fourteen.

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Lilian Johnson's point of view

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Lilian Johnson's point of view.



— Senhorita Johnson, por favor, sente-se ao lado do Sargento Barnes.

Um homem que eu ainda não conhecia me indicou uma cadeira ao lado do desprezível fardado que insistia em entrar em meu campo de visão todos os dias. Barnes não me olhou, continuando estático e encarando um ponto qualquer à sua frente.

A sala era pequena, mas estava cheia com outros dois oficiais. Havia apenas uma mesa de madeira e duas cadeiras, cada uma com uma luz acima. Uma sala de interrogatórios.

— Sargento, ouviram pelos cantos da base que você acha que Johnson estaria envolvida com coisas... Estranhas. Pode repetir suas acusações para nós? —o homem continuou, encarando James como se fosse a pessoa mais interessante do mundo.

Eu automaticamente franzi o cenho. 

Sabia que seria acusada em algum momento por ser sempre tão distante e esquisita com as pessoas ali dentro, mas pensei que eu e Barnes tivéssemos encerrado aquele discussão.

Olhei para ele com um misto de raiva e ansiedade.

— Repetir... Qual parte? — o sargento carregava um sorriso desconcertado, sem aquele ar todo convencido. Já comecei a estranhar seu comportamento.

— Você proferiu uma acusação demasiadamente interessante, sargento. Gostaria que a refizesse para os ocupantes desta sala. 

Ele me encarou. Seus olhos estavam desesperados, sua feição amedrontada. Eu continuei o encarando, tentando captar qualquer sinal que dissesse o porquê de estar com medo em um simples interrogatório e por uma simples pergunta. 

Será que estaria com medo de me acusar na frente de todos eles? Não... Barnes não é tão nobre. Até eu estava tranquila, sabendo que teria como provar minha inocência. Peggy me viu saindo de meus aposentos, corremos juntas até o local. O álibi estava mais que concreto.

— Senhor, eu estava com a cabeça quente. Foi uma acusação insensata. —Barnes falou firmemente, realmente me defendendo.

Todos estranharam o comportamento dele, assim como eu. 

— Sargento, está defendendo a senhorita Johnson? —um outro homem ao fundo disse em um tom de escárnio, ostentando um sorriso nojento. 

Um silêncio se instaurou na sala. O clima ficou pesado, todos em uma expectativa palpável sobre as palavras do homem. Eu também podia sentir minhas mãos suando, meus pés se mexendo em uma ansiedade nervosa. Ele provavelmente acabaria com toda a minha carreira e missão ali mesmo.

— Sim, senhores. Estou a defendendo. —Barnes respondeu rapidamente, dando indícios da volta de seu convencimento. 

— Então por que a acusou de ter matado um homem dois dias atrás, sargento? Todos sabem que as paredes tem ouvidos aqui, não brincamos com esse tipo de coisa quando há um homicídio envolvido. —a sobrancelha do velho estava arqueada, seu olhar faiscando e buscando qualquer furo nas afirmações dele. —E, além disso, pensei que vocês se odiassem... É um tanto intrigante esse seu posicionamento agora.

Barnes, mesmo tentando me defender, estava me ferrando ainda mais. Agora poderiam pensar que nós dois armamos algo juntos, já que não haviam testemunhas sobre o homicídio para além de quem viu Barnes surtando com um corpo nos braços. Eu sabia que ele não tinha capacidade o suficiente de nos tirar desse problema que ele mesmo criou e que provavelmente nos ferraria ainda mais. Como um crime de traição.

— Se me permite, senhor, eu—

— Eu não permito, senhorita Johnson. Fique calada. —ele me cortou no mesmo momento.

Era isso, então.

Eu seria julgada por um assassinato e minha defesa estava nas mãos de um anencéfalo.

Minha feição indignada começou a se transformar em uma incrédula. Percebi que Barnes me encarava, o olhar ainda assustado. Fiz um sinal com os olhos, apontando os oficiais e o encorajando a apresentar algum argumento do porquê me defendeu.

— Nós estamos dormindo juntos. —Barnes despejou essa sentença no ambiente de uma vez, olhando o homem que conduzia o interrogatório incisivamente. —Estou apaixonado por Johnson, por isso a estou defendendo. 

Todos na sala arregalaram os olhos enquanto eu controlava minhas mãos para não voar no pescoço dele e o estrangular. 

— Vocês... O quê? —o homem se aproximou, colocando as duas mãos na mesa e encarando os olhos dele. 

— Nós estamos juntos. Logo que cheguei ela me bateu, aí já sabem, não é? Mulher submissa é coisa do passado. Não demorou muito até ela cair nos meus encantos. —ele adquiriu aquele sorriso odiável e brilhante, passando seu braço por trás de minhas costas. —Como ela é a mais próxima de mim aqui, foi a infeliz que recebeu as consequências de meu surto psicótico e as acusações idiotas que eu falei para uns soldados burros. 

Os homens estavam sem reação.

O sargento encarava um por um, carregando um tom de obviedade tão natural que até eu estava convencida de que nós dois estávamos dormindo juntos. 

Aos poucos, alguns começaram a sorrir.

— Bem, então... Vocês vão ter que reportar isso para seus oficiais... —o homem continuou, uma fala desconcertada. —E... Parabéns, Barnes. Você é bem corajoso. 

Meu rosto automaticamente se contorceu. Dois minutos atrás eu estava sendo acusada de matar um homem. Aí um sargentinho de terceira qualidade fala que está dormindo comigo e tudo foi esquecido. Fui transformada na mulher-objeto. 


Eu vou acabar com ele.

Depois de agradecê-lo por ter salvo minha pele.

Diplomacy {bucky barnes}Onde histórias criam vida. Descubra agora