreando a área a procura do invasor, eu imaginava todas as maneiras diferentes de eu me divertir torturando ele. Foi então que vi uma estranha figura mascarada distante, parada no meio da praça, acenando para mim com um sorriso maldoso e provocativo no rosto... Que insolente imundo!!Me afrontando dessa forma como se pudesse comigo ou ao menos se aproximar da minha força. Mesmo de longe, dava para ver que não tinha asas... Não era uma fada?!Que estranho... Era difícil acreditar que um mero humano conseguia usar magia negra dessa forma... A medida em que me aproxima,.percebi que o estranho encapuzado na verdade era um mero fedelho que tinha uns dez anos, no máximo. Os cabelos eram brancos, mas o resto era impossível de ser visto por causa da maldita máscara de corvo prateada que ele usava na cara. O cheiro característico dos humanos invadiu minhas narinas na mesma hora. De fato, o pirralho era mesmo humano. Quando eu pousei perto dele,percebi animado que o garoto estava muito assustado... No final das contas, ele era só um bastardinho arrogante que pensou em brincar de feiticeiro e agora, percebeu que não tinha sido uma boa ideia. A medida em que eu me aproximava, ele recuava cada vez mais. Sua respiração descompassando pelo desespero e medo da morte... Que delicioso.... Não havia nada mais saboroso no mundo do que o cheiro do medo e pavor que esses pequenos animaizinhos expeliam o tempo todo. Dava para sentir o medo emanar desse garoto enquanto ele corria pela rua como se fugir de mim fosse mesmo possível. A expressão dele... Os passinhos assustados correndo de mim... Céus, era por isso que amava crianças, mortas e assustadas, é claro. O gosto do medo delas era o melhor de todos. Quando o garotinho entrou corrrendo em um beco sem saída,eu não pude deixar de sorrir. Dava para sentir a sua energia fraca e inútil se revirando dentro do corpinho magro dele enquanto ele percebia não tinha mais para onde correr. Realmente, pensei excitado. Um cheiro delicioso.

Desolação do Ômega(Romance Gay)[LIVRO 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora