3. A Que Eu Sempre Amarei

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Nigel sentou em frente a Miranda que olhava atentamente os croquis.

– Ficaram muito bons, Nigel.

– Eu estava inspirando — Disse convencido, Miranda levantou o olhar e apoiou os cotovelos na mesa.

– E a quem eu devo agradecer por isso?

– Para a sua digníssima esposa — Miranda o olhou confuso.

– A Andrea?

– Sim, ela me deu ideias maravilhosas, enquanto conversarmos, não vou te dizer o que conversamos, é confidencial.

– De segredinhos com a minha mulher, Nigel — Disse negando — Espero que não esteja inventando nada, sabe que ela está no final da gestação.

– Claro que não irei fazer nada que esforce a minha queridíssima seis, estávamos falando de sensualidade, sabe o que eu estava pensando? — Miranda continuou em silêncio esperando que ele continuasse — A seis poderia ser a capa da próxima revista, claro que assim que ela já estiver podendo trabalhar, você deveria ser a capa junto com ela, uma coisa bem sensual, bem intensa.

– E perder toda a minha fama?

– Quer mais fama do que a que acumulou durante esses anos? Miranda Priestly e Andrea Sachs aos beijos na festa de Daniel e Clarye Gold — Começou a se lembrar das matérias — Miranda Priestly e Andrea Sachs anunciam chegada do filho, Miranda Priestly e Andrea Sachs anunciam o casamento, o bebê de Miranda Priestly e Andrea Sachs é um menino... Isso sem contar as outras revistas, o melhor de todos foi, Miranda Priestly muda radicalmente o visual, isso só porquê você deixou os cabelos crescerem e voltou a deixa-los loiros, sem contar os looks, que ficaram mais sexys.

– Sexys, Nigel? Eu escutei isso mesmo?

– Não se lembra do vestido que você usou para acompanhar a Andy naquela premiação? Estava maravilhoso, aquele decote, como definia maravilhosamente bem sua cintura, mostrando o que os grandes casacos escondem, você sabe ser sensual, Miranda e mostra isso quando seis está por perto.

– Está imaginando coisas.

– Pergunte a ela, verá que não estou mentindo — Miranda negou com a cabeça — Que horas irá para casa?

– Ás oito, os pais de Andrea estão lá em casa, por isso vou ficar um pouco mais tarde, se ela precisar de algo eles pondem ajuda-la, próxima semana ela completa o nono mês e eu ficarei trabalhando no escritório de casa, não quero está aqui como da outra vez, quando ela começou o trabalho de parto.

– Clarye e Daniel virão?

– Eu não sei, acho que apenas depois do nascimento.

– E a seis voltará a trabalhar em Chicago?

– Creio que sim, conversamos pouco sobre isso, mas acho que ela irá querer voltar.

– E está tudo bem pra você?

– Foi a Andrea que te mandou perguntar isso? — O encarou desconfiada.

– Não, ela nem ao menos sabe.

– Sei... E respondendo a sua pergunta, sim, está tudo bem pra mim, pois quero vê-la feliz e realizada profissionalmente assim como é comigo, mesmo que a distância seja horrível, se ela estiver feliz, eu ficarei.

– Acho um luxo vocês juntas.

– Está aprendendo as manias de Douglas na maneira de falar — Nigel riu.

– Convivência.

– E vocês estão bem?

– Sim, eu marquei com ele de jantarmos hoje — Disse sorrindo.

– Finalmente pedirá?

– Sim, acho que já está mais do que na hora... Estamos pensando em adotar uma criança.

– É uma ideia maravilhosa, Nigel, podem também escolher alguém para gerar o bebê de vocês.

– Sim, nós pensamos nisso, mas não achamos que seja uma boa ideia, principalmente sendo uma desconhecida.

– Podem pesquisar sobre a barriga da aluguel, escolham alguém que esteja disposta a fazer isso, mas se fosse uma desconhecida seria muito melhor, pois após o nascimento do bebê, ela não precisará mais ter contato.

– Sim, eu pensei nisso, mas Doug não está muito seguro em relação a isso.

– Entendi, basta pensarem com calma.

– Nós iremos — Disse sorrindo, Miranda afirmou com um aceno de cabeça e voltou a olhar para o caderno encima de sua mesa.