"Fica difícil não olhar para trás, sabendo que você está lá"...
Jimin
Pensar que, mesmo com tantas coisas acontecendo, eu tenho alguém do meu lado é reconfortante. Jungkook me fez sorrir quando o que eu mais quis fazer foi chorar.
Ele é meu abrigo, minha rocha, o que me mantém. Não que eu dependa dele para viver, mas se não fosse por ele, eu não teria motivos para estar aqui. Tantas foram as vezes que pensei em desistir, quantas vezes eu já não disse: "eu não aguento mais".
E sempre que pensamentos me assombravam, eu não tinha a quem recorrer, quem me abraçasse e dissesse que tudo ficaria bem. Agora, eu tenho alguém que me ama, e nunca quero perdê-lo.
Nas circunstâncias em que estamos, vivendo na calmaria, isso me preocupa, pois o silêncio às vezes significa perigo.
Fazia alguns minutos desde que Jungkook não apareceu no quarto, e, imaginando que ele tenha se distraído com algo, resolvo ir atrás dele.
Quando chego à sala, Jungkook está parado em frente à porta, com o celular em mãos, e quando nossos olhares se encontram, ele tem um semblante assustado.
— Jungkook, tudo bem? — pergunto, me aproximando dele.
Ele esconde o celular e sorri nervoso.
— Sim, pequeno, está tudo bem. Por quê? — diz apressadamente, e desconfio de tanto nervosismo.
— Com quem você estava falando? — pergunto, e ele se desvia até a cozinha e pega um copo de água.
— Eu não estava falando com ninguém, deve ser só sua impressão — ele alega, sorrindo.
— Jungkook, você está estranho. Por acaso está escondendo alguma coisa? — digo, em disparada, e ele fica sem fala.
— Não, por que eu esconderia alguma coisa de você? — ele diz, e então, mesmo não acreditando, decido não falar mais nada. — Ei, é sério, não há nada de errado.
Jungkook, por um momento, me abraça. Retribuo, ainda desconfiado; ele é bem óbvio quando se trata de mentir.
— Vamos pra cama? — ele pergunta, e me assusto por um momento.
— O quê!? — gaguejo em minha exclamação.
— Dormir, é claro — Jungkook alega.
— Ah, tá bom — sorrio, sem jeito.
— Hmm, você estava pensando outra coisa, né? — ele ri. — Park Jimin, você é um pervertido!
— Olha quem fala — rebato, constrangido.
— Oh, meu neném não é mais neném! — ele diz, boquiaberto, soltando uma risada em seguida.
— Eu não sou um neném! — digo emburrado.
— Tá bom, adulto, vamos dormir — ele diz, segurando minha mão e me conduzindo até o quarto.
Sorrio ao notar a diferença de tamanho entre nós; somos tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão iguais. Mas mesmo pensando nisso, não deixo de cogitar a ideia de que Jungkook está escondendo algo. Com certeza, eu vou descobrir.
Nos preparamos para dormir. Chim estava deitado acima da minha cabeça enquanto eu fazia desenhos imaginários no abdômen de Jungkook.
— Você está melhor? — ele questiona, e eu apenas murmuro um sim. — Então meus esforços valeram a pena.
— Obrigado, Jungkook — agradeço com um beijo.
— De nada, meu amor — ele retribui. — Agora que estamos sozinhos, eu gostaria de...
— Jungkook, olha o que você vai falar, hein! — advirto, e ele ri.
— Só ia dizer que te amo — ele diz, acariciando meu cabelo. — Mas você tem certeza que...
— Tu quer morrer cedo, né? — digo nervoso. — Vai dormir!
— Certo — ele diz, e pude ouvir seu riso. É tão bom vê-lo sorrir.
[...]
— Pequeno, acorde! — ouço alguém me chamar. Acordo ainda sonolento. — Anda, dorminhoco.
Levanto ainda com preguiça, faço minhas higienes matinais, troco de roupa e desço as escadas. A mesa está repleta de comida.
— Você que fez tudo isso? — pergunto, surpreso.
— Não. Comprei tudo isso — ele diz e rio. — Mas fui eu que arrumei.
— Mas mesmo assim ficou ótimo — me sirvo.
— Que bom que gostou. Ah, esqueci de te dizer que o Jackson pediu para que você fosse conversar com ele! — Jungkook informa.
— Você sabe por quê? — pergunto, e ele sorri.
— Acho que o julgamento do seu pai está chegando — ele diz, e finalmente me lembro desse assunto.
Ainda é difícil falar sobre ele. Não é fácil esquecer, e nunca vou perdoá-lo; ele fez da minha vida um inferno durante anos, e agora ele vai pagar.
— Ainda é difícil falar sobre isso — confesso a Jungkook, que me olha atentamente.
— Eu sei, pequeno — ele diz e fica mudo por um instante.
— Fico feliz que seu pai não tenha mais aparecido — digo distraído, mas capto seu olhar de relance.
— Bom, vamos sair, assim já passamos na delegacia — ele diz, de repente, levantando-se da cadeira e me deixando confuso.
— Tudo bem — concordo e o sigo.
Ele não dizia nada o caminho inteiro; sempre que eu puxava assunto, ele apenas falava poucas palavras. Ele estava pensativo demais.
— Jungkook, tem certeza de que está tudo bem? — pergunto, e ele sorri.
— Está, pequeno, não se preocupe.
Chegando à delegacia, Jungkook opta por esperar na recepção enquanto eu me dirijo à sala de Jackson.
— Com licença — digo ao abrir a porta.
— Oh, você já chegou. Sente-se, Jimin — ele diz, apertando minha mão em cumprimento.
— O que queria falar comigo? — pergunto, e ele sorri.
— Você já sabe que o julgamento está chegando e também que seu testemunho é o mais importante — ele diz, e escuto atentamente.
— Então, mesmo que seja difícil estar nessa situação, você precisa dizer tudo o que ele fez, sem esconder nada — ele diz, sério.
— Tudo bem — digo após um longo suspiro. — Vou fazer tudo isso.
— Informarei a você a data. Por enquanto, certifique-se de ficar bem — Jackson diz, preocupado.
— Eu já vou, então — me despeço.
Quando estou quase saindo da sua sala, Jackson levanta rapidamente.
— Só mais uma coisa — ele diz, me olhando diretamente. — Tome conta do Jungkook. Não sei o que o pai dele pode ser capaz de fazer.
[...]
— Conversaram, pequeno? — Jungkook pergunta, e eu simplesmente concordo com a cabeça, ainda processando o que Jackson havia falado.
Jungkook parte em busca de um lugar para comermos, descontraído enquanto admiro os prédios na rua e a movimentação frenética da cidade. Então, quando vislumbro, no canto do meu olho, uma sombra faminta observando nossas costas, minha pele endurece e um calafrio corre pela minha espinha. É como se o ar naquele momento tivesse se esvaziado.
Algo está errado. Eu posso sentir o pressentimento ruim do destino se aproximando. E eu só posso rezar para que não seja agora.
Oi pessoal o que estão achando ?
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Love beyond life
RomancePark Jimin um jovem de 16 anos sofre de depressão ,é vitima de bullying na escola e tem muitos problemas em casa ,está a um passo de acabar com a sua vida quando conhece jungkook um garoto que o fará querer viver novamente ... Jeon Jungkook um jov...