twelve.

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James Buchanan Barnes' point of view

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James Buchanan Barnes' point of view

Johnson estremeceu diante dos meus olhos mais uma vez. Juro que se ela fizesse aquilo de novo, eu ficaria todo duro. O olhar dela em meu corpo minutos atrás já havia me tirado do sério.

Quando notei que estávamos há uma distância um tanto perigosa para a minha sanidade física, afastei-me.

O Bucky de uns dias atrás com certeza me chamaria de franguinho por estar recusando a mulher mais linda que já caiu nas minhas graças, mas eu sabia muito bem que Johnson não era confiável. Ela parece ser do tipo que beija para distrair enquanto empunha uma arma na sua cabeça. 

Tudo que eu não precisava naquele momento era mais uma desgraça dessas.

Ela piscou algumas vezes quando notou que eu havia ido para longe dela propositalmente, assumindo uma feição raivosa.

—  Três segundos para sair do meu campo de visão, Barnes. —ela apontou para a porta, nem olhando para mim enquanto me expulsava.

Fiquei completamente confuso. Ela estava brava por que eu não a ataquei com a língua? Que diabos essa mulher tem na cabeça?

—  O quê? Johnson, eu só-

—  AGORA! —o grito dela me intimidou o suficiente para eu apenas bufar e sair do dormitório.

Pude ouvir a porta sendo batida com força assim que dei um passo para fora. Nem me importei em olhar para trás ou tentar entender as loucuras que se passavam nos miolos dela.

Fui diretamente ao meu dormitório, notando que o sol começaria a nascer logo e eu ainda não havia pregado os olhos naquela noite.

E como conseguiria?

Vi o único amigo que fiz ali dentro com um buraco no meio da testa. O primeiro cadáver que já caiu em minhas mãos e não era o de um nazista filho da puta. As coisas não começaram bem para mim.

Mesmo sabendo que seria praticamente impossível dormir, joguei-me de bruços no colchão fino da minha beliche. Fechei os olhos com força, preparando-me para as imagens nojentas e sangrentas que invadiriam minha cabeça.

Porém, elas não vieram.

No lugar de mutilações e mortes, outro tipo de coisa perpassava meus pensamentos.

Olhos claros.

Olhos num misto de azul e verde que me confundiam toda vez que me encontravam.

Olhos claros, sobrancelhas expressivas e um olhar confuso e pesado.

Os olhos dela.

Assim que entendi o que estava acontecendo, levantei-me em um solavanco.

Eu vi um cara morrer. Eu segurei o cadáver dele nos meus braços. Eu senti o sangue dele em minhas mãos. 

Minha mente não tinha o menor direito de não me torturar com isso pelos próximos vinte anos. Eu merecia. Eu o deixei morrer. 

Por que caralhos os olhos idiotas de Lilian Johnson estavam impregnando meus pensamentos?

Andei de um modo nervoso, pisando no chão como se fosse matar uma barata, dirigindo-me a uns degraus da entrada do edifício da alta patente. Peguei o papel e a caneta-tinteiro que encontrei em uma mesinha qualquer do dormitório, começando o que e já devia ter feito desde que cheguei.

"Caro Steve,

as coisas estão intensas aqui. Vi um homem morto pela primeira vez e quase desabei. Ele era magricelo, nanico. Lembrava você.

Fico me perguntando se eu estar aqui foi uma escolha sensata. Sei que não. 

Por isso, te peço: não faça nenhuma besteira. Continue no Brooklyn, contente-se com uma vida tranquila e longa. Seja feliz.

Não quero voltar da guerra e saber que perdi a única pessoa com a qual me importava no mundo. 

Nos veremos um dia,

Bucky"

Diplomacy {bucky barnes}Onde histórias criam vida. Descubra agora