I love you ,mother,goodbye

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"Eu só quero gritar que está doendo"

Jimin

Me despedi de Jungkook e segui o caminho de volta para casa. Pela primeira vez em muito tempo, eu me senti bem, ri e me diverti com a companhia de pessoas que, até então, eram desconhecidas para mim. Minha casa não era tão distante, então não demorei muito para chegar. Perto da entrada, notei um homem parado e me perguntei o que ele fazia ali.

— Olá, quem é o senhor? — perguntei, e ele se virou para mim com um triste sorriso no rosto.

— Você é Park Jimin? — ele perguntou, e eu assenti.

— O que o senhor quer? — perguntei, sentindo meu coração acelerar, e sua expressão se tornou séria.

— É sobre sua mãe — ele disse, e uma sensação ruim tomou conta de mim.

— Minha mãe? — Senti meu coração bater descompassado e a respiração se tornar difícil. Apertei minha mão contra o peito. — O que aconteceu?

— Houve um acidente de carro, e sua mãe ficou gravemente ferida. Ela não resistiu até chegar ao hospital... e faleceu no caminho — ele explicou, e eu entrei em choque. Minha mãe... morreu? Não, não pode ser!

— Eu sinto muito — ele disse, colocando a mão no meu ombro antes de se afastar e ir embora.

Meus joelhos fraquejaram, e eu desabei no chão, as lágrimas caindo sem parar. Soluços dolorosos tomavam conta de mim. Imagens da minha mãe vinham à mente: os beijos, os abraços, o carinho. A única pessoa que me fazia querer viver se foi. Por quê? Por que tudo de ruim acontece comigo? Por que não fui eu no lugar dela?

Subi para o meu quarto com passos pesados, ignorando os xingamentos do meu pai. No armário do banheiro, peguei a caixa onde escondia minhas lâminas. Minhas mãos tremiam enquanto eu passava a lâmina pelos pulsos, vendo o sangue escorrer lentamente.

A dor física não era nada comparada à dor no meu coração. Cada centímetro de pele que eu cortava, eu queria que fosse algum tipo de alívio, mas apenas me sentia mais vazio.

Peguei o celular e liguei para Jungkook.

Alô, quem é? — ele atendeu.

— J-Jungkook... — tentei controlar o choro, mas era impossível.

Jimin, o que aconteceu? — Seu tom era de pura preocupação.

— M-minha m-mãe... a-ajuda! — disse entre soluços.

Jimin! Eu vou te ajudar. Estou indo agora mesmo.

Desliguei o celular, as lágrimas continuavam a cair. O sangue escorrendo pelos meus braços, mas nenhum daqueles cortes trazia alívio. A dor era insuportável.

Ouvi vozes no andar de baixo, mas não tinha forças para levantar. Os passos se aproximaram, e logo Jungkook entrou correndo no quarto.

— Jimin — ouvi sua voz e senti seus braços ao meu redor. — Por favor, me diz o que aconteceu!

— Minha mãe morreu, Jungkook. A única pessoa que me fazia querer viver se foi — disse, e comecei a chorar novamente. Ele parecia em choque, mas me apertou ainda mais forte.

— Shhh, está tudo bem. Eu estou aqui — sussurrou, tentando me acalmar. — Jimin, olhe para mim.

Ele levantou meu rosto, me forçando a encará-lo.

— Eu sei que é difícil, mas você tem que ser forte — disse com uma voz calma, enquanto secava minhas lágrimas. Ele me ajudou a levantar, mas eu gemi de dor ao sentir seus dedos tocarem nos cortes.

— Aii...

— Jimin, você não precisa fazer isso. Não precisa se machucar — ele disse suavemente, e eu apenas abaixei a cabeça. Sabia que ele estava certo, mas era difícil.

Jungkook pegou o kit de primeiros socorros e começou a cuidar dos cortes nos meus braços. Notei um hematoma em sua bochecha.

— O que é isso? — perguntei, tocando suavemente em seu rosto.

— Ah, não é nada. Não se preocupe — ele respondeu com um sorriso fraco. Mesmo sem acreditar, apenas concordei.

Ele me colocou na cama e se afastou. Senti uma pontada de tristeza ao vê-lo longe. Parecia que eu dependia dele mais do que nunca.

— Não me deixa sozinho — pedi com a voz fraca. Ele se virou, me encarou por um momento e afagou meus cabelos.

— Você não vai se livrar de mim tão cedo! — ele disse em tom de brincadeira, e eu sorri levemente.

Ele se deitou ao meu lado, o silêncio tomando conta do quarto. Não falamos mais nada. Depois de um tempo, percebi que Jungkook adormeceu. Levantei devagar e fui até o banheiro. Meus olhos lacrimejaram ao lembrar das últimas palavras que minha mãe me disse: "Eu te amo, jamais esqueça isso." Se eu soubesse que aquela seria a última vez que a veria, eu teria a abraçado mais forte.

Um soluço escapou dos meus lábios. Peguei a lâmina e a pressionei contra a pele, afundando mais fundo do que antes. O corte foi profundo, e eu contive um grito de dor. Fiz o mesmo no outro braço. Muito sangue saiu. Minha visão começou a escurecer. As batidas na porta ficaram mais fortes.

"Eu te amo, mamãe..."

Será que alguém sentiria minha falta? Ah, Jungkook, seus esforços para me ajudar não valerão a pena...

A porta foi empurrada com força. Ouvi o grito de Jungkook chamando meu nome, mas eu já não estava mais lá. Minha visão escureceu por completo, e com a voz fraca, eu sussurrei:

Me desculpa...

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