“Posso aguentar tudo até ter sido o suficiente”...
Jimin
Jimin estava de frente para o mar. Ele sobe na mureta da ponte, a poucos passos de cair, chorando. Ele ouve vozes que se comunicam com ele; pelo menos, era isso que ele pensava.
— Eu não aguento mais tudo isso, essas vozes na minha cabeça não param.
— Eu não aguento mais... isso dói, dói muito! — as palavras saem dolorosas.
— Por que você não pula? Pula, pequeno. Ninguém se importa. Vamos lá, são só dois passos. Por que você não pula? Você não quer terminar com isso?
— Por que você está aqui? Me deixa em paz!
— Eu sou a única companhia das pessoas neste momento. Eu sou sua única companhia há tanto tempo, não é?
— Isso dói. As pessoas não se importam. Que diferença faria se eu pulasse ou não?
— Nenhuma. Então pula! Vamos lá, ou você é tão fraco que nem mesmo acabar com essa dor consegue?
Antes que eu possa continuar com meus conflitos internos, um homem bêbado — talvez um morador de rua, por estar sujo e com roupas rasgadas — se aproxima, ainda segurando uma garrafa quase vazia.
— Você vai pular, moço? Vai pular? — ele pergunta com a voz arrastada.
— Que diferença faz? Eu só quero acabar com essa dor!
— Mas você é tão lindo... por que quer pular?
— A beleza não me serve de nada. De que adianta ser bonito, mas ser vazio?
— Você está louco. Você é louco — ele se pronuncia brevemente e continua a caminhar, indo embora. Não demora muito para que a voz volte a me perturbar.
— Você não vai pular? Pula! Vamos! Você não tem coragem. Você é covarde demais para isso.
— Por que isso não passa? Por quê? — as minhas lágrimas se misturam com as gotas da chuva que caem. Antes que eu possa ver, um homem de roupas e capuz na cabeça se protege da fina chuva. As gotas caem como lágrimas do céu, tocando minha pele, tão fria quanto seu desprezo pela minha existência. Ele se aproxima lentamente, chega perto de mim, a cerca de três passos, para e observa o mar agitado.
— Você vai pular? — ele pergunta, sem desviar o olhar do mar.
— Eu quero acabar com essa dor. Isso não passa nunca.
— Então por que você não pula?
— Talvez porque eu esteja esperando alguém se importar.
— E alguém se importa?
— Não, ninguém. Ninguém se importa.
— Eu me importo — ele responde com a voz serena.
— Não, você não se importa. Sou só um estranho. Por que você se importaria com um completo estranho?
— Porque eu também já pensei em pular daqui. É alto, não é? As pedras lá embaixo são grandes e letais — eu o vi se erguer, deixando seu pé oscilar na borda da mureta, como se não tivesse medo. O clima gélido fazia com que os fios de seu cabelo caíssem nos olhos enquanto ele olhava para mim e depois para o mar.
— Qual o seu problema? Você é muito bonito e jovem para ser tão triste assim.
— Eu não sou bonito. E por que você quer saber?
— Quero te ajudar. Se isso não resolver, você pode pular. Não vou te impedir!
— É mentira! Ele não pode te ajudar, pula! Pula agora! — aquela voz ainda estava na minha cabeça. Ninguém pode me ajudar.
— Você não pode me ajudar!
— E como você sabe disso?
— Porque estranhos não ajudam outros estranhos. — Ele retira seu capuz, revelando seu rosto. Seus cabelos estão levemente bagunçados, e sua feição é realmente linda, como a de um anjo. Ele estende a mão em minha direção, e assim que eu a aperto, ele diz:
— Prazer, meu nome é Jeon Jungkook...
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Love beyond life
RomancePark Jimin um jovem de 16 anos sofre de depressão ,é vitima de bullying na escola e tem muitos problemas em casa ,está a um passo de acabar com a sua vida quando conhece jungkook um garoto que o fará querer viver novamente ... Jeon Jungkook um jov...