XXV - [Revisado]

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Becca

Eu não ia passar a semana aqui. Juro que não ia. Mas com Luke hospedado na casa do Alfa, como de costume em visitas entre alcateias, eu precisei ficar. Não só porque queria passar o máximo de tempo possível com meu querido amigo, mas também porque ele agora me trazia suco todas as manhãs na cama. Como eu poderia recusar?

Uma leve batida na porta me sinalizou que ele estava chegando. Não havia me acordado, pois eu já estava desperta e observando as folhas do lado de fora da janela havia alguns minutos. Endireitei-me na cama, preparando-me para a terceira manhã de regalias.

– Bom dia, Luke. Puxa, como você é gentil em me trazer esse cardápio farto.

Ele fechou a porta com o pé e me lançou um olhar irritado. Meu comentário havia sido obviamente sarcástico, pois a única coisa que ele me trazia além do suco era uma porção de bolachas de água e sal. Achar que Lucius Landon ia me preparar um café da manhã completo era ser muito sonhadora.

Deixou a bandeja ao meu lado na cama e peguei o copo de suco de laranja de sua mão, tomando um longo gole.

– Não consigo entender o motivo de vocês dois dormirem separados – ele falou, cruzando os braços e me observando comer.

Engasguei-me com o suco e Luke gargalhou.

– Você é um pé no saco.

– Não, estou falando sério. É uma curiosidade legítima – insistiu.

– Tá bom – cedi, mordiscando uma bolacha. – Primeiramente, não acho que Aidan ficaria muito confortável em ter você invadindo nosso quarto todas as manhãs para me trazer meu desjejum. Principalmente levando em conta que, se eu passasse a noite toda com ele, estaria certamente sem roupas e ele teria um ataque de territorialidade em ter você no nosso quarto comigo daquele jeito.

– É só eu não trazer mais seu suco. Por favor, não quero atrapalhar suas investidas amorosas. – Não contive uma gargalhada com sua resposta.

– Não seja por isso. Não está atrapalhando, eu apenas acordo aqui. – Minha loba ria igualmente na minha mente. – E você deve estar muito iludido se acha que eu vou abrir mão do meu prêmio por ser uma melhor caçadora do que você.

– Já disse que matar um coelho até um filhote de lobo faz. Ainda não fomos caçar o cervo, Rebecca, quero ver como você se sai nessa.

Dei de ombros, terminando as minhas bolachas e deliciando-me com o suco. Quando terminei, Luke desceu para guardar a bandeja, e eu fui me arrumar para o dia que se seguiria.

Quando desci, pulando os degraus, quase esbarrei com Aidan, que levava uma lata de Pepsi para seu escritório. Ele se assustou, mas sorriu ao me ver.

– Essa foi por pouco, Rebecca. – Fez um escudo com seu braço livre ao redor da lata, de forma protetora. – Sinto que se você tivesse me feito derrubar a bebida, teria que terminar com você – brincou, e eu tinha de admitir que adorava o Aidan brincalhão, uma versão dele que se abria quase que exclusivamente para mim.

– Você, meu filho, tem vícios estranhos.

– E você é um deles.

Nos abraçamos e nos beijamos, desejando um bom dia um ao outro. Direcionei-me à cozinha, onde encontrei Alice passando geleia em uma torrada sentada na bancada. Percebi que ela estava lendo o jornal daquela manhã, bastante focada. Ao menos parecia muito concentrada, mas pensei que talvez ela apenas estivesse se esforçando para parecer o mais concentrada possível para não ser perturbada um de nós.

ValenteOnde histórias criam vida. Descubra agora