I need you

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"Não se prenda estupidamente em mim, apenas me deixe ir..."

Jungkook

Após a ligação de Jimin, vesti uma roupa rapidamente e desci as escadas. Meu pai apareceu no meio do caminho.

— Onde você pensa que vai? — ele perguntou. Apenas o ignorei e continuei em direção à porta.

— Estou falando com você, idiota! — Ele segurou meu braço, com um olhar de reprovação.

— Não te devo satisfações. — Respondi ríspido, me soltando do aperto. Senti o soco em minha bochecha e o sorriso irônico surgindo em seus lábios.

— Você deveria se matar, assim como sua mãe. Você não faria falta. — Ele disse. Bati a porta e respirei fundo, tentando não pensar em suas palavras, tentando esquecer o quanto aquilo doía.

[...]

Cheguei rapidamente à casa do Jimin. A preocupação me consumia. Bati na porta e um homem atendeu. "Deve ser o pai dele", pensei.

— Com licença, o Jimin está? — perguntei educadamente, tentando não demonstrar o desespero. Ele me olhou por um tempo, talvez estranhando minha visita naquela hora da noite.

— O que você quer?! — disse de forma grosseira.

— Vim devolver algo. — Menti.

— Aquele bastardo está no quarto chorando. — Ele riu, como se não se importasse. Minha vontade era de quebrar sua cara. Subi as escadas, tentando achar o quarto de Jimin. Ouvi um choro vindo de uma das portas. Abri-a e o vi ajoelhado no chão, com lágrimas escorrendo sem parar.

— Jimin! — Corri até ele, abraçando-o. — Por favor, me diz o que aconteceu!

Minha mãe morreu, Jungkook. A única pessoa que me fazia querer viver... se foi! — Ele chorou ainda mais, e eu entrei em choque. Não, não podia ser! Ah, pequeno, eu sinto muito...

— Shh, está tudo bem, eu estou aqui. — Sussurrei, tentando acalmá-lo. — Jimin, olhe para mim. — Levantei seu rosto, forçando-o a me olhar.

— Eu sei que é difícil, mas você tem que ser forte! — Falei calmamente, enquanto secava suas lágrimas. O ajudei a se levantar, mas ele resmungou quando toquei seus braços.

— Aiii... — Ele parecia estar com dor. Foi então que lembrei dos cortes. Ele havia se machucado de novo.

— Jimin, você não precisa disso. Não precisa se machucar. — Ele abaixou a cabeça. O coloquei na cama e procurei um kit de primeiros socorros. Quando encontrei, comecei a cuidar dos cortes.

O que é isso? — Ele perguntou, tocando de leve na minha bochecha.

— Ah, não é nada, não se preocupe. — Sorri fraco. Ele assentiu, mesmo sem parecer convencido. Não fez mais perguntas. Eu me afastei para guardar a caixa, mas ouvi sua voz.

Não me deixa sozinho... — Ele disse, com a voz embargada, prestes a chorar. O encarei e afaguei seus cabelos. Meu Deus, como ele pode ser tão fofo?

— Você não vai se livrar de mim tão cedo! — Brinquei, e ele me mostrou um sorriso mínimo. Deitei ao seu lado. O silêncio reinava no quarto, mas não precisávamos de palavras.

Em algum momento, acabei pegando no sono. Acordei com alguém chorando. Levantei rápido e notei que Jimin não estava na cama. Fui até o banheiro. A porta estava trancada. Tentei abrir, mas sem sucesso. O choro e os soluços dolorosos podiam ser ouvidos. Eu estava desesperado. Empurrei a porta com força, e o que vi me destruiu por inteiro.

Jimin estava no chão, com os pulsos cortados. Havia muito sangue. Senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Eu não podia, não queria presenciar isso de novo. Eu não posso perder mais ninguém.

Me desculpa... — Ele sussurrou. Com as mãos trêmulas, liguei para a emergência.

— Por favor, venham rápido, ele está morrendo... — Disse, depois de ouvir que eles estavam a caminho. Minhas lágrimas se misturavam com o sangue que pingava de Jimin, manchando minhas mãos. A dor era tão visível que cada gota de sangue que caía me apertava o coração, me cortando como uma faca. Peguei Jimin em meus braços. Eu não posso te deixar ir, pequeno. Eu não posso falhar outra vez.

— Jimin, por favor, fique comigo. — Roguei, com as mãos trêmulas, segurando seu corpo frágil no meu colo.

Foi tudo tão rápido. A emergência chegou. Jimin foi atendido às pressas. Ele havia perdido muito sangue. Os médicos não davam notícias. Nesse meio tempo, liguei para Jin e contei o que havia acontecido. Ele disse que estava vindo para o hospital. Eu estava com a cabeça apoiada nas mãos, tentando me acalmar.

— Jungkook! — Ouvi meu nome ser chamado. Olhei na direção da voz e vi os meninos. Eles caminharam até mim, me envolvendo em um abraço, tentando de algum modo me consolar.

— Ele vai ficar bem. — Yoongi disse, esboçando um leve sorriso.

— E-eu n-não c-consegui i-impedir... — Falei, soluçando. Por que tinha que ser tão doloroso? — E-eu f-falhei c-com e-ele, a-assim c-como a m-minha mãe!

— Não foi sua culpa, Jungkook. Ele vai ficar bem. — Namjoon disse sério. Limpei as lágrimas e acenei fracamente, tentando me convencer. Depois de algum tempo, o médico responsável apareceu.

— Você é parente de Park Jimin? — Ele perguntou, e eu assenti.

— Ele está bem!? — Perguntei, com o coração na boca. O médico me olhou por um curto momento, soltando um suspiro em seguida. O medo me consumia. Eu queria acreditar que Jimin ficaria bem.

— Ele vai ficar bem. Só precisa de descanso e observação. — Ele finalmente disse, um sorriso surgindo em seu rosto. Soltei a respiração que nem percebi que estava prendendo. Jimin me disse que não tinha motivos para viver, mas eu te prometo, pequeno:

Eu serei o seu motivo.

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