Capitulo 11

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Kelsey Evans

Eu não estava acreditando que ele queria fazer um acordo comigo, quem esse cara pensava que era?

Nós estávamos nos encostando, meus braços estavam cruzados e eu ainda estava intimidada com ele tão próximo assim. Eu tinha que perguntar logo, antes que ficasse estranho suficiente esse silêncio.

— E então, me diga. Qual o seu acordo? — com um sorriso aparecendo em seu rosto, que definitivamente me matou, ele olha diretamente em meus olhos

— O que você sabe é pouco comparado com toda a história que tem por trás, então eu proponho. Eu te conto tudo, você ouve toda a história e aí, só aí, se você achar que eu mereço, você vai me ajudar nessa e não vai contar para ninguém o que eu falar para você.

Solto uma risada irônica.

— Por que você acha que eu iria te ajudar?— questiono-o incrédula.

— Porque eu te conheço, sei que você é justa. E claro, tenho muito dinheiro para te dar em troca dessa ajudinha. — diz mandando uma piscadela para mim.

— Eu não preciso do seu dinheiro.

Ele solta uma risada seca e revira os olhos.

— Ah para, todos nós precisamos de dinheiro.

— Não disse que eu não precisava de dinheiro, só disse que não queria o seu. — jogo na sua cara tendo piedade nenhuma.

Ele me fuzila com seus olhos.

— Uau, essa doeu.

— Adeus Hokins. — saio pisando duro daquela sala, já fiz o que vim fazer e não iria deixar ele me manipular.

Continuo andando mas sua figura de repente me para. Ele estava impedindo minha passagem, seu corpo estava no caminho.

— Você não vai embora assim não princesa.

Um arrepio percorre meu corpo, mas rapidamente desperto e já tento me afastar de seu contato.

— Você está brincando? Saia da minha frente agora. —  bufo para ele.

— Não sairei. Já fiz coisas mais perigosas do que te enfrentar, então não será difícil.

Ele olhava em meus olhos tentando achar algum sinal de que eu iria ceder. Nós não se víamos muito, mas o tempo em que se víamos era o suficiente para sentir a chama que saia de nós dois.

Eu não sei o que eu estava fazendo, eu deveria ter falado com Kevin logo e não ter vindo até aqui para perguntar à ele se era uma boa ideia.

— Ouve minha história, eu serei muito honesto com você. Preciso de ajuda aqui se não eu vou surtar, te conheço o suficiente para saber que você tem um coração bom, então por favor, posso confiar em você?

Meu coração dizia para aceitar, mas minha cabeça mandava eu ser inteligente e não ceder facilmente.

Pena que eu não dava a mínima para minha cabeça, eu não podia negar isso a ele.  Meu coração estava falando mais alto.

Suspiro pesadamente.

— Tá.

Ele da um passo para atrás com um resquício de sorriso em seu rosto.

— Tá, o que? — ele me desafia.

O fuzilo com meu olhar e ele se diverte mais ainda com isso.

— Tá, você pode confiar em mim.

Consigo perceber em seus olhos que eu o convenci e um sentimento estranho de felicidade me deixa feliz em saber que ele confia em mim.

Em um momento rápido, ele sai da minha frente e voltar a caminhar para o centro da sala. Subitamente sinto a falta de seu calor perto de mim.

— Bem, por onde eu devo começar...

                                  🖤

Eu aceitei o acordo, não é possível que eu tenha aceito o acordo. Aquele maldito acordo, quem é que ajuda um criminoso a fugir da prisão por nada?

Não vou ganhar nada com isso, claro que ele me ofereceu dinheiro, mas eu neguei.

Eu odiava que ele me conhecia o suficiente sem nem me conhecer.

Eu sempre tentava ser fria e fechada para que ninguém lesse a verdadeira eu, mas ele lia. Ele sabia exatamente como eu era e eu não entendia o porquê,

Meu irmão me mataria se soubesse tudo o que eu sei e que não contei para ele, afinal, quem esconde do irmão policial que o seu paciente é o chefão de uma das máfias mais perigosas e que ele estava aqui para conseguir pegar de volta os seus humildes 2 bilhões de dólares que roubaram de seu cofre?

É, eu estava ferrada demais.

Não suportando ficar em casa depois dessa tarde movimentada, fui para a Lily. Ela disse que queria uma companhia porque seus pais tinham ido viajar.

Abby estava na casa do seu novo namoradinho. Mas não nos importávamos muito com isso, apenas ficamos felizes de pelo menos ela não ter mais pronunciado o nome de Brendon.

— Obrigada por ter vindo, sinto que se eu ficasse mais um tempo estudando eu ia literalmente surtar. — diz com um riso fraco.

— Não tem problema, não queria ficar em casa mesmo. — digo me sentando em sua cama.

— Uau, bom saber que sou sua segunda opção e que você só veio porque não tinha nada para fazer.

— Você sabe que eu te amo. — digo à ela é em seguida jogo um travesseiro na sua cabeça.

—Então, como está as coisas com Aaron?— Lilly pergunta depois de tacar o travesseiro de volta para mim.

— O que? Porque você está perguntando isso? Eu não fiz nada, eu não sei de nada, o que você acha que eu sei? —nervosismo era o que eu senti por todo meu corpo.

Tá, talvez eu tenha exagerado. Digo talvez sendo legal comigo mesma porque vejo a cara da Lily como se quisesse dizer "Você enlouqueceu?".

Sorrio sem graça.

— Quer dizer, ele tá bem, eu to bem, estamos todos bem!— digo tentando convencer.

— Tudo bem então... eu hein. — ela balança a cabeça e logo se convence.

Observo seu quarto, ele era o típico de Lilly.

Misturado em tons pastéis e detalhes claros, ela adorava essas cores e era sempre tudo tão organizado e em seu lugar. Seus pais amavam muito ela, mas ela se sentia muito sozinha porque eles trabalhavam demais.

A Lilly nunca falava muito sobre isso mas eu sei que isso a incômoda.

— Você acha que a Abby esqueceu mesmo Brendon? — pergunta Lily.

— Sinceramente? Não sei, eu queria dizer com total certeza que sim, mas se ela não tivesse provavelmente não falaria nada para nós porque sabe que mataríamos ela.

— É, pode até ser. — diz se jogando ao meu lado na cama.

Estava as duas acabadas, ela por seus motivos e eu pelos meus. Foi aí que eu tive uma brilhante ideia de para nós animarmos.

— Vem, levanta. Vamos dançar. — digo a puxando e ligando o som em seu computador.

—Você está louca? — ela diz lançando-me um olhar confuso.

Bufo para ela.

— Escuta, eu estou estressada e você também e as duas querem se distrair. Então por favor, dance comigo.

Ela pareceu pensar por um minuto, mas depois se juntou a mim.

Colocamos uma musica bem animada e começamos a pular que  e a cantar a música. Nós amávamos aquela música, começamos a fazer os piores passos da vida que nunca dançaríamos perto de alguém assim.

Me senti bem mais leve e feliz, apenas mandei embora todos os sentimentos ruins por um momento para curtir uma boa dança com a minha amiga.

E ela assim como eu sempre foi boa nisso, ignorar.

Ardente TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora