Forgive me

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"Ele era forte pela manhã, mas seu mundo desabava todas as noites..."

Jungkook

Após deixar Jimin em sua casa, ainda relembrando do beijo, sorri. Caminhei lentamente pelas ruas, mas paro por um momento ao sentir uma sensação ruim. Finjo que não é nada e continuo a andar até a minha casa.

Abro a porta e encontro meu pai aos beijos com uma mulher. Naquele momento, sinto uma raiva intensa.

— Você não tem vergonha? — grito, e ele olha pra mim.

— Vergonha!? — ele começa a gargalhar. — Vergonha eu tenho de você.

Paro por um instante, dizendo a mim mesmo para não ligar pra essas palavras.

— Tenho vergonha de ter você como filho! — ele grita, me dando um soco no rosto. Olho pra ele, controlando o impulso de chorar. — Por que você não morreu com a sua mãe!?

Meus sentimentos começam a ferver, minha ira se desenrolando como um coelho preso numa caixa de ferro. Como posso controlar isso? Acho que vou explodir.

— Não fala dela! — digo, fitando-o atentamente.

— A sua mãe era uma vagabunda. — Ele diz, e nesse instante a mulher vai embora, enquanto ele profere palavras inaudíveis. — Ela morreu porque era fraca. Assim como você!

Sou fraco? Meu próprio pai disse isso. Não consigo fazer nada. Sou um inútil. Minha mãe estaria envergonhada de mim.

— Cala a boca! — grito, sinto uma pancada forte na cabeça e debruço-me no chão, enquanto vários chutes são desferidos em meu corpo.

— Eu te odeio, Jungkook! — ele me dá um chute no estômago, ocasionando um grito de dor. — EU TE ODEIO POR TER NASCIDO!!!

Ele continua com a agressão até que se dá por satisfeito e sobe para o seu quarto. Estou com a visão turva e meu corpo dolorido. Ainda com dificuldade, subo as escadas. Já no meu quarto, vou até o banheiro. Olhando meu reflexo no espelho, não consigo conter as lágrimas. Vou até a cômoda e pego uma foto da minha mãe.

— Eu tento ser forte, mamãe, mas é tão difícil. — digo, aos prantos. Agarro o seu retrato, ainda com um pressentimento de que algo está errado. Ali mesmo, dormi, esperando que tudo isso fosse apenas um pesadelo.

[...]

Já era de manhã quando acordei e tomei um banho. Coloquei maquiagem nos hematomas do meu rosto e vesti uma camiseta de manga longa. Desço as escadas e vou em direção à porta, nem ligando para meu pai, que me encarava com desgosto. Bato a porta com certa força.

Resolvo passar na casa de Jin. Chego lá rápido e, ainda com dificuldade, coloco um sorriso nos lábios.

— Oi, Jungkook. — Jin vem logo me cumprimentar com um abraço. Ele me aperta, o que me faz resmungar de dor. Ele me olha e me puxa pra dentro de casa. Na sala, estão Yoongi, Hoseok, Tae e Namjoon.

— Oi, Jungkook. — Nam acena. — Que cara é essa, Jin!?

— Jungkook, levanta a sua camiseta! — Jin diz em voz baixa.

— Pra que isso, Jin? — Yoongi pergunta, claramente confuso.

— Seu pai te bateu, não foi? — Jin diz, e eu abaixo a cabeça. — Jungkook.

— Está tudo bem, Jin, não se preocupe — digo, sorrindo. Ele levanta minha camiseta sem permissão, e todos ficam assustados com os hematomas.

— Meu Deus, Jungkook, isso é inaceitável! Olha isso, ele te espancou! — Jin, como sempre, faz escândalo, não que ele esteja errado.

— Está tudo bem, Jin! — digo, tentando sustentar a aparência de que sou forte.

— Jungkook, isso tem que parar! — dessa vez, é Hoseok quem diz, sério.

— Eu preciso ir ver o Jimin — digo, tentando sair desse assunto. Eles tentam me impedir, mas eu só me despeço e vou em direção à casa de Jimin.

Chego e toco a campainha umas três vezes, mas ninguém atende. Toco mais uma vez e seu pai abre a porta.

— O que você quer!? — ele diz, grosso.

— Eu quero ver o Jimin — respondo, sem paciência.

— Ele está no quarto. — ele diz, ríspido. Entro e subo as escadas rapidamente. A porta está entreaberta, e ao abri-la, encontro Jimin chorando, encolhido na cama. Corro até ele.

— Jimin — o chamo baixo, mas ele não responde. Noto que ele está muito machucado em algumas partes do corpo.

Vejo o rosto de Jimin, contorcido e ferido, e sinto a raiva crescendo dentro de mim. Como pude deixar isso acontecer? Como não vi os sinais? Minha mente se revirava ao pensar como meu querido Jimin poderia estar tão machucado.

Ele estava tremendo na minha frente, e eu podia sentir o cheiro do sangue e as lágrimas que escorriam de sua face.

— Quem fez isso com você, Jimin!? — pergunto, mas ele não me olha nos olhos. Tento abraçá-lo, mas ele se afasta.

— N-não m-me t-toca, J-jungkook — ele diz entre soluços, e eu não compreendo. Ignorando, tento abraçá-lo novamente.

— O que aconteceu, Jimin? Me fala, por favor! — minha preocupação aumenta.

— E-eu m-me t-tocou! — ele diz, chorando.

— Quem te tocou, Jimin? O que houve!? — pergunto aflito.

— M-meu p-pai. — ele responde baixo.

— O que ele fez, Jimin? — pergunto seriamente, levantando seu rosto e forçando-o a me olhar.

— E-ele a-abusou d-de m-mim, J-jungkook. — Jimin fala, voltando a chorar. Eu entro em choque. É isso mesmo que eu ouvi?

— O que você disse!? — pergunto retoricamente, no automático.

— E-ele a-abusou d-de m-mim. — Jimin repete, entre lágrimas, e sinto o ódio ferver em meu sangue.

— Eu vou matar aquele desgraçado! — digo com raiva, e Jimin me olha assustado. Saio do quarto, deixando-o ali. Desço as escadas, e o pai dele vem ao meu encontro. Não raciocino e desferi um soco em seu rosto.

— O que você pensa que está fazendo, garoto!? — ele esbraveja, enquanto lanço-lhe um olhar fulminante.

— Você o violentou, seu desgraçado! — grito com todas as minhas forças. Ele não faz nada além de debochar da situação.

— Ah, é isso? Ele mereceu, não acha!? — ele diz, em meio a gargalhadas.

— Como você pôde!? Ele é seu filho! — retruco, em escárnio.

— Ele não é meu filho! — ele grita. — Você tinha que ver, ele chorou e gemeu tanto. — começa a rir.

Meu sangue ferve, e lhe dou outro soco e mais um, até que desconto toda a minha raiva. Ele estava com a boca sangrando. Paro quando escuto Jimin me chamar.

— J-jungkook, p-para, p-por favor! — ele diz, aos prantos. Vou até ele, abraçando-o, enquanto liberei também minhas lágrimas.

— Me perdoa, me perdoa, Jimin — digo, chorando, e o aperto mais em meu abraço.

— Te perdoar por quê? — ele pergunta num sussurro. Às vezes, é preciso pedir desculpas se isso é uma maneira de te fazer sentir melhor.

Me perdoa por não te proteger.

Desculpa pelo capitulo meio grande ,e ai estão gostando da fic ?
Votem e comentem 😘😍
Amo vocês ❤❤

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