Capitulo 3

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KEVIN EVANS

Olho para meu mais novo "problema" em cima da minha mesa.

Porte de armas e drogas? Foi por isso que me tiraram de meu sono de 1 hora depois de trabalhar à noite toda aqui? Por causa de um maldito caso de drogas?

Suspiro pesadamente e levo minhas mãos até meu cabelo os bagunçando. Encho mais uma xícara de café para tentar me manter acordado e o tomo.

Era isso que eu recebia por dar tudo de mim nisso aqui. Kelsey ficava muito zangada comigo por não ter muito tempo para ela, mesmo ela não comentando eu conseguia sentir isso pelos seus pequenos olhinhos tristes.

Depois que nossos pais se foram, tudo ficou para mim, eu não poderia deixar minha maninha perdida nesse mundo, então tive que batalhar. Apesar dela não gostar do meu emprego, eu amava ser policial.

Em nosso serviço tínhamos que lidar com o risco de vida constante, o questionamento de nossa atuação ou ameaças em razão dela, e principalmente, o sacrifício do convívio familiar. Mas saber que você cuida e proteje muitas pessoas fazendo o seu trabalho, era a melhor sensação e uma enorme satisfação.

— Kevin, esse cara não apenas portou,
não uma, mas sim milhares de armas diferentes sem licença, e nem apenas tinha um estoque de drogas.— disse Steven, meu melhor amigo, que se aproximou da minha mesa para poder jogar mais papéis ali.

— Não estou diminuindo a gravidade do crime dele, ele é um criminoso e é perigoso, só Deus sabe o que mais ele já fez ou pode fazer. Mas esse caso você poderia facilmente dar para o Jim. — dou meu último gole no café e coloco a xícara para o lado. — E principalmente, não precisava deixá-lo na central.

— Você não está entendendo, preciso de você nessa e não do Jim. Você conhece bem essa área, nunca viu o nome dele por lá ou algo parecido? Porque ele se entregou, praticamente, e não resistiu a nada. Isso é muito suspeito. — Steven já estava criando um buraco no chão de tanto caminhar em círculos.

— Acho que eu saberia se ele fosse de uma máfia, não é? — ergo uma sobrancelha à ele. — E não, nunca ouvi falar nesse nome. Mas já que estou aqui, vou ver o que posso fazer.— digo juntando as fichas do cara que estavam espalhadas na minha mesa com os outros papéis que Steven me passou.

— Você sabe que não conhece o nome de todos na região... — Steven não queria me provocar, mas ele sabia que isso me irritava.

Seguro meus punhos

— Eu já disse, vou ver o que posso fazer. Vamos dar um jeito nisso.

— Não necessariamente só nós, eu gostaria da ajuda da sua irm..—  não permito que ele termine essa frase e já o corto.

— Sem chances.

Ele apoia suas mãos em seu quadril.

— Você está brincando Kevin? Ela trabalha aqui agora, esse é o trabalho dela.

— Você está falando que esse cara é perigoso e que tem muitas suspeitas em cima dele e, mesmo assim, quer que minha irmã fale com ele? Você está ficando louco? — meus olhos voam para seu rosto.

— Kevin, esse é o trabalho dela, foi por isso que eu a contratei.

Raiva sobe pelas minhas veias, quando se tratava dela eu era extremamente protetor. Me levanto da mesa e vou com tudo em direção ao Steven, ele percebe o que eu estava prestes a fazer mas não me impede, ele sabia que eu era mais forte e mais rápido que ele.

Pego ele pela sua camisa e o empurro com tudo contra a parede do meu escritório, o choque de suas costas faz um barulho alto que ecoa na minha sala.

Ainda assustado, ele me encarava tentando captar as palavras que eu diria a ele em seguida.

— Escuta aqui, não me interessa se somos amigos ou não, se você colocá-la em perigo eu facilmente acabo com você. Ela não vai pegar esse caso, você contratou ela para falar com os caras mais tranquilos e SE não fossem perigosos. Então, arrume outra pessoa para falar com ele, porque ela não vai.

Solto ele da parede e ajeito meu uniforme, consigo ver que ele estava visualmente indignado com o que eu acabara de fazer.

Mas eu não me importava, não havia sido a primeira vez e se ele continuasse assim não seria a última.

— Você está ficando cada fez pior cara, baixa essa bola aí. — Steven vem até mim e me dá uns tapas nas minhas costas. — Vou deixar você pensar aí, se vemos depois.

Ele sai da minha sala batendo com tudo a porta atrás de si.

Eu não conhecia esse cara, não sabia da onde ele tinha vindo, mas o seu nome me parecia familiar.

Aaron Hokins.

Definitivamente eu precisava de mais café.

🖤                   
KELSEY EVANS

— Então é só entrar lá, tentar descobrir de onde ele veio e porque ele está aqui? — ergo minhas sobrancelhas a Steven.

— Isso mesmo, você precisa ir rápido antes que seu irmão chegue.— Steven realmente estava brincando com a morte.

Steven me contou da briga que eles tiveram ontem, eu já estava acostumada pra falar a verdade, mas ele nunca enfrentava seu amigo desse jeito.

— Mas você está bem? — questiono.

Ele assente com a cabeça.

— Se eu me importasse com as merdas que seu irmão faz as vezes, nós nunca seríamos amigos — ele me pega pelo cotovelo e me direciona até uma porta. — Mas eu também faço merda as vezes, tipo agora.

Um sorriso divertido aparece em seu rosto e ele aponta para a porta novamente.

— Vá, se sentir desconfortável você pode dizer que nós abriremos a porta para você. Não tenha medo, estamos te vendo e te ouvindo.

Olho para a porta a minha frente, eu sabia que era ele que esta lá. Não poderei me intimidar, por mais tentador e difícil que isso seria eu tinha que me manter firme.

Ser profissional.

Respiro fundo, e sigo meus passos até a porta.

Eu acho que já estava preparada o suficiente para conhecer minha mais nova tentação.

Ardente TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora