Ser uma mulher inteligente nos anos 40 é difícil. Ser a voz da diplomacia no Exército é quase impossível. Mas Lilian Johnson consegue ambos com maestria.
Complicado mesmo é se apaixonar por Bucky Barnes.
No paradigma clássico das Relações Internacio...
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James Buchanan Barnes' point of view
Lilian é uma maldita. Uma grande e gigante maldita. Ela mesma colocou aquela boca maldita e macia na minha. Ela enganchou aquelas pernas malditas e compridas no meu quadril. Ela quem disse que queria que aquele beijo maldito acontecesse há muito tempo.
E, ainda assim, saí como um abusador na história.
Eu já estava na quarta ou quinta quadra andada quando pude ver faróis acesos atrás de mim. Virei-me para a rua, esperando ser uma alma bondosa que me desse alguma carona até a entrada da base militar, já que meus caros colegas ficariam ali até o dia amanhecer e o lugar ficava no meio do nada.
Minha feição de raiva não pôde ser contida quando vi quem dirigia aquele caminhão do exército: Lilian Johnson. Seus malditos olhos me encaravam, o jipe parado no meio da rua, esperando que eu entrasse ali e ficasse ao seu lado por quarenta malditos minutos.
Não disse nada, apenas voltei a me concentrar em meus passos rápidos e fervorosos.
— Não seja birrento, Barnes. É só uma carona.
— Birrento, Lilian? Birrento? Peggy me esbofeteou no meio de todos, fez meu nariz sangrar até manchar minha camisa e você acha que sou birrento? E, além de tudo, ela foi bem clara: eu tenho que ficar longe de você ou tomar seis tiros na cabeça. Você não acha minha escolha óbvia?
Ouvi o jipe se movendo enquanto eu me distanciava, e logo as luzes dos faróis cortavam minha frente. Em um reflexo, apenas travei no lugar em que estava.
A maldita Lilian Johnson jogou o carro na minha frente, fechando a calçada na qual eu andava.
— Entre nessa droga agora, Barnes. —ela me encarava incisivamente, vendo o quanto eu estava furioso e quase explodindo de ódio. — Por favor.
Minha única reação para aquelas duas palavras foi bufar, olhar aos céus para xingar algumas entidades superiores e depois me dirigir ao lado do passageiro.
Minha carranca era infinita e eu podia vê-la me espiando de tempos em tempos. Já havia se passado uns vinte minutos de nossa pequena viagem juntos e Lilian ainda não abriu o bico para nenhuma ameaça psicopata. É um recorde.
— Eu ia pedir por favor antes de jogar o carro em você. Só queria me aproximar para você me ouvir. —o tom dela fora tão ingênuo e óbvio que me deu ainda mais raiva.
— Se aproximar? Você chama 'atropelamento' de 'se aproximar'? Lilian, você é doente!
— Desculpe se eu não nasci em um berço de ouro que me dava carinho e atenção, Barnes! Meu pai atirava em mim enquanto dizia que me amava, não tive exatamente um bom modelo de como exibir afeto em casa! —conforme Lilian bradava e falava impensadamente, podia notar que nossa velocidade aumentava rapidamente. Seus olhos estavam injetados de descontrole e eu comecei a temer por nossas vidas.
