Capítulo 20 - Samantha e Lucas✓

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Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe o meu coração para temer o teu nome.
Louvar-te-ei, Senhor Deus meu, de todo o meu coração, e glorificarei o teu nome para sempre.

Salmos 86:10:11.

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Já faz um mês que passo pela rua das flores. A avenida principal é o caminho que sigo todos os dias para a empresa. A alguns dias surgiu um enorme buraco, causado por uma tubulação de água, então tive que seguir um atalho por outra rua. No primeiro dia, ele estava lá, tão frágil e sozinho. Suas roupas rasgadas, descalço e o mais impressionante era que estava com o sorriso mais lindo do mundo no rosto. No segundo comprei biscoitos e levei. Ao parar o carro ele ficou com muito medo e ao me aproximar o sorriso do menino desapareceu e senti um aperto no peito. As lágrimas insistiram em cair e engolindo em seco, respirei fundo e mostrei o pacote de biscoito e ele pegou da minha mão desconfiado.

— Oi. — Falo e ele segue me olhando.
— Meu nome é Samantha, posso saber o seu? — Pergunto e o menino de aproximadamente cinco anos não diz nada. Após minutos em silêncio ele gira sobre os calcanhares e corre em direção oposta a que estou. Sem saber o que fazer, volto para o carro frustrada por não saber lidar com uma criança.

Depois disso passei os dias seguintes pela mesma rua e o via de longe. Comecei a levar café da manhã, almoço e janta. No terceiro dia ele falou comigo, antes só pegava o que trazia das minhas mãos e corria.

— Você tem pais? — Fiz a mesma pergunta dos outros dias.

O menino moreno de olhos azuis me olhou e quando pensei que não iria conseguir que ele me dissesse nada :

— Lucas David. — Respondeu o menino.

— Lucas é nome do seu pai? — Perguntei esperançosa. Como é possível um pai deixar um filho abandonado na rua. É algo repugnante.

— Não Lucas David é o meu nome. — disse e voltou a me encarar.

— Você mora por aqui? — Suspiro fundo já sabendo a resposta.

— Sim. Minha casa é bem ali. — responde apontando para uma casa de papelão como se fosse uma maquete gigante que jogaram no lixo e ele pegou para dormir dentro. Meu coração acelera de desespero e clamo ao senhor, por não saber o que fazer. Os perigos são constantes e ainda mais para uma criança abandonada.

— E seus pais, pequeno? — Passo a mão no rosto para limpar uma lágrima solitária.

— Não tenho pais. — Disse e correu novamente.

A partir de então a vontade de trazê-lo para casa aumentou. Orei incessantemente e hoje vou propor a ele de vim morar comigo. Procurei um advogado e perguntei como seria para adotá-lo, o mesmo me apresentou várias burocracias. Uma delas seria levá-lo para um orfanato e entra com o pedido de adoção. Pedir direcionamento do senhor e então surgiu uma luz. Vou levá-lo para ficar comigo na minha casa e com o tempo indo conversando com ele vou falar que para ficar comigo como meu filho precisará ir ficar no orfanato até tudo ser resolvido conforme manda a lei. Sei que é apenas uma criança, terei que orar muito para que ele compreenda a situação apesar da pouca idade.

Lucas 🍃

A misericórdia de Deus é indescritível. Como é possível o ser mais poderoso do universo, o Rei dos reis, se importa com pessoas idólatras e que possuem uma inclinação para o mal. Que não buscam o bem e não pensam a não ser em si mesmos. A misericórdia explica. Ele sentir as nossas dores, de tal forma que em minha opinião é mais intensa, não sente apenas pena, mas quer arrancar as nossas dores. Nós merecemos as dores que sentirmos, pelo simples fato de serem consequências das nossas decisões. Mesmo assim Deus como um Pai nos socorre e trata as nossas feridas, derramando seu bálsamo sobre nossas almas, trazendo alívio, cura e uma nova oportunidade de escrever uma nova história.

 Sempre Foi Você 💕(concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora