Capitulo 16

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Eram 21 horas quando decidi voltar, Kevin não deveria estar em casa hoje devido ao ocorrido então aproveitei para ir embora.

Eu estava melhor, as meninas me ajudaram bastante mas eu precisava ficar sozinha nesse momento.

Decidi colocar um pijama confortável e pedir uma Pizza para me sentir melhor.

Ignorar, eu tinha que ignorar.

Eu não sabia o que faria, se moraria ali ou sairia. Eu só queria ignorar, a resposta viria com o tempo.

Quando estou indo em direção ao meu quarto desligando as luzes da casa, ouço um barulho na rua. Eu estava sozinha e Kevin não voltaria tão cedo, não era pra ninguém estar aqui.

Nervosa vou até a janela espiar se havia algo errado. Mas não enxergo nada na rua. Deve ser paranoia minha, com tantos pensamentos devo ter ficado zonza.

Volto meus passos em direção ao meu quarto e é aí que eu paraliso.

Eu não estava acreditando no que estava acontecendo, eu não estava acreditando que ele estava na minha frente.

Como ele conseguiu entrar aqui, e o mais importante, porque ele estava aqui?

— Olá princesa, achou que eu iria embora e não falaria com você? —diz em um tom sedutor.

Aaron estava parado na minha frente, no corredor da minha casa.

Ele estava mais lindo do que eu lembrava, sua barba estava feita e agora estava com roupas que favoreciam seu corpo. Favoreciam demais, pois consigo ver seu abdômen definido daqui. Seu cheiro estava muito mais forte, pude sentir seu perfume soprando em meu rosto.

Sua feição estava muito melhor do que da última vez que o vi chorando em meus braços.

Mas eu não conseguia pensar nisso, a raiva que eu estava me consumiu. Ele não podia fazer isso, aparecer na minha casa como se nada tivesse acontecido.

Sem pensar, simplesmente vou pra cima dele. Começo a depositar socos em sua barriga retirando toda raiva que continha em mim.

Ele não parece se afetar, ele simplesmente permite

— Seu idiota, babaca, como eu pude confiar em você, você estragou tudo, eu.. eu...— continuo o socando mas eu simplesmente perco as forças sabendo que isso não adiantaria nada.

Pelo calor da emoção não pude perceber que eu estava em seus braços, ele me envolveu e descansei minha cabeça em seu peito. Ele aproveitou meu momento de fraqueza para me abraçar.

— Calma, eu sei que nesse momento você quer me matar, mas calma.— diz tentando me passar calmaria ao acariciar meus cabelos.

Sua mão livre apertou fortemente minha cintura e por um momento quase me permito ficar assim, mas as coisas não eram tão simples quanto parecia.

Me solto de seus braços e ajeito minha blusa que com a briga ela havia subido.
Quando fiz isso ele aproveitou para me observar.

Por que logo hoje decidi vestir esse pijama horrível?

—Amei as vaquinhas, aliás.— Aaron fala com seus olhos brilhando em divertimento.

Reviro meus olhos para ele.

— Escuta aqui, você não está em posição nenhuma de rir de mim. — aponto meu dedo para ele. — Você arruinou com a minha vida.

— Eu acho que já ouvi isso muitas vezes antes.—  diz com seu sorriso molhador de calcinhas no rosto e começa a caminhar pela minha casa.

—Ei, você quer me dar licença? Não pode ficar andando pela minha casa como se fôssemos amigos ou como se estivesse tudo certo. — raiva já estava tomando conta de mim novamente.

— Este é o seu quarto?— ele abre a porta do mesmo e entra.

Ele da uma olhada em tudo e começa a mexer na minha mesa de estudos, observando minha letra e todos os detalhes.

— Então quer dizer que você faz psicologia né.— pega minhas anotações em cima da mesa.

Eu não estava acreditando.

— Aaron, você quer parar? Você não tem noção do quanto me ferrou ajudar você. E o que eu ganho com isso? Ah sim, você bisbilhotando minhas coisas.— digo tirando os papéis de sua mão.

Ele olha pra mim me estudando, seus olhos estavam tranquilos, havia um brilho diferente ali.

— Eu adoro quando você diz meu nome.

Eu queria chorar, chorar de irritação por causa daquele homem. Todas as malditas palavras que eu falava ele ignorava completamente, focando no que era importante somente para ele.

Dou um passo à frente e seguro seu rosto em minhas mãos querendo que ele focasse em mim, que pousasse seu olhar em meus olhos e ouvisse o que eu tinha a dizer.

Ele umideceu seus lábios.

— Eu senti sua falta Kelsey. — ele leva suas mãos até meu cabelo, colocando atrás da orelha alguns fios soltos.

— Você. Arruinou. Tudo. — digo cada palavra como se fosse um segredo, sussurrando à ele na pequena distância que nos separava.

— Sinto muito por isso Kelsey, mas a culpa não foi minha.

Olho para ele incrédula. Ele realmente quis dizer isso.

Acabo com nosso contato visual e tiro minhas mãos de seu rosto.

— Vai a merda Aaron.— bufo. — Você é simplesmente impossível. — me jogo na cama desistindo dele.

Consigo ouvir ele rindo, mas eu não iria me virar para me certificar disso.

— Desculpa, eu sei que você tinha muita coisa em jogo. Mas a culpa não foi minha, você que decidiu me ajudar. Tínhamos um acordo, eu não fiz nada de errado eu só queria meu dinheiro de volta. E falando nisso, foi por isso que eu vim aqui.— diz e eu sinto alguns papéis voando em cima de mim, ele estava me jogando dinheiro.

Desperto imediatamente ficando horrorizada ao ver o que ele estava fazendo.

— O que é isso aqui?— consigo ver que haviam muitas notas de 100 em minha cama.

— Eu consegui recuperar, os Hitmans voltaram pro lugarzinho deles. E eu queria te agradecer pela ajuda, dividindo um pouco com você.

  Nego com a cabeça.

— Eu não quero seu dinheiro, se eu ajudei foi de coração, foi burrice mas foi de coração. Eu não quero nada em troca.

— Mas você se ferrou por minha causa, nada mais justo que isso. Você sabe que eu gosto das coisas justas.

— Eu to nem aí pra justiça. Só, por favor, nunca mais apareça na minha frente. Eu vou tentar organizar o buraco que você deixou minha vida. — me jogo de volta na cama só querendo que ele fosse embora.

Eu ainda tinha tantas perguntar para fazer a ele, a principal era como ele sabia onde eu morava. Mas eu estava cansada.

Consigo ouvir ele arrumando o dinheiro dando espaço para mim deitar. Depois de um tempo sinto as cobertas me tapando.

— Boa noite princesa.— ele deposita um beijo na minha cabeça e sai.

Eu estava em completo choque. O chefe da máfia estava no meu quarto me dando beijinho de boa noite?

Eu estava definitivamente louca.

Ardente TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora