thirty three

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Lilian Johnson's point of view.


Estacionei um jipe roubado do Exército de uma forma despretensiosa e desatenta, tomando duas vagas. O famoso píer de Atlantic City estava bem à nossa frente, brilhando no pôr do sol com as pequenas luzes que emolduravam cada uma de suas atrações. A roda gigante, particularmente, era o que me fazia viajar para outro universo.

Eu estava indo a um parque de diversões em um píer com um homem que me desperta sentimentos.

O momento era tão simples, não carregado de nossas más energias ou teimosias, que eu sentia como se meu corpo estivesse em um modo automático. 

—  Lil? —Bucky soou, puxando-me de volta ao planeta Terra. Seus olhos esverdeados brilhavam, assim como um pequeno sorriso que ensaiava aparecer em seus lábios. Ele estava lindo, tendo nuances das luzes amarelas do parque brilhando ao longe, destacando as maçãs ossudas e bem definidas de Barnes.

Eu o estava apreciando por segundos demais, ainda em silêncio. Não sabia o que dizer, mas sabia bem o que sentia naquele segundo.

Apenas me aproximei do rosto dele, encontrando nossos lábios com delicadeza. Até me atrevi a depositar minha mão esquerda na bochecha dele, apreciando sua pele com meu polegar. 

Depois de alguns segundos, me afastei. Abri os olhos com calma, encontrando uma feição surpresa e alegre no meu parceiro.

—  Eu quero viver esse dia como se fôssemos seres humanos normais. Quero ser uma mulher alienada, que não se importa com a amplitude da guerra e do rumo dos arranjos mundiais com cada resultado. Quero me importar apenas com... Você. —eu disse, olhando nos olhos dele. 

—  Eu aceito, Lilian Johnson. Quero ser o homem que lhe dá um algodão doce e ganha um urso de pelúcia em barraquinhas quaisquer. Que dá o braço para acompanhar e beija sua mão. E espero que não seja só por essa noite. Eu vou voltar. —ele respondeu, agarrando minhas mãos na última frase.

E eu sabia que não. Sabia que Barnes iria ser preso ou morto. Sabia que aquela era sua última noite como ele mesmo. Sabia que, mesmo tendo os poderes para tal... Eu não poderia protegê-lo. 

E isso doía.

E por isso, talvez, aquela fosse uma noite puramente egoísta. Eu queria me sentir bem com Bucky; queria deixar que ele partisse me amando. Porque, no fundo, eu me odiava por acabar com a vida dele.

Saímos do carro, Bucky me puxando pela mão e correndo de forma abobalhada até pisarmos na madeira do píer. Na entrada, ele parou. Olhou para mim, flexionando o braço na frente do corpo de uma forma teatral. Eu sorri, posicionando minha mão em seu antebraço e deixando que ele me guiasse parque adentro.

Nosso primeiro destino foi uma barraquinha abarrotada de ursos e outras bugigangas. Alguns homens seguravam uma arma de brinquedo, mirando em torres de lata e perdendo miseravelmente enquanto suas namoradas emburravam aos lados.

Barnes passou uma nota de cinco dólares para o atendente, logo pegando a arma fajuta em suas mãos. Olhou bem para mim, sorrindo de forma sapeca.

—  Eu quero o urso rosa, Lilian. Vou chamá-lo de Alfredo. —passou a arma para mim, apontando um bicho estufado em pano, coberto por pêlos brilhantes e de grandes olhos pretos. O maior prêmio da barraca.

—  E eu te dou tudo que quiser, boneca. —agarrei a arma, passando a mão pelo rosto dele e logo indo para perto do balcão. Os homens que estavam ali antes nos encaravam de uma maneira estúpida, enquanto as mulheres sem seus presentes me admiravam.

Diplomacy {bucky barnes}Onde histórias criam vida. Descubra agora