thirty four

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James Buchanan Barnes' point of view.


—  Essa noite foi tudo, Bucky. Eu não sei como posso te agradecer por me permitir sentir isso pelo menos uma vez na vida. —Lilian disse ao meu lado. 

Estávamos sentados no capô de um jipe militar, de mãos dadas, vendo o sol nascer na entrada de uma base de segurança máxima. Eu apenas sorri, continuamente encarando aqueles olhos cristalinos, quase transparentes, enquanto os sutis raios de sol penetravam na pele de Lilian. Ela olhava para o horizonte sem se abalar, ainda sustentando a pose durona que sempre se mete quando está abalada com algo.

—  Eu sei como você pode me agradecer. —respondi, vendo sua expressão tornar-se diabólica no mesmo segundo enquanto os olhos dela me caçavam com segundas intenções. Fui à frente de Lilian, pegando em ambas suas mãos. — Espere eu voltar, Johnson.

Ela fechou os olhos, novamente evitando a possibilidade de um futuro comigo. Era cruel criar expectativas, eu sei... Mas queria que Lilian ficasse nos Estados Unidos. Por mais que eu quisesse partir e realizar a missão que havia imposto para mim mesmo, de ser um sargento útil ao futuro do meu país e do mundo, sabia que as coisas não estavam fáceis. Sabia das mortes, ainda mais da tecnologia que os nazistas vinham desenvolvendo. Sabia da devastação que viria com as armas nucleares e sabia que a chance de eu voltar estava por volta dos sessenta por cento, se Lilian estivesse errada sobre a localização das fábricas. Vinte por cento se ela estivesse certa. E, bem... É Lilian. Ela nunca erra.

—  Eu vou te esperar, Barnes. —arregalei os olhos, pensando finalmente ter vencido a discussão e sentindo uma leveza em pensar em Johnson segura. — Vou te esperar na Inglaterra, enquanto trabalho na guerra para nosso planeta não ser extinto. 

Bufei, tendo todas as minhas esperanças jogadas no ralo. Porém, era bom imaginar que eu encontraria Lilian em um mês, se tudo desse certo. 

Ouvi gritos masculinos ao longe, juntamente com o som alto de hélices girando.

As preparações para partir foram iniciadas.

Eu olhei rapidamente para Lilian, encontrando nela o mesmo pesar que eu sabia que eu mesmo exibia.

—  Nos vemos na Inglaterra. —eu disse, forçando um sorriso para não sobrecarregar nosso momento com sentimentos negativos.

—  Nos vemos na Inglaterra. —ela respondeu, também sorrindo, mas com os olhos já brilhando mais que o normal pelo acúmulo de lágrimas. Lilian saltou para cima de mim, envolvendo-me em um abraço apertado. Eu podia até sentir o coração dela batendo junto ao meu. Naquele momento, só existia ela. Naquele momento, eu chorei, enquanto a apertava como se pudesse levá-la comigo. — Eu não estarei lá para ser sua babá, mas, por favor, não morra.

Suas últimas palavras saíram como um cochicho em forma de súplica. Logo, Lilian começou a chorar de uma forma audível, puxando o ar como se tivesse no meio de uma crise asmática.

Eu a afastei, desfazendo-me de seu abraço. Levei minha mão direita ao bolso de minha calça, caçando uma particular peça que ela havia ganhado para mim em um dos jogos do parque.

Agarrei a bússola, abrindo a peça bem à frente dos olhos de Lilian. Mostrei, então, o que carregava dentro dela.

Uma foto nossa, tirada na noite anterior, mas muito bem dobrada de forma que exibia apenas o rosto de Lilian. Na foto ela sorria e era possível ver o contorno de algum dos ursos que pegamos. 

—  Eu não vou ter uma mesa como o coronel Phillips para exibir uma foto nossa sorrindo em um parque de diversões. Mas não ouse dizer que eu não te levo comigo, Lilian Johnson. Eu vou te carregar aqui —disse, balançando a bússola em minha mão para enfatizar sua imagem — e aqui  —posicionei minha mão na frente de meu peito, indicando meu coração — todos os dias, até o último deles. Seja na guerra, seja daqui cem anos. Eu não vou te esquecer.

Quando parei de falar, Lilian chorava em desespero novamente. Abraçou-me, fazendo um carinho gentil em meus cabelos enquanto dizia as estimadas palavras que eu sonhava com desde menino: "eu amo você, James Barnes".



E, então, eu fui para a guerra.

E fui encontrado pela Hydra pela primeira vez.

Diplomacy {bucky barnes}Onde histórias criam vida. Descubra agora