Sempre Foi Você 💕(concluído)

Capítulo 9 - Lucas✓

“Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Timóteo 6:10

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— A confiança que depositei nela foi totalmente aniquilada. Me instruía em tudo, orava comigo quando estava com alguns problemas, me ganhou para jesus, através dela conheci o amor de Deus, como uma pessoa pode mudar tanto assim. Usou o momento mais difícil da minha vida para conseguir mais dinheiro com Alex.

Sam soluça nos meus braços. É uma mulher tão forte por suportar tudo isso guardado dentro do coração, ainda assim continua iluminando todos com seu sorriso, que apesar dos piores dias, continuam lá.

— Deus levanta pessoas para cuidarem do seu povo e no final somente nos usam para conseguir dinheiro. Lucas a mulher que me apresentou a vida, tirou ela de mim. A ganância daquela mulher acabou com minha família. Ela pensava que se me casasse com o Alex, iríamos continuar na igreja, e passaria a receber mais ainda do que já recebia. A amava como uma mãe e no instante de desespero caí como uma patinha naquela história, isso tudo custou a vida de todos que eu amo. E quando pensava em Deus, nossa é revoltante, Ele não estava lá, talvez se envergonhou pelo que a Escolhida Dele fez e o silêncio foi tudo que recebi de sua parte, enquanto apanhava todos os dias sendo tratada como um animal.

Sua expressão é de decepção. Sam prende a respiração para tentar parar de chorar. — Sabe o que eu quero agora? Quero um copo de vodka — expõe fingindo se recompor.

— Você e eu sabemos muito bem que você não pode. Sabe muito bem que essas lembranças sempre voltam depois que a embriaguez acaba.

Se fosse em outros tempos com certeza iria ser o primeiro a entregar um copo de vodka nas mãos dela, mas a situação pelo que passou naquele hospital, mudou tudo. E não sou tão irresponsável assim.

— Então vai na sorveteria e compra um sorvete de baunilha, vou esperar aqui no seu quarto — pede tentando manter sua posse de durona como se fosse possível esquecer tudo que me contou a minutos atrás. Ela é assim, uma hora mostrar seu lado mais obscuro e no outro tenta mudar de assunto falando sobre sorvete.

— Não vou te deixar no meu quarto com um armário cheio de bebidas, Sam. Isso está fora de cogitação. Se não quer mais falar sobre o assunto, tudo bem. Mas peço que me perdoe, lamentei tanto meu passado para você e diante de tudo, você foi a maior vítima, enquanto pensava que eu era o coitadinho da história.

Peço me sentindo culpado por minhas idiotices,  quantas vezes bêbado fiquei perturbando a mente dela com o chifre que levei.

— Mudei, agora quero sorvete de chocolate — diz fingindo não se importar com o que acabei de falar. Vejo em seus olhos que cansou de lembrar o passado. Apenas bufo com sua atitude, sorrindo em seguida.

— Eu vou comprar, mas você vai ficar lá embaixo com meus pais. Me dar o dinheiro, você que vai pagar. — Ela dá de ombros saindo do quarto, descendo as escadas de mármore se fazendo de surda.

Meus pais estão na sala e assim que chegamos voltam a atenção para Sam. Mas não perguntam nada sobre o rosto inchado e os olhos extremamente vermelhos .

— O seu querido e gentil filho vai comprar sorvete para todos nós. — Rir travessa na minha direção.

— Que bom Filho. Quero de morango — mamãe responde empolgada.

— Baunilha, filhão — papai
diz com a atenção para a televisão.

— A nossa gentil hóspede vai pagar tudo — afirmo e Sam faz bico se sentando em uma das poltronas, me ignorando.

Depois de voltar da sorveteria ficamos assistindo um filme de comédia com meus pais. Pela primeira vez durante minha volta para casa tive um momento normal com minha família.

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Depois do jantar Sam volta com a conversa sobre a mudança. Resolvo pesquisar sobre casas a venda ou apartamentos distante da casa dos meus pais. Assim não colocamos eles em perigo, mas também não tão longe para visitá-los.

Apesar do horário achamos uma casa em um bairro de aproximadamente uma hora de carro até lá. Ligo para o proprietário e o mesmo me atendeu quase no último toque.

— E então? — pergunta assim que finalizo a chamada.

— É para nos encontrarmos com ele na frente da residência a venda, amanhã às oito — respondo digitando no bloco de notas o endereço.

— Por que tão cedo? — indaga com uma careta engraçada.

— Ele é médico e precisa trabalhar logo em seguida ao nos mostrar a casa — explico.

— Então, vou dormir. Hoje tive muitas emoções e só quero adormecer sem perturbação. Se comporte, garotão — aconselha passando por mim, bagunçando meus cabelos, tratando-me como se fosse uma criança travessa.

Tranco a porta para não correr o perigo dela no meio da noite entrar no quarto e roubar minhas preciosas bebidas escondidas.

A janela do quarto parece tão convidativa que me direciono até a mesma, observo que o céu está escuro e sem estrelas. Olho para a varanda e a silhueta da mulher que vi outro dia está lá. Só que agora é possível ver seu rosto. Quase engasgo com minha própria saliva de tão assustado que me encontro nesse momento. Pisco várias vezes para ter certeza que não é uma alucinação. Sinto raiva ao vê-la sorrir, quantas vezes sorriu de mim pelas costas enquanto me enganava.

— Só pode ser castigo. Logo agora que pensei que não sentia mais raiva nenhuma — comento comigo mesmo tracando as janelas.

Não dava para ser outra pessoa. Justamente a Briana. Fala sério. Estava sorrindo olhando nos olhos do homem que a segurava pela cintura enquanto se balançavam em um ritmo lento. Será que essa garota, que agora é uma bela mulher, nunca vai deixar de me atingir. Até de longe ela me afeta. Acho que estou ficando louco, uma hora tenho certeza que estou superando, em outro não quero que ela esteja feliz, é tão injusto, não quero vê-la sorrir, como pode isso cara, enquanto sorrir, estou aqui me sentindo vazio por dentro.

Abro meu armário mais uma vez e outra garrafa me faz companhia. Passei alguns dias sem minhas belezinhas, por isso estava pensando em voltar a ser o Lucas bonzinho. Elas voltaram a ativa, e essas bobagens irão sumir da minha mente.