twenty four.

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Lilian Johnson's point of view



Eu estudava, novamente, um mapa da Alemanha. Buscava as fronteiras, os locais de mais difícil acesso, vales, colinas, montanhas... Eu sabia onde as fábricas da Hydra estavam. Eu precisava de estratégias para manter os Estados Unidos e seus soldados no caminho... "Certo".

— ... e vocês serão os sargentos responsáveis pelos maiores pelotões. Estarão à frente dos soldados, serão o exemplo de coragem e visão estratégica dos Estados Unidos na guerra. 

Suspirei, sentindo um leve pesar por aqueles homens. O que o Coronel Phillips disse, traduzindo, é que eles serão os primeiros a morrer. Servirão como exemplo de honra e bravura, sim, mas serão um tipo de escudo. Eles abrem caminho, são mortos, os soldados prosseguem. Outros sargentos são postos no lugar, morrem, e assim o ciclo se perpetua. Os sargentos de grandes pelotões na 107º eram, basicamente, os homens mais descartáveis. A função deles era proteger os soldados bons de verdade.

Eu continuei fazendo meu trabalho, jogada sobre a grande mesa com meu mapa altamente detalhado da Europa. Quando uma voz conhecida soou, não pude evitar que minha cabeça virasse em sua direção com um desespero automático.

— Vamos saber quem serão os integrantes do nosso pelotão hoje, senhor?

— Sim, sargento Barnes. Mais tarde.

Ele. Barnes. James Barnes. Bucky.

Um dos sargentos. Que vão morrer.

Não, Lilian. É o trabalho dele, ele quem se alistou de maneira voluntária. Você não tem nada a ver com isso. Faça o seu trabalho. 

Lilian... Não. De modo algum. Você só dormiu com ele, da mesma maneira que com outros cinquenta caras. A única diferença é que não teve que pagar.

Johnson, caralho. Você não tem sentimentos. Você só tem uma missão a cumprir.

Droga.

— Coronel Phillips. —todos os olhares se voltaram a mim. — Não iríamos contar com apenas cinco pelotões inicialmente? Por que há sete sargentos nessa sala?

Phillips abaixou a cabeça. Ele sabia sobre mim e Barnes, ele sentia pesar por mim. Demorou um tempo até que ele me olhasse nos olhos para explicar.

— Senhorita Johnson. Alguns soldados que estavam na Alemanha identificaram o que eles chamam de ''campos de concentração''. Os malditos estão queimando homens, mulheres, idosos e crianças. É um genocídio. Assim sendo, precisávamos de mais pessoas partindo essa semana. Os sargentos foram escolhidos pelo Senador. 

Campos de concentração... Genocídio... Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. 

A Alemanha está exterminando sua própria população. A Alemanha está exterminando o mundo inteiro. Isso é inconcebível.

— Lilian... Ser sargento de grandes pelotões é uma honraria. Dê as felicitações. —a voz de Peggy soou. Era uma ordem.

Ela me faria parabenizar sete homens por serem escolhidos para o suicídio. Era patético.

Engoli em seco antes de levantar minha cabeça e encontrar um par de olhos verdes ansiosos, como se realmente estivessem lendo minhas feições.

— Eu... —gaguejei, olhando para cima e colocando as mãos na cintura, buscando controle para aquilo. Eu sabia o que significava. Peggy estava me obrigando a dar minha "benção", como se dissesse que não interferiria na escolha dos sargentos. — Quero dizer que... Parabéns. 

Fui seca. Sem vida. 

Barnes me olhava, agora com um sorrisinho orgulhoso no rosto. Como se realmente pensasse que eu estaria sentindo qualquer orgulho imbecil por ele ser escolhido. 

Meu coração se apertou pela primeira vez. Na minha vida. 

— Vamos prosseguir. —Phillips soou, os sargentos se olhando com animação.

Era triste. Era trágico. 

E eu não podia fazer nada.

Diplomacy {bucky barnes}Onde histórias criam vida. Descubra agora