Capitulo 10

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Aaron Hokins

A comida daqui era horrível, seu gosto e sua textura eram algo impossível de comer. Eu estava comendo somente o necessário para não passar mal e desmaiar, porque sinceramente eu não aguentava mais esse lugar estúpido.

A cantina era enorme, todos ficavam aqui na maior parte do tempo. Aqui era o lugar ideal para eu conseguir fugir, eu imaginava mil maneiras de fugir, mas infelizmente não era a hora ainda.

Eu já havia percebido que Luke não estava aqui, provavelmente Travor deu um jeito de liberar ele de maneira acobertada antes de eu chegar.

Mas, tinha um ex Hitmans aqui, e eu estava lutando para conseguir conquistar sua confiança e ter respostas. Eu não queria ir embora de mãos vazias.

— O prato de hoje é uma delicia, se você não for comer dê para mim. — Roy diz se aproximando de mim e sentando na mesa com sua comida.

Roy era o ex Hitman, ele definitivamente era meio louco, dava para perceber porque mandaram o coitado embora.

— Fique a vontade. — jogo meu prato em sua direção, minha atitude o deixou super feliz fazendo ele bater palmas.

— Bati no Jonhson hoje, ele não queria sair da minha frente, vi seu sangue saindo bem de vagar de sua boca.— diz com um sorriso assasino em seu rosto.

— Nossa Roy, esses caras não sabem onde é o lugar deles né. — falo entrando no clima daquele maluco.

— Não é, eles não entendem qual é o espaço do outro. Você me entende, as pessoas nunca me entendem. — Roy comenta com os ombros pra baixo demonstrando tristeza.

Roy tem em torno de 30 e poucos anos, ele me disse que se irritou demais com seu cabelo, então esse foi o motivo para ele ter raspado tudo. Seu corpo era cheio de tatuagens, assim como o meu.

— Roy esses caras do seu antigo grupo que você falou são uns idiotas por não ter te valorizado o suficiente. Você sempre foi muito responsável não é? — pergunto tentando estimular o cérebro dele a lembrar de algo.

— Na verdade não. — ele coça sua nuca. — Quer dizer, eu sempre me perdia nas coisas que eles pediam,mas eu merecia segundas chances sabe. — vejo suas veias começando a saltar e sua raiva aparecendo — AQUELES MALDITOS NUNCA ME DERAM SEGUNDAS CHANCES!!

Automaticamente muitos dirigem seus olhares pra nós, mas Roy não pareceu se importar enquanto juntava as migalhas de arroz que deixou voar em consequência do seu socão na mesa.

— Além de não confiar em você coloram outro em seu lugar? — pergunto quando ele finalmente se acalma.

— Bom, sim eu acho. Não lembro direito, só sei que eles ficavam bravos quando eu descia para ir no cobre.

Ele para de falar assim que vê os seguranças vindo em direção minha direção. Quando chegam em nossa mesa eles me pegam pelos braços com nenhuma delicadeza e começam a me arrastar pra fora.

— Larguem o meu amigo. — Roy diz autoritariamente e com raiva. Ele pega seu prato e joga em direção a um polícial com tanta força que o prato quebra na cabeça de um deles.

Oh Roy, mais uma noite no isolamento.

A metade dos polícias se dividem agora entre mim e Roy, mas nós se dirigimos a caminhos separados.

O que eles queriam aqui? Hone nem é meu dia de sessão.

Me levando em um caminho totalmente diferente do que já tínhamos feito, avisto uma sala mais à frente onde provavelmente será meu destino.

Colocam as algemas em mim, mas dessa vez frente, e me empurram para entrar na sala.

Quando a porta se abre, eu vejo ela.

— Olá Sr. Hokins — diz Kelsey sorridente.

Hoje ela estava mais linda do que o normal, seus cabelos pretos estavam em um perfeito coque que realçou o seu rosto. O rosto dela era lindo, junto com seus olhos azuis que se realçavam com sua blusa da mesma cor.

Ela estava radiante.

— Olá princesa, estava com tantas saudades de mim que não soube esperar até semana que vem?— pergunto a ela, sei que quando a chamo de princesa eu a irrito, e é por isso que eu adorava chamar ela assim.

— Você se acha muito não é, Sr Hokins. — ela balança a cabeça.

— Me chame de Aaron. — ao falar isso, posso sentir a irritação em seus olhos.

— Ta bom, pode continuar com os seus joguinhos. Quero ver se você vai ficar assim quando eu contar para você o que eu sei.— diz em um sorriso vitorioso.

Levo o caminho até a cadeira no meio da sala e me sento. Ela toma a cadeira de frente pra mim e coloca suas mãos na mesa, calmamente olho em seus olhos e pergunto.

— E o que você sabe, Princesa?

Ela entra em meu joguinho com um sorriso em seus lábios.

— Que você faz parte do The Legion.

Vacilo meu olhar, não pode ser que ela tenha descoberto. Tento não mudar muito minha expressão, mas era tarde demais porque ela já sabia que eu não esperava por essa.

— Não se preocupe, como pode ver, mudamos de sala. Essa aqui não tem nenhum gravador nem câmeras, agora é somente eu e você — fala em sua total postura e seu olhar pesando em mim.

Como eu nem sequer tinha pensado nos gravadores? Como ela descobriu isso?

Eu não estava acreditando nisso.

Eu estava mais uma vez falhando, dessa vez se eu caísse não teria mais volta.

Eu não deixaria ela me ter em suas mãos.

— Você já contou para eles? — pergunto calculando minhas palavras.

— Acha que se eu já estivesse contado estaríamos tendo essa conversa? — agora eu estava bastante curioso.

Arqueio minhas sobrancelhas à ela, me aproximo com a cadeira para mais próximo da mesa e coloco minhas mãos perto da sua.

— Porque você quis ter essa conversa comigo?

— Queria saber se essa era a verdade, e pelo jeito é. Agora se me der licença.— fala se levantando e indo em direção a porta

Suspiro pesadamente.

— Espera, Kelsey. — ao dizer isso, ela volta no mesmo instante como se estivesse esperando que eu a chamasse.

— Você não tem provas. — pelo amor de Deus ela não poderia ter provas.

Ela cruza seu braço em frente ao seu peito.

— É, talvez eu não tenha, seja apenas uma suposição. Mas, no momento que eu falar a eles a minha teoria, é apenas questão de tempo.

Me levanto da minha cadeira e caminho até ela.

Vejo seus olhos tremerem, ela pisca para me enxergar tão perto dela. Ela não estava com medo, ela queria saber onde isso ia dar.

— Eu até usaria as mãos para te impedir de ir embora, mas elas estão amarradas. — vejo ela soltar uma risada irônica e logo depois se arrepende por isso. — E eu digo isso literalmente, se é que me entendeu.

Mando meu sorriso mais malicioso para ela, eu sei que não estava em posição nenhuma de brincar, mas eu não podia perder essa oportunidade.

Com o meu comentário eu esperava que ela ficasse irritada, mas na verdade, ela ficou vermelha.

— O que você quer — diz curta e grossa.

— Quero um acordo.

Ela pisca confusamente e da um passo para trás.

— Que tipo de acordo?

Sorrio abertamente.

— Um que você vai gostar.

Ardente TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora