Capitulo 30

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Meu pescoço já estava doendo devido ao desconforto daquele lugar. Tento arrumar minha posição pela vigésima vez naquela noite mas é em vão, eu ainda estava com o pescoço dolorido.

Minha mente estava inundada com vários pensamentos, isso de certa forma me ajudava pois me distraia de lembrar que eu estava sentada no chão daquele muquifo.

Olho mais uma vez para Aaron, nas últimas horas eu estava apenas observando ele dormir, apesar de estar todo machucado ele parecia um anjinho de tão lindo.

Vejo ele se mexer um pouco e logo seus olhos se abrem. Sua expressão fica confusa e logo ele percorre o lugar com seus olhos até encontrar os meus. O brilho em seu olhar era grande, uma mistura de esperança com receio.

—Bom dia. — ele arrisca a dizer limpando sua garganta.

— Só se for pra você, porque até agora eu não dormi nada. — digo sendo sarcástica, e isso tira um sorriso dele.

O fuzilo com o olhar.

— Você ficou aí a noite toda? Nesse chão? — ele diz ignorando meu olhar.

— Não tive opções, tive? — falo o encarando.

Ele se ajeita na cama com cuidado e se retorce a cada mexida, com uma mão livre ele põe ela sobre o espaço ao seu lado que ele deixou no colchão e bate ali pedindo para que eu me aproximasse.

Como não sou burra, levanto do chão e vou em sua direção.

Me aconchego no espaço que ele deixou ali pra mim, a cama não era muito grande então estávamos nos encostando. Me viro para que possamos ficar frente a frente e depois de finalmente achar uma posição boa, nós nos encaramos por alguns segundos.

— Me conte. — digo o avisando que a hora da conversa era aquela.

Ele respira fundo e leva suas mãos até a mecha de cabelo que havia caído no meu rosto, ele a coloca atrás da minha orelha e acaricia meu rosto.

— Eu estava fazendo planos com os Chineses. Eles são a máfia que nós sempre queríamos como aliados. Infelizmente, os Hitmans também estavam de olho neles. E tem uma menina chamada Agnes, você conheceu ela no bar.

Ele dá uma pausa, parecendo se recompor, e depois ele tira sua mão de meu rosto desviando seus olhos dos meus.

— Nunca te contei isso, mas Agnes e eu tínhamos um relacionamento. Eu amava ela, e achava que ela sentia o mesmo por mim. Até saber que ela na verdade estava com o Travor. Você acredita? Eu nunca fiquei tão mal na minha vida quando descobri isso. Ela me traiu, você tem noção do quando isso doeu? Do quão feito de bobo eu fui para a minha Máfia? — seus olhos começaram a marejar e eu logo ponho minha mão em seu peito.

— Depois que sai da prisão, as coisas estavam uma bagunça. Agnes veio até mim, Travor dispensou ela e a mesma veio atrás de mim querendo me ajudar. Disse sobre os Hitmans estarem fazendo uma aliança com outras máfias para poder nos encurralar. Nos encontramos por dias, ela nos contava tudo que sabia. Até que Travor descobriu isso, e não gostou nada disso.

Eu já conseguia imaginar onde aquela história ia dar.

— Ele se encontrou com ela um dia sem eu saber, pegou seu celular escondido e disse para mim encontrar ela naquele motel. Chegando lá, estava os dois lá. Outro momento que eu senti a traição, mas dessa vez ela não tinha culpa. Ele simplesmente pegou sua arma e atirou na cabeça dela. Um tiro. Na cabeça. Ele não disse nenhuma palavras, em apenas 5 segundos ela estava morta.

— Eu sinto tanto Aaron. — seco o pouco de lágrimas que caíram de seus olhos.

— Assim que ele fez isso, a raiva que tinha em mim se tranformou. Ataquei ele mesmo com uma arma, ele atirou em mim mas não me contive. Brigamos corpo a corpo, até que ele quase morrendo disse que o trabalho dele estava feito. As sirenes soaram e em um piscar de olhos ele já tinha sumido. Ele queria fazer aquilo ser culpa minha, ele sabia que todos sabiam meu nome. Ele sabia que eu tinha me encontrado com ela no dia anterior e fez o possível para não encostar nela para não ter as digitais dele.

Ardente TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora