Love beyond life

Just moments

"E quando eu olhei para trás, decidi que ninguém nunca mais me machucaria..."

                      Jimin

— Posso saber o que está fazendo aqui!?

Jungkook olhava com uma expressão nada amigável. Sei que ele se lembrou de quando presenciou JB me agredindo, mas agora JB mostrava quem ele realmente é, sem máscaras sociais ou o comportamento agressivo que eu conhecia.

— Você ainda não me respondeu – Jungkook disse sério, e eu quase ri ao notar a cara de espanto de JB.

— Eu vim em paz, juro! – JB respondeu com um leve sorriso. – Sei que sempre maltratei o Jimin, mas estou disposto a mudar.

— Ele está falando a verdade, pequeno? – Jungkook me perguntou, e eu assenti serenamente.

— Se maltratá-lo de novo, eu juro que te mato! – Jungkook advertiu, firme.

— Fica tranquilo, eu nunca mais vou fazer isso – JB disse, sorrindo.

— Tudo bem, então – Jungkook falou e subiu as escadas, provavelmente ainda um pouco nervoso. JB e eu continuamos conversando na sala.

— Vocês são namorados? – ele perguntou, e eu sorri.

— Sim, somos – respondi, e JB parecia surpreso.

— E os seus pais, onde estão? – JB perguntou, e meu sorriso sumiu. Ele pareceu perceber meu desconforto. – Desculpa, eu...

— Tudo bem, JB. Minha mãe, bom, ela... – Não consegui terminar a frase, mas ele pareceu entender e simplesmente me abraçou. Fiquei surpreso com o gesto.

— Sinto muito, eu não sabia – ele disse, apertando o abraço.

— Tudo bem – respondi baixinho. Ele desfaz o abraço e sorri.

— Me desculpa por tudo, Jimin. Sei que, mesmo que me perdoe, você não vai esquecer o que eu te fiz. Sinto muito.

— Não se preocupe, está tudo bem – respondi com um pequeno sorriso, justo quando Jungkook descia as escadas e vinha em nossa direção.

— Quer comer algo? – Jungkook perguntou, e eu neguei.

— Tudo bem, vou pedir algo para nós comermos – ele disse e foi até a cozinha fazer o pedido.

— Mas eu não estou com fome! – reclamei, e ele apertou minha bochecha.

— Mas vai comer – ele riu e foi até a cozinha.

— Quer ficar para o jantar, JB? – perguntei, e ele sorriu.

— Não! – Jungkook respondeu de imediato.

— Sim, aceito o convite, Jimin – JB respondeu, ignorando o olhar de fúria de Jungkook.

Quando a comida chegou, nos sentamos à mesa. Havia um silêncio constrangedor, até que JB começou a puxar assunto com temas aleatórios. Jungkook ficou em silêncio o tempo todo.

— Bom, Jimin, eu preciso ir – JB disse, levantando-se. – Nos vemos por aí!

— Até logo – disse, acompanhando-o até a porta. Quando voltei, Jungkook nem olhou na minha direção.

— O que foi? – perguntei, mas ele não respondeu. – Fiz algo de errado?

— Não, pequeno, eu só... – Ele abaixou a cabeça, e eu finalmente entendi o motivo de seu silêncio.

— Está com ciúmes, Jungkook? – perguntei, rindo.

— Eu? Imagina! – ele respondeu, sarcástico.

— Aigoo, eu te amo muito, sabia? – disse, o abraçando.

— Aish! Assim, eu não consigo ficar bravo com você – ele disse, correspondendo ao abraço.

— Não precisa ficar com ciúmes, eu sou só seu, tá? – falei, enquanto ele beijava minha testa.

— Tenho muita sorte de ter você – ele disse, sorrindo. – Vamos dormir?

— Ah, o que o Jackson falou? – perguntei, e ele sorriu.

— Te conto tudo amanhã – ele disse. Me conduziu até o quarto, onde trocamos de roupa e nos deitamos. Chim se aninhou sobre minha cabeça, enquanto Jungkook acariciava minha cintura.

— Te amo, pequeno – ele declarou. Virei-me para ele.

— Te amo também – respondi, aconchegando-me ainda mais a ele, até pegar no sono.

[...]

Quando acordei no dia seguinte, Jungkook não estava na cama. Levantei, fiz minha higiene matinal, troquei de roupa e desci as escadas, ouvindo vozes vindas da sala.

— Olá, Jimin – alguém me cumprimentou, e fiquei surpreso ao notar quem era.

— Mark? – disse, sem reação, quando ele me abraçou. – O que está fazendo aqui?

— Vim te ver e te levar para passar o dia lá em casa – ele disse, sorridente, e eu concordei sem hesitar.

— Oi, Jimin – Jackson disse, vindo em minha direção.

— Olá, Jackson, que bom que estão aqui – falei, animado com a presença dos dois.

— Bom, está tudo pronto, Jungkook? – Jackson perguntou, rindo.

— Está tudo ótimo! – ouvi Jungkook gritar de algum canto da casa.

— Vamos? – Mark perguntou.

— Mas e o Chim? Não posso deixá-lo sozinho – respondi, incerto. Jackson apertou minha bochecha.

— Ai, que coisa fofa. Não se preocupe, pode levar ele junto – ele disse.

— Sério?

— Sério, criança – Mark riu.

Pegamos Chim, e assim que Jungkook apareceu, saímos. Eles nos levaram ao shopping. Mesmo que eu não quisesse nada, Mark e Jackson pegaram várias coisas para mim. Jungkook me olhava sempre com um lindo sorriso no rosto, como se admirasse minha alegria.

— Vamos pegar algo para comer. Esperem aqui – Jackson disse, e ficamos aguardando.

Enquanto eles se afastavam, continuamos conversando e rindo de coisas aleatórias. De repente, Jungkook se calou por um instante.

— O que foi? – perguntei, vendo-o apontar para um lugar próximo.

— É ele... – Jungkook disse, imóvel.

— Ele quem, Jungkook? – questionei, preocupado, e me assustei quando ele respondeu:

— Meu pai...