Estaciono meu carro em frente à minha casa e já desço indo em direção a porta. A escuridão já tomava conta do céu, o sereno caia e as estrelas brilhavam, estava uma linda noite, mandou embora todas as possibilidades de temporal no fim das contas.Entro em casa e consequentemente já penso em Kevin, eu espero de verdade que ele tenha pensado bem sobre o que discutimos antes, eu odiava quando brigávamos.
A noite com as meninas foi algo maravilhoso, conversamos comemos e rimos bastante. Eu sentia falta delas.
Assim que entro, percebo que está tudo escuro dentro de casa. Provavelmente ele já tinha ido dormir, deixo minha bolsa pendurada no cabide do corredor e vou para meu quarto. Quando chego em meu quarto vejo meu irmão deitado na minha cama, só não conseguia ver se ele está dormindo ou acordado.
Acento a luz e ele se mexe.
— Sinto muito e você tem razão — diz em baixo dos edredons abafando o som.
Rio pelo jeito que ele se encontrava e cruzo meus braços.
— Então eu poderei trabalhar? — pergunto.
— Vai, você tem razão. As vezes eu exagero, desculpa por isso, eu só quero te ver feliz. — lamentando-se fala e levanta da minha cama vindo em minha direção para poder me abraçar.
— Te amo maninho. — digo isso assim que seus braços me envolvem.
—Te amo maninha. — ele beija o topo da minha cabeça e ficamos assim um pouquinho.
Ele reclama que minha cama era muito ruim para suas costas e me dá boa noite indo para seu quarto.
Eu estava sem sono, aproveito esse momento para poder estudar.
Mas quando vejo, eu estava fazendo pesquisas, pesquisas profundas sobre Aaron.
Bom, talvez ele não fosse não sábio quanto parecia.
🖤
Sai para caminhar no outro dia a tarde depois da faculdade. Estava um sol lindo e eu precisava espairecer um pouco.
Hoje trabalhei para uma pessoa diferente, não era Aaron. Meu paciente era um cara que matou a própria filha e esposa por ter pouco dinheiro e não querer sustentar elas. Querendo ou não, as histórias que eu ouvia as vezes ficavam em minha mente vagando por mais que eu não queira.
Pensei em meus pais depois disso, como pode existir caras tão frios a ponto de matarem sua própria família enquanto eu morreria para ter a minha de volta.
Eu gostava de caminhar, sentir o vento bater em meu rosto era uma ótima sensação.
Me sentia livre.
Sem querer, quando me viro para ir a esquina, me pecho em alguém e automaticamente caio para trás.
Sem ter me machucado muito, só tento me limpar e ver quem é o responsável por isso.
Com a mão esticada para eu aceitar e levantar, vejo Steven. Só podia ser ele mesmo.
— Desculpa Kelsey, não vi você aí. Você está bem? — pergunta me ajudando a levantar.
— Estou, felizmente o tombo não foi tão feio — Rio fraco. — O que você está fazendo aqui?
— Eu caminho as vezes. — ele diz calmamente. — Posso me juntar a você? — pergunta com um olhar esperançoso depois de ter me colocado em pé.
— No meu histórico de coisas que eu fiz sozinha com você, elas não deram muito certo, porque acha que agora daria? — falo brincando com ele.
Ele pareceu pensativo, meu deus ele não tinha senso de humor.
— Estou brincando, eu adoraria caminhar com você — digo dando a ele um sorriso para ele saber que estava tudo bem.
Ele me devolve o sorriso e saímos caminhando juntos lado a lado.
— Então, como Kevin está?
— Conversamos ontem, e ele decidiu que vai me deixar trabalhar. Inclusive já trabalhei hoje.
— Meu Deus Kelsey coisa boa, fico muito feliz em saber isso. Hoje foi minha folga, então por isso não te vi — diz Steven com sua felicidade aparente.
— Ah Sim, mas enfim ele entendeu meu lado e acho que a partir de agora as coisas vão ser mais fáceis.
Caminhamos em silêncio por um bom tempo, mas não um silêncio constrangedor e sim um bom.
Viramos logo na esquerda indo para o outro lado da calçada, já há algumas quadras de distância da minha casa, a qual ele disse que passaria lá para dar um oi ao Kevin.
Sua mão estava perto demais da minha enquanto caminhávamos lado a lado, praticamente encostada na minha, parecia esperar algo, devia ser a minha permissão.
Eu encosto a minha mão na sua e logo depois sinto seus dedos entrelaçando nos meus. Não falamos mais nada depois disso, é sempre assim, nunca comentamos.
— Então, devo te chamar de Princesa agora? — Steven diz tentando puxar assunto se referindo ao apelido que Aaron deu em mim.
— Pois é, ele é louco. — comento me sentindo desconfortável de falar sobre Aaron com Steven.
— Ele gosta de você, da para ver isso.
Engasgo com minha própria saliva.
— Ele não gosta de mim, ele quer apenas me enrolar para que ninguém saiba o que ele quer.
— Kelsey, ele gosta de você. O que foi aquilo na última sessão? Só faltou vocês se agarrarem.
— Você está louco.
Fico irritada e largo sua mão, já estávamos perto demais da minha casa então espero que ele pense que foi esse o motivo.
Aaron não gosta de mim, ele está me usando, ele era esperto. Mas acontece que eu também era e eu já estava quase descobrindo seu joguinho.
É fácil quando seu irmão está investigando a tempos uma coisa que está na sua frente a duas semana.
É fácil quando se sabe que Aaron Hokins fazia parte do The Legion.
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Ardente Tentação
RomanceA vida de Kelsey nunca pareceu tão entediante. Com seu irmão trabalhando demais, ela acaba ficando sozinha com bastante frequência. Após a morte de seus pais, Kelsey e Kevin se uniram muito para passar por isso juntos. Um certo dia, seu irmão prend...