Apologies

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"É perigoso o quão destruído eu estou."

                          Jimin

— Me desculpa por não te proteger!

Eu não entendia por que Jungkook pedia desculpas a mim. Ainda estava em seu abraço, sentindo seu calor e sua proteção. Ter alguém que se importava comigo era algo que eu nunca tinha tido. Suas lágrimas molhavam minha camiseta enquanto eu chorava incontrolavelmente. Por que isso tem que doer tanto!?

— Jimin — Jungkook me chama, acariciando o topo da minha cabeça. — Se acalma, por favor!

— Jungkook! — chamei, me agarrando a ele, se é que isso era possível. — Eu não aguento mais!

— Não diga isso — ele responde, apertando o abraço. — Você é forte, pequeno.

Eu queria acreditar, mas isso era tão sufocante. Vendo que eu não tinha forças para me levantar, Jungkook me pega no colo. Escondi meu rosto na curvatura do seu pescoço enquanto soluçava baixinho.

— Aonde você pensa que vai!? — escutei a voz do meu pai, furioso. Me encolhi, como se pudesse realmente me esconder sob o corpo de quem me segurava.

— Eu vou levar ele daqui, não está vendo? — Jungkook responde, debochado.

— Você não tem esse direito! — meu pai grita, e eu estremeço de susto.

— Como você também não tinha o direito de fazer o que fez — Jungkook diz, indo em direção à porta. Meu pai estava com uma feição irritada. Ele nos segue até a saída e me puxa pelo braço.

— Você não vai sair daqui, filhinho — ele diz, sorrindo enquanto me puxa em sua direção. Comecei a me debater e chorar mais alto.

— Mãos para cima! — escuto sirenes e uma arma apontada para meu pai. — Solte o garoto!

Ele me solta instantaneamente, e Jungkook me abraça, mantendo-me calmo. Meu pai é algemado à força enquanto gritava coisas incompreensíveis.

— Você está preso por agressão e abuso — um dos policiais diz, conduzindo-o à viatura. — Você tem direito a um advogado; tudo que disser pode e será usado contra você no tribunal!

Meu pai começa a rir. Eu levo minhas mãos aos ouvidos, não querendo escutar. Estava com tanto medo. Um policial vem até nós, cumprimentando.

— Vocês podem nos acompanhar até a delegacia? — ele pergunta, e Jungkook assente. — Você é Park Jimin, certo?

— S-sim — digo com a voz trêmula. Ele mostra um pequeno sorriso e nos conduz até o carro.

Durante todo o caminho até a delegacia, permaneci em silêncio, incapaz de dizer qualquer coisa. Chegamos e nos conduziram até uma sala. O policial se aproxima e me dá um copo de água.

— Meu nome é Jackson — ele diz sorrindo. — Vou fazer algumas perguntas, ok?

Apenas concordo fracamente.

— O seu pai é Park Chul-moo, certo? — Assinto, e ele prossegue. — Filho único, perda recente da mãe.

As lembranças invadem minha mente, e sinto vontade de chorar ao relembrar sobre ela.

— Sinto muito — Jackson diz, condescendente. — Há quanto tempo ocorrem essas agressões?

— Desde criança — digo acanhado, e ele acena com a cabeça.

— A denúncia foi feita por seu vizinho; ele disse ter ouvido gritos da sua casa — ele diz, analisando a ficha. — Seu pai fez algo com você, Jimin?

Não sou capaz de responder. Em vez disso, sinto minhas mãos trêmulas ao lembrar e acabo derrubando o copo.

— Jimin, tudo bem!? — escuto Jungkook perguntar, preocupado.

— Podemos conversar a sós? — Jackson pergunta a Jungkook, que não hesita em concordar. Eles saem da sala, e um rapaz jovem entra, cumprimentando-me com um sorriso.

— Olá, Jimin. Eu sou o Mark! — ele diz, sentando-se ao meu lado. — Sou legista e, como protocolo, preciso examinar você. Tudo bem?

Aceno com a cabeça. Ele me leva a uma área longe da sala em que estávamos e pede que eu me sente na cama.

— Eu preciso que você vista isso — Mark me entrega uma camisola de hospital. Vou até o banheiro e, com esforço, troco de roupa, voltando à sala alguns minutos depois.

— Sente-se — ele aponta para a cama. — Vou fazer o corpo de delito agora; é um exame rápido, ok?

Ele pega algumas coisas e vem em minha direção. Abre alguns botões da roupa que estou usando, passa a mão pela curva do meu pescoço. Solto um resmungo de dor; o local foi onde meu pai deixou mordidas, e ele as analisa.

— Vamos ver — ele diz, procurando por mais marcas. Mas, nesse momento, congelo. As lembranças fixas na minha mente, os toques... Começo a chorar compulsivamente, agarrando meus joelhos enquanto Mark tenta se aproximar.

— Por favor, fique calmo, Jimin! — ele diz, tentando me fazer parar de arranhar meus próprios joelhos. Eu só queria aliviar a dor.

Foi tão rápido quando Jungkook entrou na sala, desesperado, e me abraçou. Eu não o afastei, mesmo que quisesse. Ele se manteve ali, segurando minhas mãos, impedindo-me de me machucar, sussurrando que estava "tudo bem", que eu estava fora de perigo.

Eu te prometo, pequeno — Jungkook diz, me abraçando. — Não vou deixar que te machuquem outra vez. Eu te amo, Jimin.

E ali, naquele instante, eu ouvi novamente as palavras que faziam meu coração acelerar. Mesmo que eu repetisse a mim mesmo, Jungkook não escutaria, porque, na minha mente, eu também disse:

Eu te amo, Jungkook.

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