three.

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NEW YORK: Brooklyn

08 de dezembro de 1941



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James Buchanan Barnes' point of view


Minha cabeça doía enquanto meus olhos se abriam lentamente, tentando se acostumar à claridade no quarto. A noite de ontem era um grande borrão, provavelmente por causa da mistura de cerveja e rum que eu ingeri. 

Revirei-me na minha pequena cama, colocando os pés para fora e finalmente me levantando. Lembrei-me que havia marcado de ir almoçar na casa dos Rogers e ajudar Steve a mentir sobre seu mais novo olho roxo. 

Fui ao banheiro encardido do meu apartamento, não conseguindo conter uma revirada de olhos com a sujeira que eu havia acumulado apenas dois dias depois da faxineira do prédio passar por ali.

Depois de um bom banho gelado, consegui sair de casa. Andava despreocupadamente pelas ruas agitadas do Brooklyn encarando uma bela moça vez ou outra. Cheguei à esquina da casa de Steve, mas minha atenção foi chamada por um garoto com um pedaço de papel nas mãos.

—EXTRA, EXTRA! Pearl Harbor atacada pelos japoneses! É guerra? —o garoto abanava o jornal no ar, entregando-me um exemplar quando joguei umas moedas em sua mão. 

Li a notícia por cima, guardando para ser a minha distração enquanto os Rogers discutiam pelas atitudes rebeldes de Steve mais tarde. 

Duas batidas na porta e logo um loiro magrelo e baixo a abria. Sua cara era de poucos amigos, seu olho esquerdo roxo e sua boca com um pequeno corte no mesmo lado.

—Você não se cansa, Rogers? Francamente! —adentrei a humilde casa da família, recebendo um bufar nervoso dele.

—Eles vão se cansar um dia.

—Você diz isso há anos, Steven. —a senhora Rogers surgiu na sala, possuindo um avental amarrado a sua cintura. —Bucky, querido, que bom que veio! 

—Senhora Rogers, é bom vê-la novamente! —fui até ela, recebendo um abraço carinhoso e maternal. —As coisas no hospital estão corridas, certo? 

—Sim, querido. Mal tenho tempo para implicar com meu filho irresponsável e desobediente! —ela apontou para Steve, carregando um sorriso tristonho nos lábios ao analisar os machucados dele.



—A comida está deliciosa, senhora Rogers! —elogiei o assado horrível e sem gosto que ela cozinhou, mas não podia deixar de fazê-lo pelo esforço dela em proporcionar um momento de família normal para mim.

—Obrigada, Buck. É ótimo tê-lo aqui, como sempre. —retribuí o sorriso simpático dela. 

—Os malditos japoneses nos atacaram! —o pai de Steve surgiu pela porta, carregando um jornal igual ao que eu havia comprado mais cedo. —Eu sabia que não iriam nos deixar em paz!

—Querido, estamos almoçando. Deixe isso para mais tarde. —a senhora soou calmamente de novo, sendo obedecida pelo marido alguns segundos depois.

—Barnes, você está cada dia maior! —o senhor Rogers me estendeu a mão, sendo apertada por minha própria sem hesitação. Pude notar um Steve com uma cara emburrada por não poder ouvir o mesmo. 

—É a cerveja, senhor. —meu sorriso era largo, assim como o de resposta dele.


Steven Rogers e sua família eram como minha própria família. Nós crescemos juntos no Brooklyn, Steve sendo sempre o meu protegido no colégio. Apesar de seu tamanho, ele não era nem um pouco covarde e nunca se sentia intimidado. Tinha honra e coragem, o que o fazia meu melhor amigo com muito orgulho. Já eu... Estava sempre atrás de rabos de saia depois que fui abandonado pelos meus pais, com notas baixas e nenhuma prospectiva de futuro. 


Enquanto estava sentado no sofá da sala dos Rogers, lendo o meu jornal, pude ver um anúncio sobre o alistamento para servir em uma possível guerra. Rasguei aquele pedaço de papel, enfiando-o em meu bolso,  depois passando o jornal para que Steve o lesse. 


Diplomacy {bucky barnes}Onde histórias criam vida. Descubra agora