Love beyond life

A moment of happiness

"Pessoas são iguais a nuvens, choram quando estão sobrecarregadas."

                          Jimin

As mãos ásperas tocavam meu corpo, e o medo se tornava maior. Um lugar escuro, nenhum barulho. Por favor, alguém me ajude! Olho para um ponto específico e vejo minha...

— Mãe!? — vou até ela e a abraço, enquanto me derramo em lágrimas. — Eu sinto tanto a sua falta!

— Eu queria estar com você, bebê — ela fala, lançando-me um singelo sorriso. — Eu queria ter evitado que você passasse por tudo isso!

— Eu estou esgotado, não sei o que fazer — digo com os olhos marejados.

— Não desista! — ela diz, acariciando minhas bochechas. — Tem alguém que precisa de você.

— Eu não sou forte, mamãe! — digo, e ela sorri.

— Jungkook também não.

[...]

Acordo chorando, tentando entender o que acabara de sonhar. As palavras da minha mãe pairam em minha mente, e eu pouco soube interpretá-las. Sou retirado dos meus pensamentos quando Jin entra no quarto.

— Jimin, por que está chorando!? — ele pergunta, vindo até mim. Não respondo; sinto que, se pronunciar qualquer som, desabarei no mesmo instante. Sinto braços me rodearem, como um alento. Ele estava me abraçando. — Eu sinto muito por tudo que você passou.

— Jungkook contou a vocês? — questiono apreensivo, mas ainda assim grato por entenderem.

— Sim, você não vai ficar bravo, né? — ele pergunta, mantendo-me em seu aperto.

— Não — digo em um sussurro. Ele me encara, sorridente.

— Quer saber de um segredo? — eu concordo espontaneamente. — Você é importante para nós!

Nesse momento, acho que quase chorei novamente, então demonstrei um sorriso, o mais verdadeiro de todos os que havia mostrado.

— Principalmente para o Jungkook — ele afirma, risonho, e sinto meu rosto arder em constrangimento. — Aigoo, não seja tão fofo assim!

Ele aperta minhas bochechas em seu ataque de fofura, e um bico teimoso surge em meus lábios.

— Eu vou morrer de fofura! — ele exclama dramaticamente, e eu rio. — Ah, separei algumas roupas para você.

— Obrigado, Jin. — agradeço com um sorriso, meus olhos se fechando em dois risquinhos.

— Não precisa agradecer — ele diz, indo em direção à porta. — Depois desça para comer.

Sorrio enquanto o vejo sair do quarto. Pego as roupas que ele havia deixado: uma camiseta listrada, uma calça jeans e um tênis preto. Vou até o banheiro fazer minhas higienes. Olho meu reflexo no espelho; estou abatido. Como se não bastasse, meu corpo mantém-se coberto com vários hematomas, e meus olhos estão vermelhos pela falta de sono. Nos braços, as cicatrizes lembram-me do que sofri, deixando marcas que nunca se desvanecerão. Respiro fundo e entro no chuveiro, sentindo a água quente cair, e, junto a ela, pequenas gotas de lágrimas que insistem em atrapalhar minha visão.

Troco de roupa e desço as escadas em busca da cozinha, quando vejo Namjoon sentado à mesa e Jin fazendo algo no fogão.

— Bom dia, Jimin! — Namjoon me cumprimenta ao me ver, um sorriso pequeno pairando em seus lábios.

— Bom dia. — digo com um pequeno sorriso.

— A comida está pronta, agora é só atacar — Jin anuncia, colocando por si só uma porção na boca. — Comer é muito bom!