3. A Que Eu Sempre Amarei

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Andrea sentou no sofá do camarim e ficou concentrada lendo o roteiro do programa, escutou batidas na porta e olhou sorrindo em seguida.

- Posso?

- Nem precisa pedir - Mariana aproximou-se e beijou-lhe lentamente após sentar ao lado da morena.

- Estava com saudades.

- Eu também - Disse abraçando a mulher de cabelos loiros - Pensei que apenas nos veríamos a noite.

- Não aguentei, estava louca de saudade de você, como foi tudo em Nova York?

- Bem, o difícil como sempre foi ter que deixar o Mateo lá, mas era a semana de ficar com a Miranda.

- Ele ainda não se acostumou comigo.

- Teremos uma festa de final de ano para que vocês possam conviver.

- Amor, sobre isso... - Coçou a nuca - Eu não vou poder ir com você.

- E por que não?

- Vou precisar viajar - Andrea a olhou desanimada.

- Poxa Mari, pensei que fossemos passar esse natal juntas.

- Eu sei amor, eu também, mas realmente preciso ir, é o nosso trabalho, sabe disso, além de tudo seus pais ainda não aceitaram bem nossa relação, sua ex vai estar lá, seu filho não me suporta, eu prometo tentar chegar antes do final do ano, mas não é certo que eu consiga.

- Tudo bem.

- Não faça esse biquinho, Andy - Mariana a beijou lentamente e abraçando-a - Tudo o que eu mais queria era ficar de com você, te assumir de uma vez por todas, mas ainda não podemos - Andrea respirou fundo.

- Ainda não conversamos.

- Pensei que você fosse conversar com ela nos dias que esteve lá.

- Eu não pude, ela estava cheia de trabalho, nem nos vimos assim como nos últimos três anos, eu estava ocupada com as meninas e com o Mateo, também com a Runway, mas tentarei resolver isso quando estivermos na casa dos meus pais, já até mandei a minha advogada dar entrada nos papéis do divórcio.

- Tudo bem e até quem fim, eu não entendo como você demorou tanto pra pedir esse divorcio.

- É um assunto delicado por causa das crianças.

- Okay - Suspirou - Okay.

- Não está chateada, não é?

- Claro que não, amor - A acariciou na bochecha - Que tal jantarmos no meu apartamento hoje para matarmos a saudade? Podemos jantar e depois ir para a sobremesa, ou ir para a sobremesa, jantar e voltar para a sobremesa - Andrea riu.

- Adorei a última opção.

- Eu também, mas você sabe, precisava colocar a primeira para não pegar fama de pervertida, só quero te deixar relaxada.

- Boba... Você é a melhor namorada do mundo, Mari - Disse olhando-a nos olhos.

- Mas mesmo assim você não conseguiu esquece-la, não é? - Andrea respirou fundo abaixando o olhar e mexendo-se desconfortável soltando o ar.

- Mari...

- Não estou chateada com isso - A interrompeu - Andy, eu te entendo e sei como é difícil, não te julgo, sei a história de vocês, sempre foi tudo intenso demais e eu sei que jamais poderei competir com ela, talvez você ainda queira esse casamento, só não quer admitir isso pra você mesma.

- Mari, por favor.

- Tudo bem, vamos almoçar?

- Sim - Sussurrou agradecendo silenciosamente por aquele assunto ter chegado ao final.

As duas se afastaram e saíram do camarim, ao chegarem no restaurante sentaram e fizeram os pedidos.

- Quando voltará para Nova York?

- No final de semana, estou louca de saudade do meu pequeno.

- Eu imagino, você nunca fica mais do que dois dias sem ele, por que o deixou com a Miranda?

- Não teria como ficar com ele, minha agenda está um caos até o fim de semana, pois estou finalizando alguns trabalhos e como eu não vou passar mais de uma semana, resolvi deixa-lo com Miranda, ela irá com ele e com as meninas na sexta a noite para a casa dos meus pais, seria cansativo pra ele, ele estava um pouquinho gripado também, o ar de Chicago está ficando frio pra sair com ele durante a madrugada e esperar horas um vôo.

- Você é uma mãe incrível, sabia? - Andrea sorriu de canto e olhou para a mesa.

Miranda sempre lhe dizia isso, mas naquele momento Andrea não queria pensar na editora, apenas seguir em frente, coisa que parecia fora de questão a cada segundo que passava e isso fazia a raiva de si mesma aumentar.