forty.

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Lilian Johnson's point of view.



Eu estava em um caminhão militar, os braços e pernas amarrados com correntes e uma mordaça de couro muito bem posicionada em minha boca. Eu chorei muito nas primeiras horas, temendo pela minha vida e também me martirizando por não ter aquela sacada antes.

É claro que a Alemanha tinha infiltrados em muitos órgãos dos Aliados. E foram aqueles dois conselheiros dos ministros que me prenderam que haviam me impedido de fazer pelo menos uma boa ação em minha vida: salvar a 107. Mesmo que eu tivesse meus fundos egoístas, querendo salvar um homem em específico para viver uma vida comigo, eu sentia por todos os outros que tiveram suas vidas ceifadas por alemães que, um dia, eu ajudava com orgulho.

Já estávamos entre a sexta ou oitava hora de viagem quando eles finalmente diminuíram a velocidade. Eu, que estava sonolenta e com a garganta dolorida de tanto gritar, as juntas dos braços e tornozelos doendo de tanto me debater, voltei a um estado de alerta para qualquer mínimo movimento. Passamos por uma lombada de forma violenta, que me fez cair ao chão do veículo e me machucar ainda mais.

—  O que era aquilo? —ouvi a pergunta de um dos dois agentes alemães, de modo sussurrado e assustado.

—  Uma pilha de corpos. —o outro respondeu, fazendo meu estômago revirar e meus olhos voltarem a expelir lágrimas impensadas, imaginando os rostos que já encontrei pela base nos corpos jogados ao chão como se fossem uma pilha de folhas.

O veículo finalmente estacionou, e logo capota que me cobria fora aberta. Eles me puxaram pelas correntes, carregando-me nas costas até a entrada daquele lugar.

Eu sabia o que era aquilo. A fatídica fábrica que seria a emboscada.

Entramos, passando pelos rostos conhecidos da 107 que trabalhavam na produção bélica alemã, sob a mira de soldados com armas energizadas pelo Tesseract. O brilho azul me era conhecido. Alguns me encaravam com surpresa, enquanto eu me debatia nos ombros do brutamontes. Outros, com pesar, até dando um passo ou outro em minha direção com a intenção de me ajudar. Porém, logo tinham uma arma apontada para suas cabeças e frases gritadas em alemão para voltarem ao trabalho. O que todos tinham em comum era a feição cansada, exausta, quase mumificados. E, também, o fato de nenhum deles ser Bucky.

Saímos do grande barracão que abrigava a produção, indo para os corredores vazios na seção dos laboratórios. Abriram uma grande porta, jogando-me para dentro sem nenhuma delicadeza. Assim que caí no chão, sem nem mesmo absorver a dor da queda, identifiquei as dezenas de papéis na parede, mesas com injeções e uma grande maca no centro como o laboratório de testes de Zola. A maca estava ocupada por um corpo, muito provavelmente sem vida, mas não era possível identificar de onde eu estava.

Diplomacy {bucky barnes}Onde histórias criam vida. Descubra agora