Unexpected return

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"A noite acendeu as estrelas porque tinha medo da própria escuridão"
             
                        Jungkook

Meu pai.

Quando disse isso, meu corpo perdeu a força. Fiquei paralisado, sem saber como reagir. Meu pai estava ali, a poucos passos de distância.

— Jungkook, está tudo bem? — Jimin me perguntou, preocupado.

— Eu… — Tento dizer algo, mas, antes que pudesse falar, Jackson e Mark vieram até nós.

— Está tudo bem? — Mark perguntou, e minha primeira reação foi concordar. Queria dizer que meu pai estava ali, mas, quando olhei novamente, ele já não estava mais lá.

— Jungkook disse que viu o pai dele. — Jimin disse a Jackson, que imediatamente assumiu um semblante sério.

— Isso é verdade, Jungkook? — Jackson perguntou, e eu não tentei esconder. — Onde você o viu? Agora?

— Ele estava ali, mas quando vocês chegaram, ele sumiu. — Falei, apontando na direção onde o vi.

— Como ele ousa aparecer aqui? — Jackson disse, alterado.

— O que houve, meu amor? — Mark perguntou a ele, que respirou fundo.

— Olha, Jungkook, se ele voltou, isso não é um bom sinal. Se já te agredia antes, o que ele pode fazer agora, hein? — Jackson disse, e eu fiquei assustado.

— Eu sei. Vou tomar cuidado. — Respondi, soltando um longo suspiro.

— Tudo bem, agora vamos aproveitar, tá? — Mark disse alegre, e eu sorri.

— Certo, vamos fazer isso. — Falei, segurando a mão de Jimin e o conduzindo até um banco ali perto. Ele estava quieto, sem dizer nada.

— Está tudo bem? — perguntei, e ele sorriu fraco. — Não vai acontecer nada, pequeno, não se preocupe, ok?

— Ok… — Ele respondeu sem muita convicção. Sorri e ergui seu rosto.

— Vai ficar tudo bem. — Falei, por fim, lhe dando um beijo sincero nos lábios.

— Jungkook, tem gente olhando! — Ele escondeu o rosto em meu pescoço, e eu ri de sua reação.

— Ok, ok, parei! — Me rendi e lhe dei outro beijo, o que fez com que ele me desse um tapa leve no braço.

— Vamos? Mark e Jackson devem estar nos esperando.

— Vamos. — Ele concordou. Voltamos para onde os dois estavam.

— Bem, o que querem fazer agora? — Jackson perguntou, mas Mark o interrompeu.

— Que tal irmos ao cinema? — Ele sugeriu, e eu e Jimin concordamos. — Certo, então vamos.

— E eu? Não vai me perguntar? — Jackson reclamou, e Mark riu.

— Não! — Mark mostrou a língua em provocação, e eu segurei a risada ao ver a cara emburrada de Jackson.

— Você é mal! — Jackson reclamou, e Mark lhe deu um tapa na cabeça. — Mentira, você é o melhor marido do mundo.

— Sei, Jackson! — Mark disse, negando de leve com a cabeça. — Pronto, podemos ir.

A caminho do cinema, fomos apenas risadas e brincadeiras, o que me fez esquecer um pouco o que aconteceu mais cedo. Mesmo assim, a preocupação com o retorno do meu pai e o que ele poderia estar planejando não saiu da minha cabeça. Mas não posso pensar nisso o tempo todo.

— Qual gênero de filme vamos assistir? — Mark perguntou.

— Pra mim, tanto faz. — Respondi, e Jimin concordou.

— Ok, vamos assistir terror. — Mark decidiu por si mesmo, e Jackson foi rápido em negar. — Não seja medroso!

— Quem disse que sou medroso? — Jackson gaguejou, o que arrancou nossas risadas.

— Ah, esqueci que você é um policial supercorajoso. — Mark zombou entre gargalhadas.

— Aigoo! — Jackson reclamou. Depois de várias discussões, fomos para a sessão de filmes. Optamos por assistir It: A Coisa, que parecia ser bem legal.

O filme era em 3D, e nos sentamos na primeira fileira. Jimin estava ao meu lado, concentrado no filme, enquanto Jackson, bem... ele estava literalmente agarrado ao Mark.

— AAAAAAAHH!! — Me assustei quando ouvi alguém gritar, mas logo me recompus ao perceber que foi só o Jackson. — Ele morreu!?

— Quem morreu, doido? — Mark perguntou, rindo.

— O menino! Caramba! — Jackson disse alto, e escutamos as pessoas reclamando. — Você não viu aquele palhaço horroroso?

— Jackson! Fica quieto. — Mark o repreendeu.

Na metade do filme, Jackson continuava se assustando, o que gerou mais reclamações do público. Quando a sessão finalmente acabou, rimos como idiotas.

— Aigoo, esse foi um ótimo dia! — Admiti com alegria evidente.

— Vou ver o Chim lá fora. — Jimin se ofereceu, mas eu o impedi.

— Pode deixar que eu vou. — Falei, dando-lhe um beijo na testa. Ele sorriu.

— Ok. — Ele concordou. Fui até a saída, onde Chim estava ao lado de um guarda que brincava com ele.

— Muito obrigado por ficar com ele. — Agradeci, e ele sorriu.

— Não há de quê. — Ele disse, atravessando a rua.

Comecei a brincar com Chim, que abanava o rabo.

— Quem é o cachorrinho mais lindo do mundo? — Disse com uma voz fofa enquanto acariciava sua barriga.

De repente, Chim começou a latir, como se estivesse avançando em alguém. Olhei ao redor, mas não vi nada.

— O que foi, Chim? — Perguntei, mas ele continuava latindo até que se escondeu atrás da minha perna. — O que há de errado com você, hein!?

Enquanto tentava acalmá-lo, ouvi alguém atrás de mim.

Ora, ora, ora... o que temos aqui?

Ouvi uma risada esganiçada. Arregalei os olhos, assustado ao reconhecer aquela voz. Ela cortava minha pele como uma faca. Ao ouvir as próximas palavras, tive certeza de quem era.

Há quanto tempo, filhinho!

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